Abrindo as portas: cocriação e responsabilidade social corporativa

9/4/2013 –

*Por Marília Marcucci, da Moore Stephens

“Open the door” tem sido uma das frases mais ditas pelo pai da bíblia do marketing, Philip Kotler, nos últimos tempos.

No passado, o processo de criação de novos produtos era guardado a sete chaves dentro das empresas, desenvolvido apenas por engenheiros e cientistas internos. Hoje, em mão contrária, esse processo está amplamente aberto para receber ideias de todos os tipos de pessoas, estejam elas em qualquer parte do mundo.

Nesta era de participação, na qual as redes sociais rompem com as barreiras de comunicação e cruzam os interesses através de grupos independentes e da troca tempestiva de conteúdos e experiências, as empresas precisam abrir as portas para aprimorar ainda mais o que têm a oferecer – não apenas para os seus clientes e consumidores – mas também para a sociedade como um todo. É a abertura de portas iluminando dois importantes conceitos em business: a cocriação e a responsabilidade social corporativa.

A cocriação é uma estratégia de engajamento usada pelas empresas para envolver indivíduos com diferentes histórias de vida e atuações na busca de uma solução ou ideia inovadora que impulsione os negócios. Um dos cases brasileiros mais citados é a plataforma criada pela Tecnisa, com o objetivo de desenvolver um projeto de apartamentos ideais para idosos. O projeto recebeu mais de 10 mil interações de conteúdo e aproveitou mais de 200 ideias interessantes.

A responsabilidade social corporativa é o conjunto de ações realizadas por uma empresa para beneficiar áreas como educação, meio-ambiente, saúde, transporte, moradia entre outras importantes para a qualidade de vida da população. É a atuação da empresa em algo maior do que os seus próprios interesses. Um case muito citado mundialmente é a norte-americana The Body Shop, conhecida como modelo de justiça social através de campanhas que atingiram resultados incríveis em temas como violência doméstica, testes com animais, tráfico de mulheres entre outros.

A tendência é abrir as portas não apenas para novas tecnologias e inovações que aprimorem o que as empresas fazem e entregam para o mercado, mas também para ações mais cívicas e abrangentes, capazes de melhorar de fato a vida da população e o meio-ambiente.

Para quais ações cívicas a sua empresa está abrindo as portas? Ela está também aberta para novas ideias que vêm de fora? Ou continua fechada em suas estratégias e ações secretas?

Se ela está aberta a novas ideias e mais civilidade, ela está comunicando o seu posicionamento de maneira eficaz para que as pessoas conheçam as suas ações e possam participar delas de forma positiva?

Vamos pensar nos negócios como uma arquitetura de portas abertas, aptas para transformar o mundo e as pessoas.

* Marília Marcucci, gestora de comunicação e marketing da Moore Stephens Auditores e Consultores, uma das maiores redes de auditoria, consultoria e outsourcing contábil do mundo.( http://brazil.moorestephens.com).

Web Site: