Com apoio da Bayer, jovens e adolescentes de 15 a 21 anos lançam aplicativo que ajuda no combate a doenças

2/10/2020 –

Tecnologia social visa engajar comunidades no monitoramento e controle de vetores epidemiológicos, tais como o mosquito responsável pela transmissão de dengue, zika e febre amarela

O recém-lançado aplicativo Clic tem como objetivo incentivar a mobilização de comunidades no combate às doenças. O app é resultado de uma parceria entre a Bayer, o Instituto de Pesquisa em Tecnologia e Inovação (IPTI) e a Guarany e foi desenvolvido em colaboração com um grupo de adolescentes do munícipio de Santa Luzia do Itanhy (SE). A ferramenta (compatível com os sistemas Android e iOS) propõe que os usuários participem de interações on-line com o registro de informações e fotos de pontos de risco, como objetos ou locais com água parada próximos à sua geolocalização, e com atitudes tomadas para erradicar eventuais focos.

“A meta é unir os moradores e incentivá-los a usar o aplicativo, pois ao fazer o registro destes possíveis focos de reprodução do mosquito, eles irão gerar informações relevantes para o controle destes vetores. Estes dados serão fundamentais para o controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana”, explica Dirceu Ferreira Júnior, diretor de Inovação Aberta da divisão agrícola da Bayer para América Latina.

O aplicativo Clic trabalha com modelos preditivos, ou seja, sistema que transforma os dados cadastrados em mapas de calor, permitindo uma ação mais assertiva na eliminação dos criadouros. “Na prática, o software identificará os focos de reprodução do mosquito para facilitar o controle do vetor pela comunidade e órgãos públicos”, esclarece Saulo Barretto, responsável pela área de Relacionamento Institucional e Novos Negócios do IPTI.

Atualmente em fase de testes, o aplicativo integra um projeto-piloto focado nos moradores de Santa Luzia do Itanhy (SE), onde vivem os jovens desenvolvedores de 15 a 21 anos, que fazem parte de uma das iniciativas do IPTI, o CLOC (Criatividade, Lógica, Oportunidade, Crescimento), que transforma adolescentes da comunidade que tiveram pouco ou quase nenhum contato com linguagem de programação em profissionais prontos para disseminarem conhecimentos e até desenvolverem softwares criativos e sofisticados para o mercado global. “O CLOC promove o empreendedorismo criativo e digital na área de tecnologia da informação em comunidades de extrema pobreza e distantes dos grandes centros”, destaca Barretto.

App na prática

 “Acreditamos no poder do engajamento da população em prol de um problema grave, que afeta milhares de pessoas. Principalmente no caso do Aedes aegypti, todos podem fazer sua parte. Por isso, o aplicativo é uma tecnologia social pensada para um projeto de saúde pública, feito com e para a comunidade. Já em casos como a Covid-19, que surgiu num momento em que a primeira versão do app estava quase pronta, estamos analisando como adaptar o aplicativo para que ele seja útil também em situações onde o ser humano é o principal agente de transmissão. A pandemia reforçou a importância de pensarmos nas sobreposições de problemas epidemiológicos, porque neste momento todos os olhos se voltam para a Covid-19, mas a dengue está presente e com altas taxas em 2020”, comenta Ruanceli do Nascimento Santos, coordenador do Projeto CLOC.

Barretto, do IPTI, complementa: “As pessoas serão os verdadeiros agentes da mudança em suas comunidades. No fim do dia, o engajamento de todos é que fará a diferença”, afirma. “Com o sucesso da iniciativa, o aplicativo deve ir de Sergipe para o mundo, ganhando escalabilidade. Nossa intenção é que a ferramenta esteja disponível em todo o Brasil e, até, em outros países, muito em breve”, completa.

O aplicativo é a continuidade do projeto “Mais fortes que a Zika”, lançado pela Bayer em 2017 com base em três pilares: promoção da saúde materna e da criança, defesa de direitos sexuais e de reprodução, e a prevenção de infecção por meio da otimização do controle do vetor. “Neste novo momento, vamos investir em meios de conscientização que mostrem o quanto as ferramentas modernas — como a digitalização de processos e técnicas de aplicação — podem contribuir efetivamente para a promoção de ambientes mais saudáveis para melhorar a vida das pessoas”, afirma Dirceu Junior, da Bayer. “Em um mundo que evolui tão rapidamente, nós estamos constantemente explorando novos caminhos para entregar soluções melhores e mais sustentáveis para o benefício de nossos clientes, de nossa sociedade e de nosso planeta”, reforça.

O projeto também inclui uma parceria do IPTI com a Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), por meio dos Programas de Pós-graduação em Saúde e em Modelagem Computacional, na qual são desenvolvidos os modelos preditivos (que fazem as análises dos dados coletados pelo app). “Isso significa que, nesta primeira fase, haverá uma versão do aplicativo para os usuários coletarem as informações sobre os locais com mais incidência de proliferação dos mosquitos, e, em um segundo momento, teremos uma versão do app apenas para poder público, que auxiliará na tomada de decisão dos gestores de saúde”, comenta Santos.

Segundo o coordenador do projeto, tanto a Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, quanto a equipe de agentes de endemia da Secretaria Municipal da Saúde de Santa Luzia do Itanhy (SE) estão participando do projeto, ajudando na construção participativa das principais funcionalidades do aplicativo, nas etapas de testes e validação.

“Com os dados coletados pelo app, as ações de combate aos vetores serão mais efetivas, porque após o processamento deles pelo sistema, teremos informações que permitirão indicar os locais de criadouros e as pulverizações serão mais assertivas. Lembrando que em 2019, durante a assinatura da parceria deste projeto, a fabricante de equipamentos Guarany doou à prefeitura de Santa Luiza do Itanhy (SE) um pulverizador que auxiliará no controle do mosquito Aedes aegypti”, conclui Santos.

Comunidade Contra-Ataca

Para tornar o aplicativo ainda mais conhecido no município de Santa Luzia do Itanhy (SE), os responsáveis pela tecnologia estão produzindo um gibi, que será uma continuidade da saga “Guerra nas Artérias” – projeto que começou com o IPTI em uma campanha de combate à anemia ferropriva nas escolas. “No caso do aplicativo Clic, a história em quadrinhos terá como tema “A Comunidade Contra-Ataca” e vai abordar como as pessoas de uma cidade acabaram sendo afetadas por vetores epidemiológicos (mosquitos inicialmente, depois besouros, caramujos e coliformes fecais) e conseguiram vencer esses “vilões”. A ideia é mostrar como a comunidade se uniu na luta contra estes vetores e contou com uma ajuda essencial para superar este desafio: o aplicativo Clic”, conclui Barretto.

Website: http://www.bayer.com.br

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