Abrale lança iniciativa para alertar sobre os sinais das leucemias

São Paulo – SP 8/10/2020 – Algumas mudanças no organismo podem ajudar o paciente a identificar a leucemia e buscar o diagnóstico com maior rapidez

A leucemia é um câncer que tem início nas células-tronco da medula óssea. As células sanguíneas doentes proliferam e atrapalham a produção das células sanguíneas saudáveis da medula óssea, diminuindo seu número normal. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, são estimados 10.810 novos casos da doença neste ano. O INCA alerta que, “depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia”.

Algumas mudanças no organismo podem ajudar o paciente a identificar a doença e buscar o diagnóstico com maior rapidez. Este é o objetivo da campanha “A leucemia parece invisível. Mas seus sintomas são evidentes”, lançada pela Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia.

“Por não ser um tumor que cresce em alguma parte do corpo, muitas vezes entender a leucemia pode ser difícil. Mas sinais como cansaço e falta de ar, febre, infecções muitas vezes graves ou recorrentes, sangramentos e manchas roxas na pele, gânglios linfáticos inchados e dores ósseas e nas articulações devem acender o sinal de alerta”, ressalta a presidente da Abrale, Merula Steagall.

A leucemia é o câncer mais incidente na população com até 20 anos de idade, em que o subtipo mais frequente é a LLA (leucemia linfoide aguda). Contudo, em números gerais, a maior parte dos casos ocorre em indivíduos idosos. Enquanto na população entre 20 e 49 anos a mais frequente é a LMA (leucemia mieloide aguda), nos indivíduos com mais de 50 anos é a LLC (leucemia linfoide crônica) e a LMC (leucemia mieloide crônica).

No Brasil, segundo estimativas do Inca, a leucemia foi o 13° tipo de câncer mais frequente em 2017, correspondendo a 1,7% do total de novos casos (INCA,2016). Com relação à mortalidade, os óbitos por leucemia no Brasil representaram 3,1% do total de mortes por câncer em 2017, sendo o 8° tipo de câncer com maior mortalidade (DATASUS, 2019).
Observatório de Oncologia divulga estudo sobre “Tendências da mortalidade por leucemia no Brasil”

Um estudo do Observatório de Oncologia analisou as características fisiopatológicas, clínicas e epidemiológicas de cada um dos subtipos de leucemias e mostrou como estes fatores podem afetar diretamente o tratamento e o prognóstico da doença. Os pesquisadores avaliaram as tendências de mortalidade por leucemia no Brasil, entre 2008 e 2017, de acordo com cada um dos subtipos da doença, faixa etária e estado de residência.

No período, foram identificados 63.452 óbitos por leucemia no Brasil. Do total, o subtipo mais frequente foi LMA (36%), seguido por OLNE – outras leucemias não especificadas (23%) e LLA (17%). Os óbitos foram mais frequentes entre indivíduos do sexo masculino (54%). A faixa etária com maior número de óbitos foi a de 70 a 79 anos (19%, seguida pela de 60 a 69 anos (16%) e 80 a 89 anos (14%). As faixas etárias de 0 a 9 anos e de 10 a 19 anos representaram juntas 15% do total de óbitos.

Na faixa etária de 0 a 19 anos, o subtipo de leucemia mais frequente foi a LLA com 51% dos casos. No entanto, nas faixas etárias de 20 a 49 anos e 50 anos ou mais, a LMA foi o subtipo mais frequente representando, respectivamente, 43% e 35% do total de óbitos.

Mortalidade por Estados
O estado de São Paulo apresentou o maior número de óbitos no período analisado, com 24% do total, em seguida vieram os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, com 10% e 9% do total de óbitos, respectivamente.

O Rio Grande do Sul, por sua vez, apresentou, segundo os dados analisados, a maior taxa de mortalidade por leucemia ajustada por idade do Brasil, sendo cerca de 40% superior à taxa de mortalidade ajustada do país.

“Observamos que, embora o número absoluto de óbitos por leucemias no Brasil tenha aumentado em 10 anos, 2008 a 2017, provavelmente em grande medida, decorrente do crescimento populacional no período, não houve crescimento da taxa de mortalidade por leucemias ajustada pela idade”, destaca Nelson Correa, doutor em Ciências da Saúde, pesquisador da Abrale e Observatório de Oncologia. “Contudo, quando observamos as taxas de mortalidade por faixa etária, foi evidenciado que, no período, houve um aumento da taxa de mortalidade por leucemias na população com mais de 50 anos de idade”, completa. Estes achados podem indicar a necessidade de ações de saúde voltadas para o aumento da sobrevida dos casos de leucemia, especialmente na população mais velha.

O estudo completo está disponível em https://observatoriodeoncologia.com.br/mortalidade_leucemias/

Sobre a ABRALE
A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) foi fundada por pacientes e familiares em 2002, com a missão de oferecer ajuda e mobilizar parceiros para que todas as pessoas com câncer do sangue no Brasil tenham acesso ao melhor tratamento. A atuação da associação é sustentada por quatro pilares: Apoio ao Paciente, Educação e Informação, Pesquisa e Monitoramento e Políticas Públicas.

Website: http://www.abrale.org.br

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