Varejistas precisam investir em inteligência artificial para embasar tomada de decisão

28/2/2020 –

No varejo, quanto mais inteligência nos processos o empresário tiver à disposição, melhor será sua tomada de decisão no futuro. Em um setor tão dinâmico e que passa por profundas transformações todos os anos, saber se adaptar a esta realidade e, principalmente, antever situações é o que determina o sucesso do negócio. Entretanto, por muito tempo esse processo estava longe de ser inteligente, com os profissionais realizando as principais tarefas manualmente. O avanço da tecnologia mudou esse cenário e, agora, eles possuem uma solução que revela-se essencial: a inteligência artificial.

É uma relação cada vez mais próxima e promissora. Relatório da consultoria Capgemini em todo o mundo mostra que este segmento tem uma oportunidade de mais de US$ 300 milhões, permitindo que mais implementações de soluções sejam feitas e problemas sejam corrigidos. Entretanto, não é uma tarefa fácil dentro do ambiente corporativo. Hoje, apenas 1 % das companhias entrevistadas conseguiram realizar essa implementação de forma bem-sucedida e tem à disposição relatórios customizados e de acordo com sua realidade.

Mas o que se trata essa inteligência artificial no varejo? Os acadêmicos Andreas Kaplan e Michal Haenlein a definem como “uma capacidade do sistema para interpretar corretamente dados externos, apresentar dados corretamente, aprender a partir deles e utilizar essa aprendizagem para atingir objetivos e tarefas específicos”. Logo, o que os varejistas precisam ter em consideração como primeiro passo é o insumo dos “dados externos” para evitar decisões equivocadas. A visão computacional, por exemplo, é apenas um elemento para o desenvolvimento da Inteligência Artificial – ou seja, possui uma “confiabilidade” e consistência da informação.

Com a IA, passa-se para a etapa de autonomia no setor. É possível ter previsibilidade, velocidade e maior probabilidade de chances de sucesso na gestão. Com a interpretação dos dados disponíveis, existe uma metodologia de aprendizado contínuo que evolui a cada tempo e permite que o varejista tenha maior força na tomada de decisão – afinal, dados superam opiniões na maioria dos casos. Ter o apoio da Inteligência Artificial traz uma vantagem competitiva imensa ao gestor em seu dia a dia. Áreas como visão computacional, análise e síntese de voz, lógica difusa, redes neurais artificiais, entre outros, têm sido relevantes neste desenvolvimento e no aprimoramento dessa ciência.

A consolidação destes conceitos no varejo busca resolver o grande desafio tecnológico do segmento atualmente: colocar o “verdadeiro” omnichannel de pé – e isso gera cada vez mais demanda para novas aplicações. Contudo, não basta investir apenas em tecnologia pois ela sozinha não sustenta uma estratégia bem-sucedida. Embora o mercado anuncie a era do carro autônomo, o varejo não pode seguir no “piloto automático”. Em suma: é preciso existir uma intersecção importante entre pessoas, processos e tecnologias. Pessoas com novo mindset, processos disruptivos que façam a nova cultura funcionar com fluidez e tecnologia para sustentar o crescimento em escala.

Por fim, é preciso entender que no caso do varejo, o impacto final sempre será no consumidor por se tratar do grande protagonista do negócio. Quando o empresário tomar atitudes baseadas nestes aprendizados, as vantagens serão exponenciais, como previsibilidade do perfil, oferecimento do produto mais adequado, identificação de comportamentos, redução da ruptura, qualidade no atendimento e foco na experiência do cliente. Além disso, a assistência em tempo real e automatização de atividades operacionais também beneficiam o processo de compra. É a Inteligência Artificial pronta para gerar “marcas inteligentes” no futuro. Explica Flávia Pini, sócia e CEO da FX Retail Analytics.

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