Trombose e covid-19: relação da doença com o aumento na formação de coágulos

2/7/2020 –

O Journal of Thrombosis and Hemosthasis publicou quatro estudos, abordando a complexa ligação entre a covid-19 e as tromboses.

Conforme a covid-19 avança, novos sintomas se somam àqueles já conhecidos. Além da síndrome respiratória aguda, que afeta o pulmão, muitos pacientes apresentam problemas neurológicos, renais e até mesmo hematológicos. Nesse contexto, a trombose atrelada a pacientes com coronavírus em manifestação mais grave, vem se tornando uma complicação recorrente em pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em todo o mundo.

Embora muitos pacientes apresentem baixas taxas de oxigênio no sangue, alguns indivíduos não alegam desconforto respiratório. Isso acontece porque os pulmões funcionam normalmente. O detalhe é que a infecção por coronavírus pode levar à coagulação em vasos mais finos, justamente na extremidade dos alvéolos – o que leva à sua oxigenação inadequada. “A descoberta foi possível graças à identificação de altos níveis de dímero-D nos pacientes graves com covid-19. A substância é produto de degradação da fibrina. Logo, sua dosagem, em avaliação laboratorial, pode indicar processos como trombose venosa, tromboembolismo pulmonar e sepse”, explica a Dr.ª Indianara Brandão, médica hematologista. O que se sabe, até o momento, é que pacientes graves são induzidos a uma tempestade de citocinas, condição que leva à ativação da cascata de coagulação e causa fenômenos trombóticos.

Uma das maiores preocupações dessa relação entre trombose e covid-19 diz respeito à identificação de uma forte ligação entre parâmetros anormais de coagulação (produtos de degradação do dímero D e fibrina) e mortalidade. “Nesses casos o tratamento indicado e mais eficaz é feito com administração de anticoagulante”. salienta a especialista. Médicos de vários países relatam problemas semelhantes. Uma análise realizada com 183 pacientes com a covid-19 feita por cientistas chineses, revelou que 71% dos que morreram apresentavam coágulos. Na Holanda, um estudo com 184 pacientes internados em UTIs revelou que um terço deles tinha coágulos. Os casos devem ser investigados, pois a evolução desses coágulos pode ocasionar infartos, AVCs e até amputações “Em alguns casos, vemos a formação de grandes coágulos nas artérias, seja no coração, o que causa ataque cardíaco, nas artérias do cérebro, o que causa AVC, ou, ocasionalmente, nas artérias das extremidades, o que pode colocar em risco os braços e pernas do paciente e gera a possibilidade de que seja necessária amputação”, finaliza a médica”.

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