Arbitragem ganha espaço em disputas empresariais, comenta Ricardo Tosto

Método de resolução de litígios fora dos trâmites judiciais poupa tempo, gastos e burocracia. Um processo de alta complexidade pode ser resolvido em poucos meses, ao passo que no método tradicional levaria meia década

dino

23/11/2017 –

Arbitragem é um método de negociação e solução de litígios fora do poder judiciário. Conforme Ricardo Tosto, sócio-fundador do escritório de advocacia Leite, Tosto e Barros , a mediação de disputas empresariais vem ganhando bastante espaço, tanto pela maior agilidade na solução de problemas, como na redução de custos e burocracias.

Os processos de arbitragem podem ser feitos através de uma mediação intraorganizacional. Segundo Ricardo Tosto, a tendência são que as empresas capacitem funcionários , ou contratem terceiros, para formação de uma mesa para resolução de conflitos de interesses intraorganizacionais. Uma das principais diferenças entre os processos de arbitragem e o método tradicional seguido pelo poder judiciário é o tempo para resolução dos litígios. Ao passo que o primeiro método leva no máximo 23 meses para problemas de alta complexidade, o segundo costuma levar a média de 5 – 6 anos.

Outra forma de mediação de disputas empresariais que surge para evitar trâmites judiciais é a negociação online. Ricardo Tosto explica que é possível que as duas partes envolvidas no litígio façam um cadastro rápido e 100% online para resolução das disputas . Um software analisa os dados de acordo com um algoritmo pré-definido, posteriormente, oferece-se opções de acordo. Assim, alguns litígios que demandariam burocracia, tempo e locomoção, são resolvidos em minutos e através de casa.

Ricardo Tosto comenta dois pontos bastante positivos da arbitragem online. Um deles é a possibilidade de que os indivíduos evitem o cruzamento pessoal entre si, o que, muitas vezes, é uma situação desagradável entre as duas partes. Já a outra é a extrema agilidade e objetividade com que os conflitos são tratados. “Se as duas partes conseguem acordar de modo rápido e que fique bom para os dois lados, não há porque adentrar com um trâmite judicial que poderá ser moroso e desgastante. O sistema judicial brasileiro está atravancado e qualquer método para auxiliar esses gargalos é bem-vindo.”,

Outro ponto que Ricardo Tosto relata ser relevante para consolidação do método de arbitragem é a real preocupação das empresas na gestão de conflitos internos. Segundo ele, a arbitragem não pode ser apenas mais um passo burocrático dentro da empresa, sendo visto como um setor “que não está preocupado em resolver de fato”. Faz-se necessário que os colaboradores vejam na mediação intraorganizacional uma verdadeira alternativa antes de adentrar com processos judiciais. Caso não seja assim, será a soma de mais um passo protocolar e burocrático que torna o processo de resolução dos conflitos de interesse ainda mais demorado.

Para Ricardo Tosto, é importante que as empresas brasileiras invistam em compilance e arbitragem. Para isso, mediadores capacitados e idôneos são um pré-requisito que evitará gastos desnecessários e desgaste judicial. Algumas empresas ainda manifestam contrariedade aos processos de arbitragem porque consideram uma opção cara. No entanto, como lembra Ricardo Tosto, um processo resolvido pela arbitragem pode demorar apenas alguns minutos (se feito online ), enquanto pelos métodos tradicionais levará anos. “É preciso considerar o tempo ao qual os honorários serão pagos. Na arbitragem tudo é mais rápido e, se for comparar com o método tradicional, também é mais barato.”

Website: https://ricardotosto.blog/