Cientistas desenvolvem computação ultrarrápida com consumo mínimo de energia

11/9/2019 –

O fluxo de dados nos sistemas modernos agora é tão intenso que esse calor residual já está restringindo o desempenho de datacenters

Computador que utiliza pulsos ultracurtos de luz sobre ímãs pode ser a resposta para multiplicar o armazenamento de dados em espaços reduzidos e com pequena quantidade de energia.

Uma nova técnica para reverter rapidamente a polaridade de um ímã pode ser a base para computadores ultrarrápidos, que gastariam pouquíssima energia se comparados com os modelos atuais, segundo publicação da prestigiosa revista científica internacional Science. Esse avanço será permitido por uma descoberta de pesquisadores associados de universidades da Rússia, Alemanha, Reino Unido e Holanda: a aplicação de pulsos ultracurtos de luz em frequência de Terahertz (THz) a um ímã pode fazer com que todos os giros, os spins, de suas partículas sejam coordenados.

Com isso será possível criar máquinas que armazenam quantidades gigantescas de dados. A base de sua computação, a coordenação dos spins em giro positivo ou negativo para formular a matemática binária, requer muito pouca energia, apenas um fóton por rotação.

Tecnologia de pulsos de luz

O dispositivo coleta e focaliza a luz nas frequências THz; assim, aprimora o campo elétrico da luz local em mais de dez vezes, e torna-se forte o suficiente para direcionar a magnetização de todos os spins sobre uma barreira de energia em potencial em apenas picossegundos.

Além da economia, o modelo traz uma vantagem adicional importante: por não dispender calor no processo, o equipamento consegue ultrapassar os limites atuais de miniaturização. As máquinas de hoje, se muito pequenas, esbarram na resistência dos filamentos que transmitem energia elétrica, já que estes podem romper-se pelo aquecimento quando são finos demais.

Para se ter uma ideia do consumo de energia envolvido em armazenamento de dados, os datacenters consomem entre 2 e 5% da eletricidade do mundo e produzem calor residual que, por sua vez, requer ainda mais energia para resfriar os servidores. “O fluxo de dados nos sistemas modernos agora é tão intenso que esse calor residual já está restringindo o desempenho de datacenters e instalações de supercomputação, e essa abordagem evita esse problema substituindo a corrente elétrica por pulsos de luz”, comenta o especialista em tecnologia disruptivas Arie Halpern.

Novos passos

Os pesquisadores agora planejam continuar seus estudos com auxílio do novo laser ultrarrápido da Lancaster University e dos aceleradores no Cockroft Institute. Essas instalações são capazes de gerar pulsos intensos de luz THz, que permitirão determinar os limites práticos e fundamentais de velocidade e energia da gravação magnética usando pulsos de luz.

Website: http://www.ariehalpern.com.br/cientistas-desenvolvem-computacao-ultrarrapida-com-consumo-minimo-de-energia/

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