O impacto das matrículas na locação de imóveis nas chamadas “Cidades Universitárias”

Estado de São Paulo 20/2/2020 – Os estudantes são responsáveis por dois terços das locações residenciais aqui na cidade.

Todos os anos algumas cidades recebem uma alta demanda por locação de imóveis por universitários, as chamadas “cidades universitárias” lidam com a sazonalidade principalmente entre os meses de janeiro e março. Esse é o caso de Campinas, mais especificamente de Barão Geraldo, distrito da cidade que abriga a Unicamp. Todos os anos a Unicamp recebe cerca de 2,5 mil calouros e muitos deles vêm de outras regiões do Brasil.

Cidades como Campinas e São Carlos recebem centenas de calouros buscando um lugar para morar todos os anos, como essas cidades lidam com essa sazonalidade?

Todos os anos algumas cidades recebem uma alta demanda por locação de imóveis por universitários, as chamadas “cidades universitárias” lidam com a sazonalidade principalmente entre os meses de janeiro e março em que concentram as matrículas das faculdades.

Esse é o caso de Campinas, mais especificamente de Barão Geraldo, distrito que abriga a Unicamp. Todos os anos ela recebe cerca de 2,5 mil calouros e muitos deles vêm de outras regiões do Brasil. Dados da própria Unicamp mostram que na primeira chamada dos ingressos de 2020 registrou o maior percentual de estudantes oriundos de outros estados da história, 19,4% dos convocados para a matrícula são de fora do Estado de São Paulo.

Essa conta não inclui estudantes de outras cidades que, por muitas vezes, também precisam se mudar para estudar na Unicamp. Além da Unicamp, Barão também serve de morada para os estudantes da PUC Campinas e da FACAMP que juntas somam mais de 5 mil ingressantes.

São Carlos é outra cidade que recebe uma alta quantidade de calouros no início do ano, contando calouros da UFSCar e da USP são mais de 3,8 mil alunos por ano, assim como no caso da Unicamp, muitos deles vêm de outras cidades.

Como as cidades se preparam para receber esses alunos?

Essas cidades estão acostumadas com o fluxo de novos alunos chegando todos os anos, como conta Pedro Henrique que é corretor de imóveis na cidade de São Carlos, “os estudantes são responsáveis por dois terços das locações residenciais aqui na cidade. Nós que somos do mercado imobiliário, sentimos o impacto o ano todo, principalmente entre os meses de dezembro e março.” O corretor ainda informa que o impacto vai além das locações, “aumenta também o fluxo de vendas, pois o alto índice de locação acaba atraindo vários investidores.”

Além da própria cidade, os alunos que ali já residem se preparam para receber os calouros, como conta Bruno Santos de Souza que faz parte do Diretório Acadêmico de Física e Engenharia Física da UFSCar, “O Diretório Acadêmico da Física e da Engenharia Física da UFSCar instaura, geralmente no final de cada ano, a Comissão de Calourada do Departamento de Física. Ela é aberta à inscrição de alunos e servidores públicos da universidade poderem contribuir com as decisões e tarefas que serão feitas pela Comissão”.

A comissão também faz grupos no WhatsApp e no Facebook para se comunicar com os calouros antes mesmos de eles chegarem em São Carlos, nesses grupos os veteranos auxiliam os calouros que vêm de outras regiões a encontrar um lugar para morar, “disponibilizamos uma publicação exclusiva para divulgação de repúblicas e moradias paras os calouros poderem entrar em contato”.

Aquecimento do mercado imobiliário

No início do ano o mercado imobiliário naturalmente se aquece e, com a chegada dos universitários em cidades com grandes universidades, esse aquecimento é ainda maior. A Habicamp, (Associação Regional de Habitação) apresenta dados em seu site sobre a cidade de Campinas, apontando para a projeção de uma aumento de até 35% no número de contratos de locação de imóveis na cidade no período de matrículas deste ano.Esse movimento de procura começou em janeiro e segundo a Habicamp deve acontecer até a primeira quinzena de março.

O momento das matrículas gera grande expectativa no mercado imobiliário, e para a LiveHere a expectativa é ainda maior. Nascida em 2018 anos a startup é especialista em locação digital para universitários, então o momento das matrículas é o momento para a empresa. Segundo Heloísa Mininel, responsável pela análise dados na LiveHere, os números mostram que as matrículas das universidades realmente impulsionam o mercado imobiliário, “Comparando dezembro de 2019 e janeiro deste ano, já tivemos um aumento de 120% na quantidade de clientes que chegam ao nosso site buscando imóveis perto das universidades”.

A tecnologia como aliada dos estudantes nesse momento

As matrículas das universidades estão se modernizando, só no estado de São Paulo as três grandes universidades estaduais já mudaram o modelo de matrículas. USP, Unicamp e Unesp agora realizam pré-matrículas online, somente no início das aulas o estudante deve se apresentar presencialmente para a matrícula.

Essa iniciativa facilita a vida do estudante, que não precisa fazer uma viagem apenas para entregar e assinar os documentos. Júlio Ng é natural de São Carlos e estudou engenharia da computação na USP por três anos, agora vai fazer ciências contábeis na USP de São Paulo, passando pelos dois modelos de matrícula. “Fiz a matrícula presencial uns 3 anos atrás, em 2017. Lembro que era osso porque todo mundo tinha que vir pra São Carlos só trazer os documentos e ir embora.”

Neste ano ele fez a matrícula virtual, “Acho que a online me ajudou mais. Eu estava viajando na época, e poder fazer tudo pelo computador com certeza foi mais prático e confortável. Pensando em quem mora longe de SP, é também uma forma de inclusão e estimular pessoas de fora a prestar a USP.” e ainda comentou que o processo foi simples, já que a universidade deixou tudo bem explicado, só teve que se atentar mais com as datas.

Essa mudança também transforma a maneira como o estudante busca imóveis, antes famílias e calouros se mobilizaram para procurar o imóvel pessoalmente no mesmo dia ou na semana da matrícula presencial, agora a maior parte procura pela internet e se planeja para ir visitar depois.

Esse cenário favorece o modelo de negócios digital, como é o caso da LiveHere, que apresenta até mesmo o contrato de locação digital. Segundo Vinícius Freitas, o CEO da startup, todo o processo é pensado para garantir o conforto do calouro e de sua família, “produzir um material de qualidade, fotos, vídeos, todas as informações, a gente consegue trazer também os pais para o processo de tomada de decisão. Como muitos estudantes vêm de outros estados, nem sempre os pais conseguem estar aqui para visitar os imóveis junto com os filhos, a gente tem consegue trazer os pais para o processo de decisão que também é mega importante nesse momento de mudança.”

Website: https://www.livehere.com.br/

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