Doutor em Filosofia pela Sorbonne e mestre em Psicanálise pela Université de Paris 8, Saint Denis, Claudio Pfeil lançou seu livro Diário de um Analisando em Paris, dia 17/07 em São Paulo. O carioca, que morou em Paris durante 18 anos, vem a São Paulo prestar uma homenagem aos leitores paulistanos envolvidos com a temática da psicanálise de orientação lacaniana, os quais formam o maior número de leitores do livro. Em formato de diário, o livro chegou à segunda edição em menos de quatro meses e cativa tanto pelas descrições acuradas de um estudante quanto pela sinceridade em revelar sua intimidade, pedalando pelas ruas de Paris entre o consultório de sua analista e a universidade.

“Qual é o drama da minha existência”? Essa é a pergunta incontornável dos indivíduos pós-modernos. E, claro, a resposta não é fácil. Apenas aqueles que se aventuram pelo tortuoso caminho do enigma que é o desejo, é que podem obter pistas de sua resposta. Em tempos de amor líquido, relações fugazes e culto à imagem, abordar o desconhecido e o impossível de se dizer pode ser considerado um ato de coragem.

Coragem que, por vezes, chega muito, mas muito, devagar. O autor-personagem do livro Diário de um Analisando em Paris” começa sua análise de uma forma tão desencorajadamente singela, que nos faz recordar Macabéa, de A Hora Da Estrela: “Adoro água”, ele diz. “Estou vendo”, retruca sua analista. De uma forma simples, o livro cresce na medida em que o escritor desvenda seus dramas pessoais, que são, na verdade, universais. “A gente só procura uma análise quando a identidade balança”. E em tempos incertos, os referenciais identitários tendem a balançar, cotidianamente.

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