Flavio Maluf destaca importância da fusão Dow Chemical e DuPont no futuro da indústria química

Com a união da DuPont com a Dow Chemical será criada uma gigante da indústria química, com valor previsto de 130 bilhões de dólares.

Data: 04/01/2016

Cerca de um mês após a Pfizer anunciar a compra da Allergan, a fim de alterar seu domicílio fiscal para a Irlanda para aliviar a carga tributária da empresa americana, outra fusão movimentou o mundo dos negócios, reporta Flavio Maluf. Com objetivos semelhantes aos da Pfizer – diminuição da carga tributária - as duas gigantes da indústria química, DuPont e Dow Chemical, anunciaram a sua fusão, em um negócio que movimentou cerca de 120 bilhões de dólares.

Flavio Maluf explica que, diferentemente do caso da Pfizer, onde a empresa americana obterá vantagens tributárias numa manobra conhecida como “inversão”, ao alterar seu domicílio fiscal, a DuPont e a New Chemical terão suas despesas com o fisco reduzidas devido a uma fusão de iguais - algo bastante raro de se acontecer. Antes de anunciada a fusão, ambas as empresas americanas tinham seu valor de mercado estimado em 60 bilhões de dólares.

Com a união da DuPont com a Dow Chemical será criada uma gigante da indústria química, com valor previsto de 130 bilhões de dólares. Segundo Flavio Maluf, o atual CEO da DuPont, Ed Breen, deverá ser também o CEO da nova companhia, enquanto o executivo máximo da Dow Chemical, Andrew Liveris, deverá ocupar o cargo de presidente da nova empresa.

Flavio Maluf explica que a fusão entre DuPont e Dow Chemical deverá criar três empresas diferentes no período de dois anos, todas elas com foco específico. Uma voltada exclusivamente para o setor de agricultura, que deverá contar com orçamento de 19 bilhões de dólares; outra direcionada para a ciência dos materiais, com orçamento estimado em 52 bilhões de dólares; e uma última para produtos especiais, que deverá ter um orçamento de 13 bilhões de dólares. De acordo com informações da DuPont, a criação destas três empresas deverá contar com o benefício de serem fruto de duas empresas já renomadas no mercado e que operam em grandes proporções, além de possuírem um foco estabelecido e capitais distintos – o que deverá facilitar o relacionamento com investidores e consumidores, uma vez que compreendê-los será menos complexo.

Flavio Maluf prevê que, apesar da grandeza e complexidade da operação, a fusão entre as duas gigantes do setor químico não deverá encontrar grandes dificuldades pelas barreiras impostas por órgãos antitruste americanos, e o negócio deverá ser completamente finalizado ainda no segundo semestre de 2016. Contudo, Flavio Maluf salienta que a gigante nascida da junção entre Dow Chemical e DuPont ainda terá uma concorrência bastante acirrada no mercado com outras gigantes que operam no mesmo setor. Bayer, Monsanto e Syngenta são empresas de peso que deverão reagir à fusão anunciada semana passada. Um exemplo é a expectativa de que a Syngenta busque se unir à outra companhia da indústria química, algo que quase ocorreu no passado quando a Monsanto ofereceu cerca de 470 francos suíços por ação da empresa suíça. Agora, após a confirmação do negócio entre Dow Chemical e DuPont, a expectativa do mercado é de que a Monsanto tente uma reaproximação do grupo suíço e aumente a oferta pelas ações da Syngenta, talvez para a casa dos 485 francos por ação.

Fonte: Época Negócios

Website: http://flaviomaluf.com/