Temporada de fogo começa em alta na Amazônia

São Paulo, SP 30/6/2020 –

Nos primeiros 21 dias de junho, foram detectados 1.469 focos de queimadas no bioma Amazônia, 30% a mais que no mesmo período de 2019, quando 1.125 focos foram registrados pelo Inpe

O período seco na Amazônia – quando, em 2019, foram registradas queimadas de dimensões trágicas – está começando com dados alarmantes. O número de queimadas entre 1 e 21 de junho de 2020 é o maior dos últimos 10 anos nesse período – e ficou 50% acima da média dos 10 anos anteriores (2010 a 2019), que foi de 979.

Nos primeiros 21 dias de junho, foram detectados 1.469 focos de queimadas no bioma Amazônia, 30% a mais que no mesmo período de 2019, quando 1.125 focos foram registrados pelo Inpe. Desses 1.469 focos de queimadas detectados na Amazônia entre 1 e 21 de junho de 2020, 63% ocorreram no Mato Grosso (915).

Esses são os dados mais recentes disponibilizados pelo Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Somados aos dados de desmatamento recente, este aumento no número de focos em um mês que historicamente é mais baixo anuncia o que está por vir.

Desmatamento
Entre 1o de janeiro e 31 de maio de 2020, houve alertas de desmatamento para 2.032 km2 na Amazônia Legal, o maior número registrado para o período desde 2015. E o corte raso na floresta amazônica continua subindo.
A ameaça é que o desmate deste ano supere os 10.129 km2 medidos no ano passado, na maior taxa desde 2008 e mais do que o dobro da taxa medida em 2012.
Se olharmos de agosto de 2019 a maio de 2020 com base nos dados do Deter, do Inpe, o desmatamento foi de 6.504 km2, 78% a mais em comparação ao período anterior (agosto de 2018 a maio de 2019), quando foram desmatados 3.654 km2. Esse período de 10 meses exclui os meses de junho e julho, quando o desmatamento é historicamente mais alto.

Saúde pública
Vistas isoladamente, as queimadas representam graves riscos à saúde da população. Um dos efeitos é o aumento do registro de internações hospitalares por doenças respiratórias. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz constatou que o número de crianças internadas dobrou entre maio e junho de 2019 – no início do período das queimadas, numa amostra de 100 municípios da Amazônia Legal. Foram 2,5 mil internações a mais por mês, o que teria custado R$ 1,5 milhão extras ao Sistema Único de Saúde. E não são apenas as crianças que sofrem. “As queimadas na Amazônia representam um grande risco à saúde da população. Os poluentes emitidos por essas queimadas podem ser transportados a grande distância, alcançando cidades distantes dos focos de queimadas”, diz o informe do Observatório de Clima e Saúde, ligado à Fiocruz.

Divulgação WWF-Brasil
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