14 de março: data mundial alerta para importância da conscientização sobre incontinência urinária

São Paulo 6/3/2020 – “Nosso papel é alertar as pessoas que perder xixi não é uma condição normal”

Mais de 10 milhões de pessoas no Brasil sofrem com incontinência urinária, de acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O problema, caracterizado pela perda involuntária de urina, afeta homens e mulheres de diferentes faixas etárias, comprometendo a qualidade de vida, a autoestima e até o convívio social. Para alertar as pessoas de que há formas de prevenir, tratar e minimizar esta condição, dia 14 de março foi estabelecido como o Dia mundial da conscientização sobre incontinência urinária.

Os enfermeiros estomaterapeutas têm importante papel na orientação e divulgação de informações, seja para prevenção ou tratamento. “Sabemos que a incontinência urinária tem influência muito negativa na vida dos pacientes, tanto no âmbito emocional, quanto sexual, social e psíquico. Nós ficamos atentos para identificar precocemente os fatores de risco que podem levar a incontinência urinária”, explica Marcela Reis Pedrasini Shimazaki, enfermeira estomaterapeuta associada da Associação Brasileira de Estomaterapia – Sobest. “Nosso papel é alertar as pessoas que perder xixi não é uma condição normal; precisamos melhorar nossa qualidade de vida, tanto mulheres como homens – homens que fazem cirurgia de próstata ou têm hiperplasia prostática benigna (HPB) podem ter incontinência por esforço”, complementa Marta Lira, também enfermeira estomaterapeuta associada a Sobest.

Entre as orientações, Marcela conversa com os pacientes sobre estilo de vida e cuidados com o peso. Ela diz que há estudos comprovando que o aumento de peso é um fator de risco para desenvolver o problema. “Também observamos o hábito intestinal, orientamos sobre alimentos que são irritantes vesicais (como álcool e cafeína) e em relação à dieta não-constipante para o funcionamento ideal do intestino”.

Marta conta que a atuação com os pacientes envolve alertar para que tenham mais atenção ao assoalho pélvico. “Nosso papel como enfermeiros estomaterapeutas é estimular as pessoas a se conhecerem melhor. Principalmente nós, mulheres, temos vários tabus em relação a isso. Mulheres que passaram da fase da menopausa, por exemplo, vêm de uma geração em que tudo era vergonhoso, não se podia falar do assoalho pélvico, menos ainda do fortalecimento dessa estrutura”, esclarece. “Fazemos o paciente refletir sobre seus comportamentos cotidianos, se faz atividade física, questionamos sobre sedentarismo e tabagismo”.

Além de ajudar o paciente na prevenção e realizar a avaliação da musculatura pélvica, o enfermeiro estomaterapeuta ensina o paciente a se conhecer, avaliando toda a estrutura, ensinando contração do ânus e da vagina. Depois, junto com a avaliação comportamental – que inclui ainda informação sobre a ingestão da quantidade necessária de líquidos e verificação da ocorrência de constipações – um dos fatores para incontinência -, o profissional indica terapias comportamentais para fortalecer a musculatura pélvica.

“Nós podemos fazer biofeedback, que são exercícios que a paciente faz de contração e relaxamento do assoalho pélvico com aparelho conectado na região vaginal ou anal. Com a visualização de um gráfico é possível identificar a performance dessa musculatura e entender o problema, se o problema se relaciona ao esvaziamento da bexiga ou a necessidade de fortalecimento do assoalho pélvico, porque não consegue contrair a musculatura correta ou não consegue relaxar”.

Sobre a SOBEST
A Sobest é uma associação multidisciplinar, de caráter científico e cultural, alicerçada nos preceitos estabelecidos e aceitos mundialmente para a enfermagem em Estomaterapia, fundamentada nas bases éticas e filosóficas da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), em nível nacional, e do World Council of Enterostomal Therapists (WCET) – an association of nurses (WCET), em nível internacional.

A Associação Brasileira de Estomaterapia se consolida como entidade que promove a divulgação e valorização da Especialidade entre os profissionais de Enfermagem e de Saúde do país, que hoje assume destaque pelo compromisso com a ciência, ética e principalmente pela excelência do cuidado de pessoas com estomias, feridas agudas e crônicas, fístulas, drenos, cateteres e incontinências anal e urinária.

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