Em 2019 foram abertas no Brasil mais empresas pertencentes a mulheres do que a homens

Rio de Janeiro 9/3/2020 – As mulheres estão ampliando a sua participação no mercado.

Rio de Janeiro, 9 de março de 2020 – Neste Dia Internacional da Mulher, um dado comprova que a participação feminina avança na economia brasileira: por aqui, as mulheres estão na liderança quando o assunto é criar novas empresas. Um levantamento feito pela BigDataCorp em fevereiro demonstra que, das mais de 2 milhões de novas entidades registradas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do país em 2019, 46,98% tinham apenas mulheres como sócias. 42,08% das novas empresas abertas tinham apenas homens como sócios, enquanto 10,94% tinham sócios de ambos os sexos.

“O dado indica que as mulheres estão ampliando a sua participação no mercado. Em 2015, apenas 40,52% das novas empresas criadas tinham apenas mulheres como sócias, quase sete pontos percentuais a menos do que encontramos na safra das empresas criadas em 2019”, afirma Thoran Rodrigues, CEO e fundador da BigDataCorp. Essa mudança aponta para uma economia que está caminhando para refletir melhor a participação demográfica das mulheres na sociedade brasileira, de 51,7%, de acordo com dados Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2018.

Penetração em novos setores
É possível notar, ainda, uma gradual desconcentração dos setores em que as mulheres tradicionalmente abriam novas empresas – a exemplo do comércio varejista de vestuário, serviços de beleza e estética e alimentação (lanchonetes e fornecimento de comidas para o consumo domiciliar). “Em paralelo, cresce rapidamente a participação de novas empresas de mulheres em setores como educação, serviços administrativos e de apoio a outras empresas e publicidade. Chama a atenção, ainda, a conquista, pelas novas empresas só de mulheres, de espaços que historicamente eram associados ao universo masculino, como construção ou de comércio e reparação de veículos”, informa Rodrigues.

O especialista ressalta que houve, também, outra desconcentração: desta vez, geográfica, de suas empresas. Se, há cinco anos 60,58% das suas novas empresas estavam em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais – estados que abrigam os centros urbanos de maior complexidade econômica do País -, hoje as participações dos novos CNPJs de mulheres nessas três unidades da federação diminuiu para 55,33%. Isso significa um crescimento da presença de novas empresas femininas nos demais estados.

Autoemprego
Entre as novas empresas de propriedade só de mulheres, criadas em 2019, boa parte – 34,91% – é pertencente a brasileiras entre 19 e 30. A segunda faixa de maior concentração de novos CNPJs “femininos” (31,26%) está entre as proprietárias de 31 a 40 anos. “Esses são dados que sugerem que muitas mulheres estão entrando no mercado por meio de suas próprias empresas, ou seja, para ganharem um espaço no mercado, elas estão se autoempregando. Basta notar que mais de 40% das empresas de mulheres são formadas por brasileiras que nunca tiveram um emprego antes. Outras 38,31% tiveram apenas um único trabalho formal anterior à criação de seus CNPJs”, informa Rodrigues.

O especialista, ressalta, no entanto, que o autoemprego é um fenômeno comum, também, a empresas formadas apenas por homens que, ao iniciarem a sua trajetória empresarial, são enquadrados como Microempreendedores Individuais (MEIs). “Na verdade, os MEIs são a base da pirâmide dos CNPJs do país. Faturam, no máximo, R$ 6.750 mensais. No ano passado, representavam quase 85% do total das novas empresas criadas no País, fossem eles de mulheres ou de homens”, explica o CEO da BigDataCorp.

Renda familiar
Rodrigues chama a atenção para outro fenômeno em curso. No passado, no momento da abertura das empresas, entre os negócios pertencentes apenas a mulheres, 38,05% das sócias pertenciam a famílias com renda acima de quatro salários mínimos, ou seja, eram de classe média. “Já, hoje, o negócio próprio tem sido uma opção para pessoas de todas as classes sociais”, informa. No caso específico das novas empresárias brasileiras, ao abrirem seus negócios, a BigDataCorp estima, com uma margem de erro de mais ou menos 5%, que 48,07% delas tenham uma renda familiar de até dois salários mínimos. Outras 20,51% têm renda familiar equivalente a algo entre dois e quatro salários mínimos. Apenas 3,61% têm famílias com renda acima dos 20 salários mínimos.

“Se olharmos esses dados de CNPJs de mulheres com uma pesquisa anterior que realizamos, essa renda familiar das novas empresárias se assemelha muito à renda dos novos sócios de MEIs (sejam esses CNPJs pertencentes a microempresários ou microempresárias) criados no ano passado: 7 de cada 10 deles não superava os 4 salários mínimos”, lembra Rodrigues.

Perfil da nova empresária
Tipicamente, a nova empresária brasileira (em 75,32% dos casos) reside em um lar composto por três pessoas e (67,09%) possui o perfil digital mais engajado (tem presença nas redes sociais, pesquisa e efetua compras na internet, transaciona por meio de internet banking entre outras características).

Metodologia do levantamento
A BigDataCorp recolheu dados das bases oficiais do governo e os cruzou com outros – obtidos de pesquisas processadas semanalmente, na ordem de 15 petabytes – sobre os titulares de CNPJs no país. Foram expurgados do cadastro as empresas inativas, assim como categorias que não representam tipicamente o empreendedorismo, como candidatos a eleições, ordens religiosas, condomínios, fundos de investimentos e afins.

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Sobre a BigData Corp.
A BigDataCorp é a plataforma de dados líder no mercado de big data no Brasil e na América Latina, capturando conteúdo de mais de 1,5 bilhão de sites de todo o mundo e transformando esse conteúdo em informações relevantes para atender a empresas de todos os portes e segmentos. A empresa é brasileira, fundada em 2013, com escritórios no Rio de Janeiro (sede) e em São Paulo. Conheça mais sobre a BigDataCorp acessando www.bigdatacorp.com.br

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