Gestação em tempo de pandemia de COVID-19

30/3/2020 –

Recomendações a gestantes e pacientes em tratamento de reprodução assistida

Brasília, março de 2020 – Enquanto cientistas, médicos e demais profissionais da saúde trabalham incansavelmente em busca de decifrar o comportamento do novo coronavírus e de encontrar medidas de combate ao vírus Sars-CoV-2, mulheres que carregam uma nova vida no ventre ou que estão em tratamento de reprodução assistida têm dúvidas e receios redobrados. Especialistas da Clínica de Reprodução Humana Fertilcare lembram que as gestantes, normalmente, têm o sistema imunológico mais enfraquecido devido às inúmeras alterações hormonais vivenciadas na gravidez e devem, é claro, estar alertas e seguir à risca as orientações em relação à pandemia em curso. “Estamos orientando pacientes norteados pelas evidências científicas e recomendações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. A COVID-19 é uma doença nova. A certeza, até agora? Prevenir é o melhor a fazer”, alerta a Dra. Carla Martins, médica ginecologista e diretora da Fertilcare, que também segue as orientações da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida para o atendimento e aconselhamento de pacientes.

Gravidez em tempo de pandemia

Ao contrário da Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2) e de outras doenças respiratórias, e com base em um número limitado de casos confirmados de COVID-19, as mulheres grávidas não parecem estar no grupo de maior risco de doença grave. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), há relatos de gestantes que testaram positivo para COVID-19 dando à luz recém-nascidos livres da doença. No entanto, até agora, existem apenas três casuísticas publicadas sobre os aspectos obstétricos e perinatais da COVID-19. A SBRA detalha que os dados mais recentes da literatura copilados por grupo do Reino Unido, que incluem inclusive as gestantes apresentadas nos trabalhos anteriormente citados, avalia a evolução de 32 grávidas infectadas com COVID-19. Apesar de duas necessitarem de internação em Unidade de Terapia Intensiva (6%), não houve registro de mortalidade materna até o momento.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) também divulgou documento revelando que, por enquanto, as gestantes não estão no grupo de maior risco para doença grave. “O novo coronavírus não é transmitido ao feto ou ao bebê durante a gravidez ou no parto, segundo estudos disponíveis, por hora. O vírus não foi encontrado em amostras de líquido amniótico ou leite materno nos casos avaliados até esse ponto da pandemia”, pondera a ginecologista da Fertilcare. Mas os profissionais da medicina estão atentos a novas evidências porque é tudo muito recente para a ciência e todos os profissionais comprometidos com os estudos em torno dessa pandemia. “De qualquer forma, para lactantes infectadas, por exemplo, recomendamos que o leite seja retirado e oferecido ao bebê por outra pessoa, preservando a saúde da criança”, acrescenta Dra. Carla Martins.

Protocolo

O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) também recomenda cautela e elaborou um protocolo para guiar os profissionais no atendimento a gestantes. “Eles entendem que devido à falta de dados e pela pouca experiência com outros coronavírus, como SARS-CoV e MERS-CoV, é fundamental a presteza na avaliação e tratamento de mulheres grávidas”, indica a especialista da Fertilcare. O ACOG desenvolveu um algoritmo para auxiliar profissionais da saúde na avaliação e no pronto tratamento direcionado às grávidas com exposição conhecida e/ou com sinais consistentes da COVID-19. “Como os sintomas da COVID-19 se assemelham ao de gripes já conhecidas, é importantíssimo termos protocolos para as devidas providências a serem tomadas, como o isolamento”, exemplifica a médica.

Pausa na Reprodução Assistida

A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida recomendou a finalização dos ciclos em andamento, com controles estritos dos pacientes e equipes envolvidas. A SBRA indica que casos de transferência embrionária a serem finalizados devem ser avaliados individualmente. Novos tratamentos de reprodução devem ser postergados. “Com a exceção de casos oncológicos e outros em que o adiamento possa causar mais dano ao paciente, não serão iniciados novos procedimentos. Nessas eventualidades, a decisão deverá ser compartilhada e sob rigorosa individualização”, observa.

SERVIÇO:
Endereço: SGAS 915, Conjunto N, Sala 01 (2º andar) – Ed. Advance I – Asa Sul
Telefone: (61) 3248-0101

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