Saúde da população em âmbito mundial é reflexo da saúde das edificações inseridas nas cidades

O tema ‘Casa Sustentável e Saudável’ foi foco de debate durante o evento ‘Cidades Saudáveis e Sustentáveis’, que reúne especialistas brasileiros e de outros países até sábado (25)

“O futuro sustentável está nas mãos dos arquitetos e urbanistas que estão traçando as edificações que compõem as cidades, bem como a saúde dos que nelas habitam e trabalham. Robert Steller

Data: 24/10/2014

O planeta pode se manter saudável por meio da construção de edificações saudáveis, com a utilização de materiais de construção benévolos, que proporcionem saúde e bem-estar humano. Na lista, alguns elementos primordiais foram elencados por especialistas brasileiros e de outros países, como a utilização de terra nos tijolos de argila, da areia na pintura das paredes, do cimento branco, do bambu nas estruturas, da madeira nas bancadas, da abundância de iluminação natural, de plantas e ervas nos ambientes

O debate faz parte do 10º Encontro de Arquitetos do Paraná, realizado pelo Sindicato dos Arquitetos do Paraná (Sindarq/PR), em parceria com a Escola de Arquitetura e Design da PUC/PR e a Aliança Paraná Sustentável, que ocorre entre os dias 23 e 25 de outubro, na PUC/PR. O evento tem como objetivo primordial reforçar a importância do papel do arquiteto e urbanista na gestão e ordenamento na busca de cidades mais sustentáveis e saudáveis.

“O futuro sustentável está nas mãos dos arquitetos e urbanistas que estão traçando as edificações que compõem as cidades, bem como a saúde dos que nelas habitam e trabalham. Sabemos que os seres humanos dependem de alimentos, água doce e ar puro para sobreviver, independentemente da região do mundo onde vivem”, enfatiza o especialista alemão Robert Steller, que une sua habilidade na área médica com a da biologia para rastrear o ambiente das edificações em âmbito mundial.

Steller lembra que os recursos naturais e os serviços ecossistêmicos fornecidos pelo planeta são fundamentais para a sobrevivência dos seres humanos e, por isso, devem estar dentro das casas e edifícios que compõem as cidades. “Edifícios doentes são responsáveis por uma perda de 100 milhões de dólares aos cofres públicos nos estados Unidos (EUA). O aço usado nas estruturas de num prédio gera doenças”.

E exemplifica. “Em Toronto, medi o campo magnético de um prédio com estrutura de aço. Quanto mais alto o apartamento, mais pessoas doentes eu encontrava. Temos o bambu, o vidro. Outro fator que impacta na saúde das pessoas é a temperatura dos ambientes. O calor não pode aquecer o corpo, e sim os ossos. Esta é a causa de muitas mortes em saunas. Como podemos resfriar os prédios¿ Construindo com tijolos de argilas, enfim, com insumos o mais natural possível. Se assim for projetado e executado, o ar-condicionado não se faz necessário”, explica Robert Steller.

Certificações são essenciais para o cumprimento de protocolos ambientais básicos

Daniela Corcuera, arquiteta, mestre em arquitetura sustentável e consultora no âmbito de certificações ambientais, defende as certificações frisando que “A cadeia da construção civil é muito lenta no que tange a reagir”. Sabemos que estamos fazendo o básico com as certificações, mas são as formas que temos hoje para seguir protocolos essenciais para proteger o capital natural, produzir de forma melhor, consumir de forma mais inteligente, redirecionar fluxos financeiros e compartilhar nossos recursos de forma mais equitativa”.

“Tratam-se de escolhas melhores para gerenciar, usar e repartir os recursos naturais dentro dos limites do planeta. É uma saída para garantir segurança hídrica, alimentar e energética para todos, completa Daniela, que, para completar, expôs um case certificado com um dos seis selos existentes em âmbito mundial, o empreendimento Aroeira Office Park - Edifício Araucária, construído em Curitiba (PR). “Necessitamos urgentemente de uma ação global em todos os setores da sociedade para construir um futuro mais sustentável”, completa a especialista.

O resgate da sabedoria popular

Assim como a utilização de materiais naturais que tratam da saúde das edificações e, logo, dos humanos, o arquiteto Carlos Solano, faz a analogia do bem estar do corpo ao da casa aplicando princípios do feng shui. “Se os olhos são o espelho da alma, o lar é, segundo o feng shui, um reflexo da vida, repleta de energias que podem (ou não) jogar a seu favor. Portanto, considero fundamental resgatarmos a cultura popular, que tomava uso de ervas e plantas para tratar da saúde e usarmos para cuidar da saúde de nossas casas também”, explica Solano.

“Tal como há pessoas que interpretam os sinais do corpo humano, devemos interpretar os sinais da casa e comparamos as características do local e o tipo de vida da pessoa para fazer uso da cultura popular. Se cuidarmos da saúde do nosso espaço, isso vai se refletir nas nossas vidas”, diz o arquiteto.

Na contramão....

Na contramão destes princípios, o arquiteto espanhol Luis de Garrido, doutor em Arquitetura pela UPV (Universidade Politécnica de Valência), criticou os princípios detalhados acima, apesar de fazer uso de muitos deles. Para exemplificar, o jardim vertical (que, segundo ele, consome energia e recursos em demasia) e projetos inspirados em elementos e formas da natureza são marcas registradas em muitas de suas edificações.

O palestrante também apresentou suas atuações apoiadas na arquitetura verde, que se utiliza de algumas ferramentas denominadas ecológicas, mas que não contemplam a cadeia produtiva como um todo.

10º Encontro de Arquitetos do Paraná’

O 10º Encontro dos profissionais do Paraná, realizado pelo Sindicato dos Arquitetos do Paraná (Sindarq/PR), em parceria com a Escola de Arquitetura e Design da PUC/PR e a Aliança Paraná Sustentável, entre os dias 23 e 25 de outubro, na PUC/PR, tem como objetivo primordial reforçar a importância do papel do arquiteto e urbanista na gestão e ordenamento na busca de cidades mais sustentáveis e saudáveis.

Programação

Sexta-feira 24 de Outubro

Casa sustentável e saudável

08:00 Palestra Casa Sustentável: Arquiteta Daniela Corcuera

09:00 Palestra Casa Natural: Arquiteto Carlos Solano

10:00 Coffee Break

10:30 Palestra Casa Saudável: Robert Steller

11:30 Debate entre os palestrantes

Bairro sustentável e saudável

14:00 Palestra Comunidades Sustentáveis: Arq. Sergio Pamplona

15:00 Palestra Bairro Sustentável: Eng. Marcos Casado

16:00 Coffee Break

16:30 Palestra Bairro Saudável: Arq. María Figols

17:30 Debate entre os palestrantes

18:00 Encerramento

Sábado 25 de Outubro

Cidade sustentável e saudável

08:00 Palestra Sustentabilidade e HIS: Arq. Tomás Moreira

09:00 Palestra Cidades para Pessoas: a confirmar

10:00 Coffee Break

10:30 Palestra Cidades Sustentáveis: Arquiteta Juliana Awad

11:30 Debate entre os palestrantes

Metrópole sustentável e saudável

14:00 Palestra Aliança Paraná Sustentável e os Círculos da Sustentabilidade: Eduardo A. e Luciano P.

15:00 Palestra Metrópole Sustentável: Economista Alain Grimard

16:00 Coffee Break

16:30 Palestra Políticas Públicas para o Desenvolvimento Sustentável: Arquiteto João Whitaker

17:30 Debate entre os palestrantes

18:00 Encerramento

Informações para a imprensa:

JOSI BASSO

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(41) 9959-0506 / (41) 9223-7104

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