Recuperação da economia deve ficar só para 2020, agravando a situação de empresas que já trabalham no limite

Curitiba, Paraná 28/10/2019 – Os efeitos positivos da reforma da previdência ainda estão distantes. E muitos empresários se perguntam como irão sobreviver até lá

O prolongamento da crise econômica está demonstrando que a recuperação poderá acontecer só no ano que vem. E este fato leva muitos empresários ao temor de que os seus negócios não consigam sobreviver por mais tempo. Esta análise é do advogado empresarial, Thierry Phillipe Souto, especialista em recuperações judiciais. Com a atuação nesta área, ele convive com os problemas de seus clientes, e analisa: “A reforma da previdência foi aprovada no Congresso e é comemorada por empresários que não se deram conta de que os efeitos positivos ainda estão distantes. E muitos outros se perguntam como irão sobreviver até 2020”.

O advogado reconhece que a aprovação da reforma era o principal impasse a ser resolvido. Mas lembra que a recuperação não virá da noite para o dia: “O cenário do mercado é de terra arrasada, com empresas acumulando prejuízos , sofrendo pela falta de dinheiro, ou vagando agonizantes, em busca da sobrevivência. Estamos chegando aos meses finais de um ano difícil. E é preciso se preparar para 2020, que ainda seguirá com muitos obstáculos”. Ele cita os Relatórios de Mercado Focus, divulgados pelo Banco Central, indicando um crescimento econômico menor que 1% neste ano de 2019, quando a previsão era de 2,5%.

Outro levantamento, que foi divulgado pelo IBGE, mostra que 60% das empresas abertas em 2012 fecharam em cinco anos. Este dado preocupante está no relatório “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo”. E também indica que os números seguiram caindo: Em 2017, a pesquisa mostra que havia cerca de 4,5 milhões de empresas no país, 22,9 mil a menos que no ano anterior, o que mostrou ser uma tendência.

ALTERNATIVAS PARA EMPRESAS EM CRISE

Pelo acompanhamento diário de problemas de empresas em dificuldades, o advogado Thierry Phillipe Souto sugere que os empresários agora precisam “arrumar a casa”, reorganizando as suas dívidas com urgência. E que também devem prorrogar o endividamento de curto prazo, evitando investimentos desnecessários. E acrescenta: “Este é o pior momento para que as empresas venham a se complicar ainda mais, com novas cobranças que podem levar a perda de suas máquinas, matéria-prima e dinheiro. Isso pode ser fatal nesta hora, tornando-se o golpe de misericórdia”.

Os seguidos pedidos de recuperação judicial dos noticiários indicam que esta pode ser uma alternativa diante de fases difíceis, analisa o advogado. Thierry Phillipe Souto explica que a recuperação judicial é uma medida preventiva comum, usada por empresas para seguir com os seus negócios, barrando as cobranças e reorganizando as dívidas. “Muitas empresas que temem a piora da situação se adiantam para poderem ficar mais fortalecidas diante da crise. Em momentos assim a palavra certa é planejamento. E o empresário precisa ter foco e atitude” afirma.

PREJUÍZOS POR FALTA DE CONTRATOS

Thierry Phillipe Souto cita ainda a falta de contratos como uma das grandes causas dos números negativos para as empresas: “Negócios realizados informalmente viram grandes problemas. E a falta de contratos tem consequências quando uma das partes descumpre o combinado. Quando há contrato as empresas podem encontrar na hora as respostas necessárias para resolver desentendimentos”, explica.

Ele já viu uma série de casos em que a falta de contrato levou a grandes dificuldades para cobrar a outra parte. E estes processos costumam levar muitos anos, sem certeza de resultados: “Os contratos devem ser feitos com a análise de todas as possibilidades de descumprimento, ou se tornam inúteis. Tudo deve ser definido antes mesmo de se concretizar a relação empresarial, garantindo maior segurança jurídica e ganho de tempo e dinheiro. E com maiores chances de sucesso ao final de um possível processo”, conclui.

 

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