16º Encontro Nacional de RI: CEO’s discutem a inteligência de RI nas empresas

Jack Welch é citado durante o evento de Relações com Investidores

Local: São Paulo

Data: 23/07/2014

16º Encontro Nacional de RI: CEO’s discutem a inteligência de RI nas empresas

A 16ª edição do Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais que acontece até hoje na FECOMERCIO, em São Paulo, abordou em um de seus painéis a Inteligência de RI nas Empresas. Antônio Castro, da ABRASCA, enfatizou que a importância do profissional de RI dentro de uma empresa depende muito da cultura e do planejamento estratégico da própria companhia e também do próprio profissional de RI. “Como Jack Welch, executivo norte-americano, diz: o importante é a execução. Mas, sem planejamento estratégico não existe execução”, afirmou, jogando a pergunta aos demais palestrantes: Como se dá a atuação do trabalho de RI na empresa?

André Dorf, CEO da CPFL Renováveis, citou o exemplo da companhia que abriu capital há apenas um ano. “A área de RI hoje demanda cada vez mais a integração de ferramentas para target de investidores e coberturas de analistas”, explicou. Marcello Castelli, CEO da Fibria, observou que, por ter longa atuação no mercado de capitas, visto que a empresa já tem capital aberto há muitos anos, a Fibria alcançou uma maturidade, portanto, tem uma atuação mais avançada junto a investidores.

No quesito métricas, ele mencionou que saber discernir o que é confidencial em termos de informação é um quesito muito importante. “Fazemos planejamento estratégico, assim como quais as ações e papel de cada área para executar o que foi planejado. A função do RI moderno é o RI 3 D: tem que ter capacidade de olhar o mercado, boa relação de transparência e simetria de reforço”, afirmou Castelli.

Fazer com que o mercado de capitais melhore o nível de aderência da companhia também está no escopo da Fibria, assim como faz parte do plano estratégico da companhia. “Em cima desse plano estratégico determina-se metas. A equipe é enxuta, mas de qualidade para desempenhar esse plano estratégico”, revelou o executivo da Fibria. Segundo ele, as metas são mais qualitativas e as informações têm mais simetria. “Nosso RI diversifica o fluxo de recursos da companhia, está atento à volatilidade e performance de ações”, encerrou.

Líbano de Miranda Barroso, CEO da Via Varejo, reforçou o papel do RI dentro da companhia. “Nossa visão de RI tem que estar na linha do negócio, participar do dia a dia da companhia”, comentou

Criação de Valor - O papel estratégico do RI na criação e preservação de valor, também foi apresentado no evento que em painel moderado por Geraldo Soares, do IBRI, contou com a presença de profissionais de RI de empresas de peso como a Vale e Kroton. Carla Miller, gerente de RI da Vale, relatou o grande papel que a área de RI ocupa dentro de uma empresa que ocupa primeiro lugar na movimentação de ADRs (do inglês American Depositaries Receipts) na Bolsa de Nova York. “Nossa área de RI conta hoje com 20 profissionais e foi dividida em quatro áreas. Em uma estrutura assim é melhor de se trabalhar”, explicou.

Segundo ela, atualmente, a área de RI está trabalhando para trazer de volta investidores que venderam suas ações. “Estamos tentando trazer de volta grandes e pequenos investidores que venderam seus papeis. Estamos, portanto, com uma atuação bem mais ativa. Vamos a conferências e fazemos a equipe participar de road shows. Nosso CFO, CEO e RI também participam”, relatou a gerente de RI da Vale.

Carlos Lazar, diretor de RI da Kroton, revelou a grande dinâmica que a área de RI ganhou na empresa desde a fusão com a Anhanguera. "Em 2010 fizemos uma mudança importante na área, que era sediada em Belo Horizonte, mas agora está mais atenta aos mercados de São Paulo e, desta forma, está mais fácil e próxima de investidores", explicou.

Marcelo Mesquita, sócio da Leblon Equities, observou que a área de RI das empresas passou por uma verdadeira revolução nos últimos 20 anos. "Antigamente fazia-se longas filas de office boys na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para pegar as demonstrações financeiras. Hoje se tem o uso do vídeo, que é um recurso, no entanto, mais utilizado lá fora”, comentou. Para ele com a tecnologia que se tem hoje, uma pessoa que tem apenas R$ 10 na Vale tem quase o mesmo nível de informação de uma pessoa que tem 10% em ações da companhia.