Dicas para controlar as finanças da empresa em tempos de quarentena

16/4/2020 – De acordo com o professor e educador financeiro, Carlos Afonso, todos serão atingidos direta ou indiretamente

Empresas precisam aplicar um plano emergencial no controle de finanças durante a pandemia do coronavírus (Covid 19). No curto prazo, efeito cascata afetará a todos os negócios; mas existem concessões e ferramentas para minimizar os impactos

Para superar a crise financeira e econômica instalada pelo coronavírus (Covid 19) no mundo, as empresas estão rapidamente implementando um controle mais rigoroso das finanças. O atual cenário requer atenção no fluxo de caixa, uma vez que o faturamento caiu drasticamente. Ajustes nas áreas de “contas a pagar” se fazem mais do que necessários, uma vez que as “contas a receber” sofrerão influências deste momento econômico; o conhecido “efeito dominó” já afeta a maioria das empresas.

Por conta das restrições impostas pelas autoridades e a obrigatoriedade da quarentena para evitar a proliferação do Covid-19, boa parte das empresas estão fechadas, ou com as suas operações reduzidas. Com faturamento comprometido, certamente haverá atrasos para o pagamento de fornecedores e muita renegociação de prazos e valores.

Também conhecido como “efeito cascata”, quando uma grande empresa atrasa o pagamento de um fornecedor, este por sua vez, também atrasará os seus pagamentos aos seus fornecedores, e assim por diante. De acordo com o professor e educador financeiro, Carlos Afonso, todos serão atingidos direta ou indiretamente. Somente com o uso de sistemas financeiros será possível fazer os ajustes necessários e analisar como o fluxo de caixa da empresa se comportará ao longo deste período, denotando ou não, a necessidade de se promover mudança, ou até mesmo, a necessidade de captar capital de giro para manter a operação durante o período mais crítico.

“Lembre-se: o quanto antes agir, melhor. É um erro postergar decisões, por mais difíceis que elas sejam. Caso tenha operações de crédito contratadas anteriormente, aconselho desde já negociar com o banco uma carência para pagamento das próximas parcelas ou a redução da taxa de juros praticada. A taxa de juros que serve de parâmetro para o mercado financeiro é a SELIC e está fixada em 3,75% ao ano”, recomenda o professor Carlos Afonso, também autor do livro Organize suas finanças e saia do vermelho.

A fim de se enfrentar a pandemia do Covid-19, o Governo Federal, bem como os estados e os municípios, têm publicado uma série de decretos, instruções normativas, portarias, entre tantas outras, diferindo (prorrogando) o vencimento dos tributos, reduzindo alíquotas, postergando data de entrega de declarações, entre outras. Várias dessas alterações de legislação afetam os negócios diretamente e darão um alívio no fluxo de caixa da sua empresa. “É importante conversar com o profissional de contabilidade e se informar como as medidas do governo podem lhe ajudar”, afirma o professor Carlos.

Demissões

As consequências da quarentena do Covid-19 já estão batendo à porta de muitas pessoas. Com a produção e o faturamento comprometidos, e enquanto possuem recursos financeiros para honrar com as despesas trabalhistas, diversas empresas já assumiram a postura de demitir seus colaboradores.

A previsão do IBRE – Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas – é que até o final do segundo trimestre de 2020, cerca de 5 milhões de brasileiros entrem para a estatística do desemprego, levando este número ao patamar de 17 milhões de pessoas sem ocupação formal.

Neste contexto, o governo publicou recentemente a Medida Provisória 944/2020, que institui o Programa Emergencial de Suporte a Empregos, destinado à concessão de empréstimos exclusivamente para o pagamento da folha salarial, em razão dos impactos causados pelo Covid-19 nas relações trabalhistas.

Esse programa destina-se ao empregador pessoa jurídica que não esteja em débito com INSS e que em 2019 teve receita bruta superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 10 milhões. O objetivo é cobrir a totalidade da folha de pagamento referente a dois meses, limitado a dois salários mínimos por empregado. “Vale a pena conversar com o gerente do banco para obter mais informações sobre este empréstimo e como se beneficiar dele. A taxa de juros é de 3,75% ao ano e poderá ser pago em 36 parcelas, com seis meses de carência”, informou o professor Carlos.

O Professor Carlos ainda indicou o DESENVOLVE SP – instituição financeira do Governo do Estado de São Paulo -, que tem linhas de crédito disponíveis, inclusive com carência de alguns meses para o pagamento da primeira parcela. “É crucial cuidar do caixa da empresa nesse momento. É preciso atenção mais do que redobrada para fazer frente a esse momento, que, sem dúvida alguma, é o mais desafiador de todos os tempos”, encerrou ele.

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