Setor cultural cria novos formatos de atuação no ambiente digital

São Paulo 23/9/2020 – “Poucos dias depois da sede física ser fechada colocamos o projeto no ar, num modelo de trabalho e de criação novo para todos”

O aumento da demanda por conteúdos no universo digital ampliou a necessidade da capacitação digital entre os profissionais do setor, que criou projetos online para manter a conexão com seu público

Com a chegada da pandemia, gestores de todas as áreas ganharam desafios adicionais. Isso aconteceu de maneira muito abrupta em diversos setores e o criativo e de entretenimento, incluindo museus e instituições culturais, não ficou de fora deste movimento e precisou se reinventar rapidamente para manter o contato próximo com seu público, que costuma ser curioso, ávido por novidades e aprendizado. Segundo pesquisa feita pelo Observatório da Economia Criativa da Bahia, em parceria com o think tank cRio ESPM sobre os impactos da pandemia na Economia Criativa, houve uma demanda crescente por capacitação digital entre os profissionais do setor, para adoção de estratégias digitais de relacionamento com o público. Dentro do mesmo cenário, o levantamento apontou que 42% das empresas conseguiram desenvolver novos projetos durante o período de distanciamento, como cursos, palestras, exposições, peças de teatro online, além de muitas lives.

Com esse desafio em mente a Japan House São Paulo instituição de cultura japonesa aberta em 2017 na Avenida Paulista, em São Paulo, criou o projeto #JHSPONLINE, lançado em março, poucos dias depois do fechamento de sua sede física, para manter em seus canais digitais (site, Facebook, Instagram, Twitter e YouTube) sua missão de revelar o Japão de hoje sem esquecer suas raízes e tradições, e combinando artes, costumes e negócios, por meio de conteúdo diverso que inclui vídeos no YouTube com especialistas em assuntos variados e experiências sensoriais feitas à distância, lives e webinars. Os formatos atenderam a demanda do público, já que desde o início da quarentena, foi registrado aumento médio de cerca de 30% no tráfego de internet no país, segundo dados divulgados pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).

“Nosso desafio no primeiro momento foi entender como poderíamos criar uma programação variada à distância que continuasse apresentando para os visitantes da casa e admiradores do Japão, os assuntos que costumávamos abordar por meio das exposições, eventos e workshops no ambiente físico. A solução foi traduzir alguns projetos para o universo online, criar outros em formato híbrido e considerar o meio digital como um canal para a disseminação de conteúdo muito além da divulgação de atividades presenciais”, conta Eric Klug, Presidente da Japan House São Paulo, que assumiu a instituição em abril, no meio da pandemia. Para realização e elaboração dos conteúdos, a instituição contou com a contratação de profissionais de diferentes áreas de atuação como artistas, contadores de história, professores, pesquisadores, editores de vídeo e serviço de streaming. “Poucos dias depois da sede física ser fechada colocamos o projeto no ar, num modelo de trabalho e de criação novo para todos. A estratégia prioritária foi criar conteúdos inéditos e contratar profissionais da área criativa neste momento de dificuldade para muitos, pois acreditamos ser essencial entender o cenário em que nos encontramos e fazer o que está em nosso alcance para melhorá-lo. Além disso, focamos em garantir a diversidade de temas e abordagens que pudessem contribuir para uma melhor experiência do público, com linhas conceituais e atividades que incentivem, inspirem e ocupem a mente e o tempo, num momento tão único”, completa Natasha Barzaghi Geenen, Diretora Cultural da instituição.

Esse foi o caminho encontrado pela Japan House para manter um de seus objetivos principais, reforçar a ponte entre os dois países. “Percebemos um grande interesse do público que se mostrou curioso, aderiu de forma positiva às nossas propostas e nos deixou felizes por conseguir proporcionar isso de forma prática e até mesmo lúdica, como as atividades voltadas às crianças, as do tipo ‘faça você mesmo’, as contações de histórias e os ensinamentos de movimentos básicos de arte marciais e de danças, para serem reproduzidos em casa’’ comemora Natasha. Por meio das redes sociais da instituição já foram realizadas mais de 170 atividades para entreter e informar à distância.

Entre os destaques do projeto está o quadro semanal Conversas com o Educativo, que promove a troca de conhecimentos e diálogo direto e online com o setor educativo da instituição sobre assuntos como arquitetura, exposições e conceitos japoneses. Já o Clube de Leitura migrou do ambiente físico para o virtual com cada vez mais adeptos em torno de clássicos da literatura japonesa, e a série Correspondências arquitetônicas: Brasil e Japão feita em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, retomou o antigo hábito da troca de cartas, em um inusitado diálogo digital sobre arquitetura e hábitos do morar no Brasil e no Japão. Falando em intercâmbio de negócios, o projeto Conexões JHSP, realizado com a colaboração da Mitsubishi Electric e da NEC, traz debates de interesse para diferentes segmentos. Para quem é interessado na cultura gastronômica do país, o evento híbrido Experiência JHSP Online: Um encontro com o Japão em Casa é ideal, nele o participante adquire kits completos e faz em sua casa, acompanhado por especialistas online, drinques e pratos tradicionais, além de conhecer importantes conceitos da cultura japonesa. Quem mora fora de São Paulo, também tem a oportunidade de participar e estão previstas novas edições.

“Ficamos felizes em constatar que por meio deste projeto conseguimos manter a conexão com o público, conversar com mais pessoas que estão distantes fisicamente de São Paulo e encontrar novas formas de apresentar o Japão de hoje além das nossas fronteiras físicas. Após conquistarmos um novo público, não podemos voltar para trás, manteremos os conteúdos online por entender que precisamos continuar provendo conhecimento e entretenimento para os que estão em outras localidades do Brasil e do mundo”, ressalta Klug. Desde o início da #JHSPONLINE, o canal de YouTube da instituição acumula mais de 44 mil visualizações, enquanto a base de seguidores e fãs nas plataformas digitais registrou um crescimento de 6%.

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