Nova queda na Selic deve atrair novos investidores à Bolsa e aumentar público em canais de finanças, no YouTube

São Paulo, SP 11/2/2020 – Apesar da Renda Fixa ainda ser melhor que a poupança, quem realmente quer ver o dinheiro crescer vai ter que começar a flertar com a Bolsa de Valores.

Que o interesse dos brasileiros pela Bolsa de Valores vem aumentando nos últimos anos é indiscutível. Um bom exemplo disso é o crescimento de canais no YouTube sobre o tema e, consequentemente, o aumento do número de pessoas que consomem esse conteúdo.

Um bom exemplo disso, aliás, é o canal Investidor Sardinha. Comandado pelo empresário, investidor e youtuber Raul Sena, o canal já ultrapassou as 444 mil visualizações em apenas 6 meses de existência.

Quase batendo a marca de 13 mil inscritos no YouTube, Raul, de apenas 26 anos, mostra aos seus seguidores que entrar na Bolsa de Valores não é nenhum bicho de sete cabeças. “Investir exige que a pessoa se esforce e estude sobre o assunto, mas não é algo apenas para os milionários”, afirma.

Conforme ele explica em seu canal, é possível começar até mesmo com aportes tímidos. A partir de R$ 100,00, em média, é possível investir no Tesouro Direto. Este, aliás, é um tipo de investimento mais conservador e super seguro, que faz parte da Renda Fixa.

E, no caso das ações, que fazem parte da chamada Renda Variável – ou seja, que varia seguindo as movimentações do mercado – existem cotas por até R$ 15,00 ou menos. “O problema, no caso das ações, é que não é possível prever se as empresas vão valorizar ou enfrentar quedas. Mas, apesar da volatividade, é possível estudar e escolher empresas mais estáveis para aplicar seu dinheiro”.

Queda da Selic
Com a quinta queda consecutiva da Selic – a taxa básica de juros da economia brasileira -, Raul Sena aposta que muita gente vai, finalmente, olhar para a Bolsa com outros olhos. Especialmente para o mercado de ações.

Isso porque, com seu novo recorde histórico de baixa nos últimos dias, a Selic passou de 4,5% ao ano para 4,25% ao ano. Ou seja, no mundo dos investimentos, ficou ainda mais difícil ter rendimentos justos com o dinheiro aplicado em Renda Fixa, já tais aplicações estão atreladas à taxa Selic ou à taxa DI, muito próxima da taxa básica de juros.

“Apesar de ainda ser melhor que a poupança, quem quer ver o dinheiro crescer vai ter que, finalmente, deixar a preguiça de lado e começar a flertar com renda variável”, afirma.

Para se ter ideia do cenário, vale usar como exemplo uma simulação divulgada pelo site Exame. No exemplo, eles tomaram como base um investimento no valor de R$ 5.000,00, em diferentes aplicações da Renda Fixa, seguindo diferentes prazos. Em todos os casos, a taxa Selic de 4,25% foi mantida.

No Tesouro Selic, por exemplo, em 6 meses, o investimento apresentaria um rendimento de apenas R$ 75,00. Em um CDB – com 90% do CDI – , o valor investido contaria com um rendimento de R$ 71,68 no mesmo período.

Levando em consideração 30 meses, nas mesmas condições, os R$ 5.000,00 iniciais passariam a ser R$ 5.405,34, no CDB. Enquanto isso, no Tesouro Selic, o rendimento seria de R$ 5.424,73.

Segundo o site Exame, na simulação, os valores já descontam o Imposto de Renda, cobrado em todas as aplicações.

Renda Variável
E, embora não seja possível ter um cálculo fechado do quanto esse mesmo valor renderia em aplicações mais arriscadas, a verdade é que dá atingir valores muito superiores aos da Renda Fixa, em um período menor de tempo, com a Renda Variável.

“Como sempre falo em meus vídeos, não se trata de uma aposta. O que as pessoas precisam fazer para começar e buscar o máximo de informações possível sobre como o mercado funciona e, claro, sobre as empresas nas quais querem investir. Não dá para ficar seguindo apenas conselhos ou copiado carteiras aleatoriamente”, aconselha.

Mas, para quem quer começar, o youtuber afirma que um bom ponto de partida é estudar as grandes blue chips, ou seja, empresas consolidadas em mercados perenes. Isso porque, dificilmente, elas sofrerão grandes variações nas condições normais do mercado.

Este, pelo menos, é o caminho que ele mesmo segue para escolher as empresas que compõem sua carteira pública, mostrada no canal. Aliás, a estratégia se comprova interessante, já que a carteira do Investidor Sardinha apresenta rentabilidade de 50% ao ano e, em 6 meses, soma R$ 250,000.

Composta por investimentos em Renda Fixa e Variável, Raul escolhe suas aplicações e faz seus aportes diante da câmera. Seu aporte inicial – exibido no primeiro vídeo, em julho de 2019 – foi de R$ 42 mil. De lá para cá, seus aportes são quinzenais, e variam de R$ 5 mil a R$15 mil reais.

A ideia com isso, segundo ele, é mostrar a rentabilidade e também as perdas, explicando que não existe renda garantida na Bolsa de Valores, e que as operações estão sujeitas ao risco de 100% de perda do capital investido.

Informação descomplicada
E, para quem ainda acha muito difícil o assunto, uma ótima forma de se familiarizar com a temáticas são canais de investimento, como o do Investidor Sardinha. Embora eles não substituam a leitura especializada, ou os conselhos profissionais, são um bom início para quem não tem ideia sobre o que foi discutido até aqui, por exemplo.

Aliás, ao cenário atual e ao boom do assunto, a aposta é que cada vez mais pessoas se interessem por finanças pessoais e busquem auxílio na plataforma de vídeos. Segundo Raul, pelo menos com relação ao seu público, o que as pessoas buscam nesses canais é ver como tudo funciona na prática, e é isso que ele vem tentando mostrar desde o primeiro vídeo.

“Eu mostro as minhas operações em com dinheiro real. As pessoas se interessam pelo “skin in the game” (pele em jogo, em português), comenta. Ele acrescenta ainda que, assim, também será mais fácil acompanhar os investidores iniciantes nos futuros momentos de crise e mostrar que não existem motivos para desespero, já que Renda Variável oscila mesmo.

Sardinhas e tubarões
Sobre a escolha do nome do canal, Investidor Sardinha, Raul conta que tem muito a ver com essa cultura de novos pequenos investidores que chegam à B3 todos os dias.

Isso porque, na linguagem do mercado, “sardinha” diz respeito a quem não tem experiência no mundo dos investimentos e acaba seguindo o movimento da massa. Ou seja, investe seguindo apenas conselhos e não sabe bem o que está fazendo.

Inclusive, os sardinhas, não raro, acabam virando comida de “tubarões”. Este, que também é um jargão da economia, se refere aos grandes investidores e fundos. Aqueles que controlam valores milionários.

Website: https://youtube.com/investidorsardinha

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