Em 30 anos, mundo deverá conhecer a classe dos inúteis

A classe dos inúteis enquadrará pessoas que além de desempregadas, não serão empregáveis. Seu estilo de vida se assemelha a algumas sociedades que vemos hoje.

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As pessoas devem se envolver em atividades com algum propósito. Caso contrário, irão enlouquecer. Afinal, o que a classe inútil irá fazer o dia todo?

26/06/2019 –

Quem possui menos de 30 anos de idade e planeja casamento, filhos e netos, deve se preparar para essa informação: até 2050 o mundo conhecerá uma nova classe de humanos, a dos inúteis. O estudo é de Yuval Noah Harari, autor de ‘Sapiens’, que afirmou que muitos profissionais não serão mais empregáveis.

O artigo original foi publicado no The Guardian, intitulado “O Significado da Vida em um Mundo sem Trabalho”, onde o escritor comenta sobre uma nova classe de pessoas. “São pessoas que não serão apenas desempregadas, mas que não serão empregáveis”, diz o historiador.

De acordo com Harari, esse grupo poderá acabar sendo alimentado por um sistema de renda básica universal. A grande questão então será como manter esses indivíduos satisfeitos e ocupados.

“As pessoas devem se envolver em atividades com algum propósito. Caso contrário, irão enlouquecer. Afinal, o que a classe inútil irá fazer o dia todo?”.

Uma das possíveis soluções, apontadas pelo professor, são os games de realidade virtual em 3D. “Na verdade, essa é uma solução muito antiga. Por centenas de anos, bilhões de humanos encontraram significados em jogos de realidade virtual. No passado, chamávamos esses jogos de ‘religiões’”, afirma Harari. “Se você reza todo dia, ganha pontos. Se você se esquece de rezar, perde pontos. Se no fim da vida você ganhou pontos o suficiente, depois que morrer irá ao próximo nível do jogo (também conhecido como céu)”.

Mas a ideia de encontrar significado na vida com essa realidade alternativa não é exclusividade da religião, como explica o professor. “O consumismo também é um jogo de realidade virtual. Você ganha pontos por adquirir novos carros, comprar produtos de marcas caras e tirar férias fora do país. E, se você tem mais pontos que todos os outros, diz a si mesmo que ganhou o jogo”.

Para o escritor, um exemplo de como funcionará o mundo pós-trabalho pode ser observado na sociedade israelense. Alguns judeus ultraortodoxos não trabalham e passam a vida inteira estudando escrituras sagradas e realizando rituais religiosos. Esses homens e suas famílias são mantidos pelo trabalho de suas esposas e subsídios governamentais. “Apesar destes homens serem pobres e nunca trabalharem, pesquisa após pesquisa eles relatam níveis de satisfação mais altos que qualquer outro setor da sociedade israelense”, afirma Harari.

O professor finaliza seu artigo com uma pergunta e uma afirmação muito instigante que deveria ser realizada diariamente.

“Você realmente quer viver em um mundo no qual bilhões de pessoas estão imersas em fantasias, perseguindo metas de faz de conta e obedecendo a leis imaginárias? Goste disso ou não, esse já é o mundo em que vivemos há centenas de anos”.

 

 

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