A divida da Petrobras e a entrega do petróleo nacional

Belo Horizonte, MG 16/2/2013 – Efetivada esta abertura a elaboração da política econômica do petróleo no Brasil tornou-se área de influência dos chamados fundos de investimentos normalmente constituídos por capitais originários, principalmente, dos grandes bancos internacionais somados

O plano de investimentos da Petrobras prevê para o período entre 2012 e 2016 um investimento de U$ 236, 5 bilhões. Deste total 60% encontram-se destinados a exploração e produção (E&P) destes destinados 51% ao pré-sal.
Para levantar estes recursos a Petrobras depende de mecanismos de financiamento resultantes da emissão de ações ou contratação de dividas em estabelecimentos bancários privados e públicos nacionais ou estrangeiros.
No primeiro caso, a venda de ações, a Lei 9478/97, possibilitou a compra de ações ordinárias – aquelas que permitem a participação nos resultados da empresa e conferem o direito de voto nas assembleias – aos chamados “investidores” estrangeiros.
Efetivada esta abertura a elaboração da política econômica do petróleo no Brasil tornou-se área de influência dos chamados fundos de investimentos normalmente constituídos por capitais originários, principalmente, dos grandes bancos internacionais somados ao oligopólio do petróleo.
Deste modo para a elaboração, por exemplo, das políticas de abastecimento o governo brasileiro passa a preocupar-se com o lucro destes “investidores” colocando em segundo plano os interesses nacionais ocasionando, inclusive, o elevado valor da gasolina em nossos postos de revenda.
A segunda forma de financiamento depende diretamente da primeira, ou seja, os grandes investidores em ações na realidade tem sua origem nos oligopólios financeiros e passam a ditar as normas que consideram ideais aos seus interesses priorizando o maior prazer com o menor esforço. A palavra de ordem é “austeridade” e sua tradução pode ser entendida como maior lucro correndo maiores riscos. Mas quais riscos?
O “risco”, neste caso, seria trabalhar com a possibilidade maior de acidentes decorrentes do baixo custo e qualidade inferior dos serviços apresentando como resultado o maior lucro possível.
Esta busca do lucro a qualquer custo originou as políticas de terceirização, cortes no controle de qualidade além dos elevados valores dos combustíveis. Sabemos todos que esta característica não é exclusividade do Brasil bastando para este fim verificar a “competência” dos oligopólios petrolíferos em tragédias como as ocorridas no Golfo do México, Equador e recentemente na Bacia de Campos.
Controlando a elaboração da política econômica do petróleo nacional foi fácil para os oligopólios descarregar na Petrobrás a função de iniciar o processo de exploração petrolífera em uma área que exige vultosos investimentos. A Lei 12351/10 legitimou esta intenção ao entregar à Petrobras a função de operadora dos blocos do chamado pré-sal.
A maldade deste fato encontra-se no controle, por parte da operadora Petrobras, de somente 30% em cada bloco ficando o restante aberto às empresas internacionais. Como sabemos o interesse dos oligopólios é exportar aos países maiores consumidores todo o petróleo decorrendo deste fato o direcionamento da política de investimentos da Petrobras a criação dos meios necessários para a exportação futura. Assim nasceram os problemas e dificuldades de investimentos.

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