Biogas: Economia, Regulação e Sustentabilidade

O livro Biogas: Economia, regulaçao e sustentabilidade analisa: a Política Nacional dos Resíduos Sólidos e legislação aplicada a esses resíduos; as tecnologias de conversão energética, com a análise da melhor alternativa para o biogás em aterros sanitários; aspectos econômicos e tributários de projetos de biogás, estudos comparativos do aproveitamento energético em aterros e novas legislações do setor de biogás no Brasil.

Qual será o principal insumo energético do século XXI? Hoje é o petróleo. O hidrogênio será o principal insumo energético a partir de 2060 e o biometano será utilizado em longa escala, em especial nas cidades sem Gás Natural, ou seja, sem gasodutos.

Local: Brasil

Data: 22/10/2014

PREFÁCIO

O biogás pode ser considerado uma energia triplamente invisível.

Como gás, invisível e intangível, é diferente das outras fontes que se vê e que se toca.

Como fonte de energia é diretamente ligado à sustentabilidade das próprias atividades, sendo obtido no tratamento sanitário de resíduos e efluentes orgânicos, mas desperdiçado, jogado fora.

É invisível para as políticas públicas de energia, pelo fato de o biogás ocorrer em situação distribuída, ou descentralizada, o que aos olhos dos planejadores demandaria enormes esforços para poder ingressar

no sistema em escala compatível com as outras fontes, que compõem a matriz energética. Ou seja, uma fonte renovável aparentemente desprezível.

Especificamente, a importância do aproveitamento energético, ambiental e econômico do biogás contido nos resíduos sólidos urbanos, tema central deste trabalho: “Biogás: Economia, Regulação e Sustentabilidade, realizado por Fábio Viana de Abreu, pós graduado do curso Especialização em Energias Renováveis – ênfase em Biogás, pode ser medida no fato de que, ao reforçar o nexo alimentos-energia, o trabalho convida à análise de um problema de dimensões planetárias e muito preocupantes.

Segundo relatório recente da FAO – Os Rastros do Desperdício de Alimentos: Impactos sobre os Recursos Naturais (agosto 2013) – enquanto mais de 800 milhões de pessoas no mundo passam fome,

estima-se que mais de um bilhão de toneladas de alimentos viram lixo todos os anos. Desperdícios em grande escala de alimentos constituem uma das causas da fome endêmica que grassa a humanidade.

O estudo enfatiza ainda que 54 % deste desperdício ocorre nas fases de produção até a armazenagem e é mais intensa em países em desenvolvimento. Enquanto 46 % ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo e é mais comum ocorrer em países desenvolvidos, que servem ao mercado alimentos praticamente prontos para consumo.

Nestes dois cenários o autor evoluiu com êxito. Somadas as perdas, continua a FAO, o custo econômico do desperdício foi estimado em US$ 750 bilhões/ano. Já os custos ambientais anuais decorrentes estimados são de 3,3 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 e de 250 quilômetros cúbicos de água diretamente envolvidos na produção.

Creio que é por essas razões – a importância do tema e a sua replicabilidade – que o trabalho de conclusão de curso de Fábio Viana de Abreu sendo editado seguramente se constituirá em peça bibliográfica de grande valor para a construção de propostas de reeducação energética, necessárias para termos uma nova cultura sobre a gestão de resíduos, que, se não encontrasse a sustentabilidade plena, certamente teria, na energia baseada no aproveitamento do biogás e suas aplicações, fontes de renda para reduzir seus custos. Vale a pena ler e ter como referência.

Cícero Bley Jr.

Superintendente de Energias Renováveis – Itaipu Binacional

Presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás

Presidente da Associação Brasileira do Biogás e Biometano (Abiogás)



Website: http://www.panoramaenergetico.com.br

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