As cidades inteligentes já estão em construção

São Paulo 28/11/2019 – Outro aspecto que será totalmente revolucionado é o transporte.

Uma cidade já não é erguida com ladrilhos e cimento. Ainda que esses elementos sigam sendo o esqueleto das construções urbanas, o coração de todas elas bate ao ritmo do software. A tecnologia está marcando o caminho dos centros urbanos, que tem cada vez mais habitantes e, ao mesmo tempo, devem ser sustentáveis para assegurar a qualidade de vida de todos.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, a população urbana já tinha 4,2 milhões de pessoas, cifra que fica ainda mais impactante quando se sabe que, em 1950, eram apenas 751 milhões os que escolhiam residir nas grandes cidades. Nesse sentido, as smart cities podem oferecer grandes oportunidades para melhoras demográficas, desde a organização do tráfego até os sistemas de saúde.
Segundo o IDC, o gasto europeu em cidades inteligentes alcançou US$ 19 milhões em 2018.

“Uma cidade inteligente se destaca pelo uso que faz das tecnologias da informação e da comunicação. Estas duas ferramentas tem como parte central a reestruturação urbana, dando agilidade a serviços como o transporte, conectividade e energia, entre outros”, diz Pablo Azorín, CTO e cofundador da BairesDev, empresa que desenvolveu os seguintes projetos para as smart cities:

Smart Parking: estão em execução dois projetos piloto em cidades argentinas para detecção de infrações de estacionamento em zonas proibidas ou com estacionamento controlado. São usados sensores e inteligência artificial para o reconhecimento dos veículos.

Smart Lighting: consiste na otimização energética mediante ajustes automáticos baseados em condições como ocupação de um recinto e disponibilidade de luz natural. BairesDev desenvolveu um projeto de 500 luminárias de rua e outro para iluminação interna de um município da Província de Buenos Aires.

O desenvolvimento de software é uma ferramenta indispensável para trazer informações e para a tomada de decisão considerando os dados disponíveis. Um exemplo disso é o papel que os smart meters já começam a cumprir, permitindo que os consumidores saibam quanto de energia está sendo produzida e quanto está sendo utilizada, em tempo real, para resolver se a pessoa se conectará ou não à rede pública.
Assim, as empresas de energia poderão contar com dados precisos sobre o consumo, prever os picos de demanda e ter em conta se poderão equilibrar com os KW restantes de outras regiões.

Desde os edifícios de habitação até os hospitais, passando por universidades e escritórios, todos podem se tornar smart buildings. Qual é o objetivo? Ser cada vez mais auto suficiente e ter uma gestão integrada e automatizada. Para isso é preciso contar com um software que controla as distintas funções dos espaços comuns e dos privados.

“Outro aspecto que será totalmente revolucionado é o transporte. Por exemplo, com a criação de um sistema de transporte público renovado que utilize veículos autônomos impulsionados pela inteligência artificial e aprendizado automático. A combinação de ambas tecnologias poderia resultar no fim dos congestionamentos, melhores rotas com tempo de viagem reduzido e traslados muito mais eficientes para as pessoas que vivem em áreas distantes”, descreve o executivo da BairesDev.

A Internet Of Things (IOT) é um componente fundamental das cidades inteligentes. O uso de sensores nos distintos equipamentos que nos cercam desde nossas geladeiras até os GPS que nos acompanham de maneira cotidiana em nossos celulares, permitem que os dispositivos se conectem entre eles e, assim, algumas ações são otimizadas, como a economia de energia nas casas quando não estamos presentes. É possível, ainda, otimizar as compras e refrigeração dos alimentos ou que um veículo dirija sozinho.

O mais valioso será a quantidade de informação que teremos disponível, permitindo que cada dia as cidades sejam mais seguras e organizadas, graças às redes de câmeras que já estão instaladas e pelos softwares como os de reconhecimento facial que estão alcançando resultados positivos ao permitir que as forças de segurança detenham fugitivos.

“Pela alta demanda de tecnologia dessas metrópoles, devemos criar plataformas e ferramentas que sejam capazes de potencializar os milhões de dispositivos que compreenderão a rede neural de uma cidade inteligente. Isso é um grande desafio, já que tem que combinar tendências sofisticadas como Inteligência Artificial, aprendizagem automática, computação na nuvem e automatização”, explica Azorín. “A importância desse tipo de desenvolvimento para o avanço das cidades inteligentes reside em que para 2025, espera-se que 85% da população da América Latina esteja vivendo em áreas urbanas” finaliza o co-fundador da BairesDev.

As smart cities são uma fantasia futurista? De maneira alguma, enquanto terminamos esse texto um comboio de caminhões conduzido por um programa de IA circula, sem risco de acidentes, por uma estrada japonesa.

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