Cinco dicas para evitar o superendividamento e chegar com a saúde financeira em dia no pós-pandemia

28/7/2020 –

Passado o momento mais agudo da pandemia causada pelo novo coronavírus, o país começa a dimensionar o tamanho do impacto da crise sanitária sobre a economia, abalada com a perda de milhões de vagas de emprego e com enormes prejuízos às empresas, algumas das quais encerraram suas atividades. 

Paralelamente ao debate das reformas estruturais e macroeconômicas, as atenções se voltam também para reformas microeconômicas, que buscam aprimorar a economia e produzir os incentivos corretos para consumidores e empresas. Com isso, ganham força as discussões relacionadas ao Projeto de Lei 3.515, que trata do superendividamento e que tramita no Congresso Nacional há mais de oito anos – sendo os cinco últimos na Câmara dos Deputados.   

De acordo com dados do setor de crédito, o país tem quase 65 milhões de negativados, algo em torno de 41% da população adulta. A falta de pagamentos e a negativação, no entanto, são as primeiras sinalizações de dificuldade e, em muitos casos, podem evitar que o consumidor caia no superendividamento.

Segundo informações de um estudo feito com base nos dados do Cadastro Positivo, os brasileiros comprometem cerca de 30% da renda apenas com o cartão de crédito. O levantamento apontou ainda que esse percentual chega a quase 61% nas faixas de renda mais baixa.

O superendividamento é uma situação naturalmente desafiadora, que abala profundamente o tecido social e tem consequências dramáticas. Mas chegar ao superendividamento em momento imprevisível como o atual, é ainda mais impactante. Por isso, a ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), que representa os birôs de crédito do país, aponta 5 dicas que podem ajudar a afastar o risco do superendividamento e a manter a contas em dia no pós-pandemia. 

  1. Organizar as contas: é indispensável anotar todas as entradas e saídas de recursos. Saber exatamente os valores e vencimentos das contas em aberto. Além disso, vale listar atrasos e buscar informações sobre os juros embutidos nos débitos. Fica difícil entender qual a real situação financeira sem mergulhar em todos os boletos; 
  2. Evitar cheque especial e rotativo do cartão de crédito: por causa da facilidade de contratação, opções com as taxas mais caras do mercado podem até parecer uma boa solução em um momento de urgência, mas podem se tornar uma dor de cabeça em seguida. Buscar modalidades de crédito mais vantajosas junto às instituições financeiras é uma saída; 
  3. Renegociar dívidas: principalmente neste momento de pandemia, a renegociação se tornou a regra de ouro para manter as contas em dia. Conversar com o credor sobre a possibilidade de adiamentos de pagamentos e readequação de acordos anteriores pode fazer a diferença. 
  4. Apostar no consumo consciente: necessidade é diferente de desejo. Neste momento de incertezas, o foco deve estar nas prioridades como alimentos, medicamentos e produtos de higiene e limpeza. Supérfluos e itens de apelo emocional podem comprometer fatia importante dos rendimentos e impactar a capacidade futura de pagamento.
  5. Poupe sempre que possível: por menor que seja o valor, ter uma reserva é sempre interessante, já que ela pode ser utilizada em uma emergência, sem a necessidade, portanto, de contrair dívida. 

“Um país com instrumentos legais de combate ao superendividamento, como o Projeto de Lei 3.515, oferece condições mais favoráveis para a recuperação sustentável da economia”, afirma Elias Sfeir, presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito.

“O PL 3.515 pretende garantir, em qualquer tempo, o pagamento ao credor e, na outra ponta, o consumo consciente das famílias, possibilitando mais sustentabilidade para a economia e  bem-estar social”, finaliza Sfeir. 

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