Inteligência artificial é a última fronteira dos processos logísticos

20/3/2020 –

Termo que está em alta no ambiente corporativo, a inteligência artificial (IA) é um dos sonhos de consumo dos empresários justamente por possibilitar maior produtividade e eficiência sem necessidade de ampliar a infraestrutura. Na logística, o recurso é ainda mais aguardado, uma vez que utilizá-lo pode resolver um dos grandes entraves da economia brasileira: garantir o deslocamento de produtos em todo o território nacional com agilidade, praticidade e, principalmente, economia às empresas.

É inegável que o setor desempenha um papel importante na rentabilidade das corporações. A última edição da Pesquisa Custos Logísticos, realizada pela Fundação Dom Cabral, revela um impacto de 12,37% no orçamento das grandes empresas – acréscimo de R$ 15,5 bilhões em relação ao levantamento anterior. Isso torna a busca por novas soluções tecnológicas uma alternativa para diminuir esse custo. Não à toa, o estudo da Supply Chain Insights mostra que 93% dos profissionais da área acreditam que meios como big data serão primordiais até 2020.

A IA é, por essência, o mecanismo computacional que busca reproduzir partes específicas do raciocínio humano, mas com poder de processamento e tomadas de decisão absurdamente maior. Na logística, qualquer processo que possua lógica de fluxo de informação, serviços e produtos pode ser identificado, reconhecido e sistematizado por tais ferramentas. Assim, consegue ser otimizada, ou seja, permite avaliar, adotar medidas melhores e mais efetivas do que se fosse feito por uma pessoa.

Na prática, isso significa dizer que diversas soluções e ferramentas incorporar essa tecnologia em suas rotinas. Seu uso vai desde previsão de demanda e controle de estoque, passando por sistemas de pedidos e de reposição, roteirização de veículos, composição de cargas, localização de itens em armazéns, entre outros.

Embora existam muitas pesquisas sobre IA nos diversos campos de atuação do mercado, o seu desenvolvimento é incipiente no Brasil e no mundo. As aplicações existentes são pontuais e dedicadas a nichos específicos. Em suma: há espaço considerável para planejamento e criação de novas soluções voltadas à logística aqui e lá fora.

Para mudar esse cenário, em primeiro lugar as empresas precisam aumentar sua maturidade, tanto em procedimentos quanto em informações. A premissa básica dessas ferramentas é gestão e organização – a primeira etapa de um processo maior conhecido como data mining. Sem a existência de estrutura orientada a dados, que inclui a limpeza, organização, e reconhecimento de padrões, a mineração (data mining) fica prejudicada e o resultado não será satisfatório.

Por conta disso, a padronização dos processos é o principal desafio enfrentado pelas companhias. Um segundo obstáculo é o conhecimento técnico dos profissionais que trabalham na área. Muitos esquecem que o computador não aprende sozinho! Por trás da IA, existem lógicas matemáticas e estatísticas usadas com métodos computacionais.

Porém, quando essas questões forem resolvidas, as empresas observarão uma melhoria direta e clara na tomada de decisão dentro de sua rotina. A presença da IA na logística possibilita alcançar resultados de qualidade com a mesma estrutura existente ou até com menos recursos – o verdadeiro conceito de otimização por reduzir custos e aumentar o nível de serviço ao cliente.

É preciso reconhecer que a IA é o último degrau em relação à evolução dos processos logísticos. O setor tem um limite claro, que é o espaço físico. O produto precisa ir do ponto A ao B de alguma forma. Logo, com esse aperfeiçoamento nas questões citadas, os limites estarão nos custos, na capacidade e no tempo. Com a aplicação de IA em toda a cadeia de suprimentos, somente um eventual teletransporte vai revolucionar o setor – o que, convenhamos, não há ainda possibilidades reais de acontecer. Assim, os próximos anos acompanharão o desenvolvimento desse conceito nas redes de suprimento e o consequente aumento de integração dos elos da cadeia. A tendência é que tudo funcione de forma que as decisões tomadas serão as mais benéficas para os envolvidos nesse contexto, explica Diogo Louro, Head de Logística na Nimbi.

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