Como uma paciente oncológica encontrou nos doces conventuais portugueses a inspiração para empreender

São Paulo, SP 7/10/2020 – Conheça o Ateliê da Nata, uma doçaria portuguesa com propósito.

Em 2017, Ana de Assis recebeu um diagnóstico médico avassalador para qualquer mulher. Ela estava com câncer de mama. Sua determinação em sobreviver também deu vida a seu projeto empreendedor.

Após 8 meses de protocolos severos como mastectomia, quimioterapia e radioterapia, aos poucos Ana voltou às suas atividades. Com a ajuda de muita fisioterapia e ajuda de amigos e familiares, recuperou a força do seu corpo e a saúde. Isso foi o bastante para retomar um projeto pessoal e profissional que ela sempre levou no coração, trabalhar com doces artesanais portugueses.

Ana de Assis então revisou as receitas familiares e começou a planejar seu próprio negócio. De olho no mercado de doces no Brasil, que chega a faturar 76 bilhões (dados da Associação Brasileira de Panificação e Confeitaria – Abip), concebeu o Ateliê da Nata , empregando técnicas da culinária moderna em receitas de doces conventuais tradicionais, criou um exclusivo processo de produção 100% artesanal e exaustivamente rigoroso. Um doce pode levar mais de 8 horas para ser feito, com cerca de 12 passos produtivos.

A empresária aposta na qualidade e o site da empresa logo informa: “Para aqueles que, como nós, valorizam a exclusividade da produção artesanal mas que não abrem mão da excelência na sua elaboração que só um verdadeiro profissional apaixonado pelo que faz entrega”. Segundo o relatório de inteligência de 2019 do SEBRAE, este é um mercado em expansão, “o que antes poderia ser visto como um luxo ou até um produto inacessível, agora está virando moda em todo o país. O crescimento de confeitarias, lojas de bolo e docerias gourmets especializadas mostra que novos sabores são bem-vindos e até mesmo as receitas doces mais tradicionais podem ganhar novas versões”.

Parece que a decisão da empresária em focar em doces conventuais foi assertiva e recentemente o Ateliê da Nata inaugurou sua primeira fábrica-loja na região da Barra Funda, São Paulo. O ponto serve como centro de produção e retirada dos pedidos que são feitos exclusivamente online, outra tendência, como indica um estudo da Agência Síbaris sobre resposta para combater os efeitos da Covid-19 no mercado gastronômico. Os clientes podem fazer pedidos por aplicativos de entrega de comida, WhatsApp, pelo próprio site da empresa ou até pelo Facebook e Instagram , canais onde os comentários positivos enchem o mural da marca com boas recomendações.

A proprietária garante, “quem já provou nossos doces portugueses, tanto o Pastel de Nata (mundialmente famoso como Pastel de Belém) como a singular Barriga de Freira (ou Barriguinha de Freira para os mais íntimos), não aceita outro se não o nosso, como o verdadeiro e autêntico sabor que só um doce português tem a oferecer”.

Curiosamente, os doces portugueses foram tradicionalmente criados nos conventos, isto porque antigamente as freiras usavam a clara de ovo para engomar suas roupas e as dos padres. O resultado era um excesso de gemas inutilizadas. Para evitar o desperdício, elas começaram a criar os doces adicionando nada mais que leite e açúcar. Os famosos doces conventuais são hoje um patrimônio histórico da culinária portuguesa, que conquistou o mundo.

Inspiração
Quem vê Ana na correria do empreendedorismo, não imagina as batalhas que essa pernambucana teve que enfrentar e vencer. De família humilde, superou as dificuldades socioeconômicas, antes de lutar pela vida contra o câncer de mama. Sempre otimista, ela pensa em fazer seu negócio crescer e com isso ajudar também outras mulheres que passam pela situação que ela passou.

Durante seu tratamento, conheceu muitas pacientes, cada uma com sua própria história de luta contra o câncer e também de vida. “Uma das maiores lições nesse processo foi conhecer o projeto do Instituto Amor em Mechas , idealizado pela também paciente oncológica e vitoriosa Débora Pieretti, do qual eu fui uma das primeiras beneficiárias” – conta ela sobre o projeto de doação de perucas para pacientes oncológicas ou que convivam com alopecia, do qual é voluntária, que atualmente já doou mais de 2000 perucas ao redor do mundo.

Para ajudar o projeto, Ana promove e participa de eventos com o Instituto e também patrocina vários dos kits que são entregues às mulheres. Além disso, está criando uma linha própria do Ateliê da Nata, cujas vendas serão integralmente convertidas para a mesma causa.

“Eu me sinto realmente agradecida e, ao mesmo tempo felizarda, de poder retribuir tudo o que esse projeto fez por mim, quando eu mais precisava. Ele representa o espírito de solidariedade, o acolhimento, o amor entre as mulheres e é uma honra fazer a minha parte”, conclui emocionada.

Perspectivas
A empresária já recebeu propostas de sociedade e até de franquia, mas garante que no momento está focada em fazer o atual negócio prosperar. “No momento quero consolidar minha especialidade, pastel de nata, no mercado. E difundir a sofisticada Barriga de Freira (hóstia recheada com creme de ovos)¨.

Potencial para este mercado não falta e para acompanhar tal crescimento a empreendedora também se atualiza com formações profissionais, como o curso de marketing digital do renomado Erico Rocha , que segundo a InfoMoney é o principal especialista de Marketing Digital para pequenos negócios online do Brasil. “Estou trabalhando em conjunto com uma agência de marketing , montando meu próprio curso online culinário, para poder compartilhar meus conhecimentos e dividir com o mundo a verdadeira arte da doçaria portuguesa”, adianta a futura instrutora.

Website: http://www.ateliedanata.com.br

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