Psicóloga explica o que levar em conta na hora de escolher um berçário para os filhos

São Paulo 29/10/2019 –

Com o fim da licença maternidade, para os pais é reconfortante poder contar com um berçário com profissionais aptos a desempenhar a função materna com o bebê. Nesse quesito, a segurança deve ser uma das maiores preocupações daqueles que decidem deixar seus filhos nesse tipo de estabelecimento.

Eles devem investigar se a instituição na qual pretendem matricular seus filhos está em condições adequadas, se possui licença de funcionamento da prefeitura, do Corpo de Bombeiros e da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), responsável por fiscalizar a cozinha e o lactário.

Em razão da pouca autonomia das crianças, imóveis de dois ou mais andares devem ser descartados, independentemente de terem ou não redes de proteção nas janelas. Afinal, se houver uma urgência, um adulto dificilmente consegue carregar duas por vez.

Uma operação dessa natureza será ainda mais complexa se, no meio do caminho, houver degraus, portõezinhos e anteparos que possam dificultar a evacuação.

Um segundo item a ser observado é o preparo das pessoas que assumirão as funções maternas, como mães substitutas, junto à criança. Considerando que a primeiríssima e a primeira infância são as fases mais importantes do desenvolvimento de um indivíduo, a psicóloga e pedagoga formada pela PUC-SP Maria Guimarães Drummond Gruppi, diretora do Ponto Omega – Berçário e Educação Infantil Bilíngue, avalia que não há como discutir a importância e a qualidade dos cuidados primordiais se não houver reflexões concomitantes a respeito das necessidades das crianças dessa idade com os responsáveis por esses estabelecimentos.
Segundo ela, é de grande relevância saber se, de fato, o berçário possui o conhecimento a respeito da importância do cuidar.

Poder contar também com uma sala, especial, reservada à amamentação dos bebês garante que as mães possam dar o peito mantendo uma relação saudável e de grande cumplicidade com seus filhos.

O último ponto e um dos mais importantes destacados pela psicóloga é a adaptação da criança ao novo espaço. Ela deve ser cuidadosa e gradual, pois cada criança é única.

Por isso, é importante os pais se darem conta da importância crucial dos cuidados primordiais na constituição da criança, e ao procurarem um berçário, ficarem atentos a questões que vão além do espaço físico, da limpeza, da segurança da criança e do conteúdo programático.

Outra questão da maior importância diz respeito à formação e à capacitação dos professores em relação aos cuidados primordiais na 1ª infância e às propostas de atividades que envolvam o brincar – temas que devem fazer parte das atividades diárias das crianças, assim como toda uma gama de experiências que envolvam a percepção dos sentidos.

A aproximação com uma segunda língua também é um fator determinante na escolha da escola. Afinal, como nessa idade há uma grande plasticidade neuronal é natural que os pais tenham interesse em escolas bilíngues. É importante, no entanto, ter em mente que essa não deve ser uma situação forçada e que a língua materna deve ser tão valorizada quanto a segunda língua.

Portanto, considerando todos esses aspectos, os pais devem ter em mente que fatores como proximidade do trabalho ou de casa não devem definir a escolha do melhor lugar para deixar a sua criança.

Para complementar a escolha, os pais devem preferir locais que sejam claros e que tenham boa insolação e ventilação. “Casas geminadas e sobrados não são as melhores opções. Escadas e janelas com terraços são sempre riscos a serem evitados, uma vez que a segurança desses locais depende integralmente da presença de um adulto”, explica Maria. Pias e vasos sanitários devem ser adaptados à altura das crianças.

Com as crianças, a sua grande maioria, vivendo em apartamentos, é recomendável que o local tenha uma área verde bem cuidada e que contemple plantas de verdade, e não de plástico. Além disso, é recomendável que os parques tenham piso adequado e brinquedos que atendam às várias faixas etárias.

Os tanques de areia devem ser protegidos à noite com capas de lona para evitar contato com dejetos de animais como gatos. “Jardins agradáveis e cuidados com supervisão de um agrônomo são um diferencial”, explica.

Para os dias frios e chuvosos, é importante checar se há salas internas de recreação, com piso específico. Tanto nos berçários quanto nas escolas de educação infantil, o local destinado às refeições deve ser amplo, ventilado e protegido do calor.

Para os bebês, bancadas para apoio dos pratos devem permitir que os adultos permaneçam de frente para alimentá-los, garantindo a interação social sem proximidade excessiva. Para crianças maiores, que podem se alimentar sozinhas, ou com supervisão, é indicado o uso de mesas e cadeiras infantis; afinal, esse espaço deve promover a interação social entre os pequenos. As refeições devem ser preparadas, sob a orientação de uma nutricionista especializada na 1ª infância, sob a supervisão de um laboratório para avaliar os padrões microbiológicos. As verduras devem ser orgânicas e os pais devem ter a opção de comprar e levar, para degustar, as sopas que são servidas aos seus filhos.

Os locais reservados ao sono e ao relaxamento devem ser protegidos do barulho e ter berços e camas que atendam à demanda de cada faixa etária, assim como os banheiros que devem ter banheiras para os pequenos e duchas para os maiores, além de trocadores e secadores de cabelos.

O preparo dos profissionais é fundamental. Eles têm formação acadêmica adequada para exercer a função que ocupam? De acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE), as escolas devem ter ao menos um professor para cada seis a oito crianças de 0 a 1 ano, um professor para 15 crianças (para as de 2 a 3 anos) e um professor para cada 20 crianças (de 4 a 5 anos). Os pais também devem ficar atentos ao calendário de atividades da instituição e ao projeto para as crianças maiores de 3 anos.

Website: http://pontoomegacci.com.br/

Web Site: