Estudo aponta: reservatórios de PCHs e CGHs representam menos de 1% do território do Brasil

Brasília – DF 13/10/2020 – A relação custo-benefício e sócio-econômico-ambiental das hidrelétricas é imbatível. Ocupando quase e apenas 0,38% do território nacional, forneceram 75,9%

Os reservatórios da Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) correspondem a 56,75 quilômetros quadrados (km2) do território nacional, o que representa 0.00066% do território do Brasil com 8.516.000 de km².

Apenas os reservatórios das PCHs somam 54,78 km2, equivalente a 0,00064% do território nacional, enquanto os reservatórios das CGHs somam 1,97 km2, ou 0,00002% do território nacional.

As grandes hidrelétricas (UHEs) ocupam 32.110,78km2, equivalente a 0,37732% do território e que – se somados aos 0,00066% das PCHs e CGHs – totalizam 32.167,53km (0,37798%).

O levantamento recente foi realizado pela Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras de Energia (Abrapch), tendo como base dados divulgados pelo IBGE e Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), conforme quadro abaixo.

O presidente Executivo da ABRAPCH, Paulo Arbex, destacou ainda que entre os meses de janeiro a setembro deste ano 75,9% de toda a energia consumida no Brasil foi gerada por hidrelétricas.

“A relação custo-benefício e sócio-econômico-ambiental das hidrelétricas é imbatível. Ocupando quase e apenas 0,38% do território nacional, forneceram 75,9% de toda energia consumida no Brasil sem emitir carbono nem qualquer tipo de resíduo”, ponderou Arbex.

Números

Das 1.507 hidrelétricas  que encontram-se em operação no Brasil, 738 são CGHs, 547 são PCHs e 222 são UHEs. No que se refere a potencial remanescente, o Brasil conta com dois tipos: o potencial hidrelétrico já identificado, estudado e com inventário aprovado junto a ANEEL – com 1.752 novas PCHs e CGHs, totalizando 15.765 megawatts de potência e o potencial não estudado  ou ainda não aprovado pela ANEEL.

Já o presidente do Conselho de Administração da ABRAPCH comentou que o levantamento foi feito pela Associação para desmistificar, com números reais, o mito de que as hidrelétricas seriam responsáveis pelo desmatamento brasileiro. “Uma fonte energética que ocupa aproximadamente 0,38% do território nacional não pode ser apontada como responsável por um desmatamento de mais de 25%? A conta não fecha”, questiona Pedro Dias.

Reservatórios x benefícios ambientais para conter estiagem

As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são empreendimentos de 5 até 30 megawatts (MW) de potência. Já as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) vão de 1 até 5 (MW). As PCHs e CGHs geram cerca de 500 mil empregos diretos e benefícios ambientais como, por exemplo,  a proteção das margens dos rios contra erosão, manutenção da fauna e da flora, bem como o uso múltiplo das águas para irrigação, piscicultura, lazer e abastecimento para os municípios em que estão localizadas.

“Em um período em que muitos estados passam pela estiagem mais severa da sua história, os reservatórios das PCHs e CGHs – cada vez mais – podem contribuir com a qualidade ambiental  de muitas regiões do Brasil”, explica a diretora de Meio Ambiente da ABRAPCH, Gleyse Gullin

Para que se tenha ideia o estado do Paraná registrou, no mês de agosto,  a  seca mais severa do país,  segundo o Monitor das Secas da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). A ferramenta mapeia o fenômeno em 19 unidades do Brasil (18 estados mais o Distrito Federal) e aponta que a região de Curitiba tem a situação mais crítica do Estado.

De acordo com a última atualização, em 61,14% do Paraná houve seca grave. Já em 8,61%, na região Leste – que abrange Curitiba e Região – foi registrado seca extrema.

 

Website: https://abrapch.org.br/

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