De olho no comportamento do seu cão

Técnica moderna de adestramento soluciona problemas comportamentais através de estratégia eficaz e livre de agressões

Métodos motivacionais aumentam os laços afetivos e de comunicação entre o tutor e o cão. (Vilmar de Oliveira)

Local: Brasília, DF

Data: 13/09/2017

Hábitos como fazer xixi pela casa, morder os móveis, pular nas visitas, se exaltar durante os passeios, subir no sofá ou cavar buracos destruidores são hábitos típicos de cães que sofrem de problemas comportamentais. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense revelou que a principal causa de abandono e eutanásia de pets são problemas que se caracterizam como comportamentais. Dentre os mais citados estão a destrutibilidade e a agressividade.

O médico veterinário Alexandre Lima, explica que por mais difícil que seja admitir, a maioria dos problemas citados acima se iniciam devido ao comportamento dos tutores em relação ao novo membro da família. “Muitas vezes, sem querer, somos muito permissíveis quando temos um filhote em casa. A tendência é permitir que eles façam de tudo, porque é fofo. Mas no futuro, isso pode se tornar uma dor de cabeça constante.” Ter um cão saudável e feliz colabora para o bem-estar de toda a família. O pet passa a entender os hábitos e condutas positivas, enquanto o responsável não precisa se preocupar com a integridade da casa e até mesmo com a boa disposição física e mental do mesmo.

Assim como os humanos, os cães também apresentam expressões corporais que dizem muito sobre como se sentem… A ansiedade é algo comum entre a espécie, mas para o dono do bichinho, isso tende a passar despercebido. Se o pet se lambe ou boceja demais, ou até mesmo anda meio quietinho e cabisbaixo, por exemplo, é preciso ficar atento, pois podem ser sinais de estresse e ansiedade. Tendo isso em mente, há 28 anos trabalhando no mercado canino, em 2007, Vilmar de Oliveira fundou a FuncionalDog Coaching utilizando a técnica revolucionária de adestramento conhecida como “reforço positivo”. Não se trata apenas de domesticar o pet, mas sim de descobrir por qual problema o mesmo está passando, para assim resolvê-lo de maneira saudável.

O método se baseia em reforçar os comportamentos desejados, ignorar os indesejáveis e, sempre que possível, se antecipar a eles de forma positiva. Qualquer tipo de agressão é reprimida — nada de choques, enforcamentos ou golpes. “O protocolo é livre de estresse para os pets. Assim, eles conseguem diferenciar da forma correta, sem medos ou traumas, o comportamento ideal”, explica Vilmar. Outro ponto positivo da técnica é evitar que, no futuro, qualquer deslocamento de conduta, como agressões, seja desenvolvido como resposta negativa ao procedimento utilizado.

“Quando as pessoas pensam em adestramento, acham que se trata de comandos bobos, mas na verdade é como uma terapia que trabalha o comportamento do pet”, explica o médico veterinário Alexandre Lima. Trata-se de um treinamento estável e eficaz. O castigo, por exemplo, já não é tão acurado, pois foi provado que os cachorros têm memória muito curta e é provável que não associem as atividades com o castigo. Além disso, há estudos que indicam que cães não sentem culpa. Apesar de serem considerados um dos animais mais inteligentes, um castigo que causa dor ou medo pode ser compreendido como agressão, e não como punição ao que fez de errado. Dessa forma, o risco de ter um cão traumatizado ao contrário de treinado aumenta consideravelmente.

Foi a paixão canina que motivou Vilmar a trabalhar na área. “Queremos evitar que bichinhos de estimação sejam esquecidos e deixados de lado por algo que, na maioria dos casos, têm solução.” Como principal objetivo, a equipe foca em identificar o problema comportamental do pet para solucioná-lo e, então, proporcionar bem-estar para o cãozinho e sua família.

O “clicker” é o grande segredo da técnica de reforço positivo para adestramento, pois além dos casos terem quase 100% de sucesso, os resultados começam a surgir em pouco tempo. O aparelho nada mais é do que um dispositivo sonoro no formato de uma caixinha. O nome vem do barulhinho que surge quando ele é pressionado com o dedo e, depois de alguns treinos, os cães aprendem a reagir ao som reproduzido pelo aparelhinho como um “marcador de comportamento”. Simples e sem qualquer agressão.

A FuncionalDog Coaching conta com adestradores e médicos veterinários parceiros especialistas em comportamento animal para auxiliar o processo. “Se notamos algum problema clínico, não hesitamos em encaminhar o cão ao profissional para ser tratado e, em seguida, focarmos no comportamento”, comenta Vilmar. Desde 2007, mais de 300 treinadores e empreendedores do segmento pet já fizeram ao menos um curso idealizado e organizado pela organização e seus parceiros. Além disso, Vilmar se tornou um dos grandes nomes da área comportamental no país, trazendo em seu repertório uma bagagem internacional de capacitação. “São muitos casos de sucesso e famílias felizes com seus cãezinhos”, finaliza Vilmar.