Os desafios para migrar à Metodologia Ágil

São Paulo – SP 22/4/2020 – Não importa se a mudança começa em um pequeno grupo e se difunde pela empresa ou se é uma determinação que vem de cima

Em uma metodologia ágil, simplesmente reúne-se o time que define e começa a implementar uma solução que poderá ser entregue ao cliente em uma semana ou quinzena.

Hoje métodos ágeis, metodologias ágeis ou até mesmo empresas ágeis são termos comuns, especialmente com o advento de inúmeras startups que já nascem usando estas metodologias de trabalho que se integram facilmente às mais diversas ferramentas de criatividade e inovação. Segundo o Analista de TI, César Luís Uhry Lauxen, para empresas que vem de uma metodologia de desenvolvimento de software tradicional, ou cascata, o processo de mudança e adaptação não é fácil.

Lauxen explica que em uma metodologia tradicional, ou cascata, o desenvolvimento de software segue um fluxo bem definido e qualquer alteração requer o retorno em parte ou todo o fluxo. “É como se fosse uma esteira em que o gestor de negócios e a equipe técnica definem os requisitos ou regras daquilo que deve ser desenvolvido, que passa para análise, desenvolvimento, testes, para então ser apresentado para o gestor homologar antes da implantação para os usuários. Acontece que neste momento muitos gestores descobrem que a solução não é aquilo que pediram ou simplesmente já não atende mais as suas necessidades, pois o mundo dos negócios é dinâmico”.

As metodologias ágeis buscam dar agilidade e adaptabilidade permitindo aos times realizar entregas constantes e incrementais daquilo que tem mais valor para o negócio, os MVPs (Produto Mínimo Viável, do inglês Minimum Viable Product), e quando novas oportunidades surgem, simplesmente abraçam estas oportunidades sem precisar desperdiçar o investimento feito no seu trabalho anterior. Um framework muito utilizado é o Scrum, no qual os times são enxutos e tem as capacidades e a autonomia para desenvolver a solução priorizada como um todo, dentro de pequenos ciclos chamados sprints (nome emprestado do jogo de Rugby, de onde também vem o nome Scrum). O grande diferencial é que um profissional da área de negócios atua dentro do time, priorizando as necessidades e tirando as dúvidas de negócio.

Nesta metodologia, segundo César, o trabalho flui com muito mais naturalidade e traz maior satisfação a todos os envolvidos. “Imagine uma situação em que a empresa precisa entregar uma solução urgente para lidar com o Covid-19. Se estiver usando um método tradicional, terá que patrocinar o projeto, que precisará do levantamento de requisitos, confecção dos artefatos de análise e design, desenvolvimento do software, testes, homologação e só então poderá ser entregue aos usuários. Até lá a solução pode não fazer mais o menor sentido!”.

Em uma metodologia ágil, simplesmente reúne-se o time que define e começa a implementar uma solução que poderá ser entregue ao cliente em uma semana ou quinzena.

Nem sempre a mudança de conduta é fácil de implantar em uma empresa, segundo o Analista “não importa se a mudança começa em um pequeno grupo e se difunde pela empresa ou se é uma determinação que vem de cima, em algum momento é preciso que os altos escalões patrocinem a adoção contínua dos métodos ágeis”.

Como em qualquer mudança existe o risco de a transição não ser bem-sucedida e para ajudar neste processo podemos adaptar a estratégia descrita por John P. Kotter na edição de janeiro de 2007 da revista Harvard Business Review que sugere oito passos para transformar uma organização: criar senso de urgência, formar um grupo com poder e autonomia para transformar, criar uma visão clara do futuro esperado, comunicar exaustivamente a mudança, empoderar as pessoas, criar metas de curto prazo e celebrar as conquistas, consolidar as mudanças aperfeiçoando as políticas da empresa, e institucionalizar a mudança tornando-a parte da cultura organizacional.

Para Cesar, uma empresa tradicional que tem metodologias profundamente arraigadas e controles intensos vai impor maior resistência no momento de mudar para algo mais flexível e que dá mais autonomia a vários níveis da organização. “Não é um processo simples, mas eu pude vivenciar esta mudança em uma empresa bem tradicional que adotou uma estratégia semelhante à descrita por Kotter e foi bem-sucedida. Obviamente, todos processos evoluem e sempre existem adaptações a serem feitas, mas tenho certeza que todos estão hoje mais receptíveis ao que tiver para ser feito” finaliza o Analista de TI.

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