São Paulo, SP 11/12/2019 – Aos que não têm esse cenário “perfeito” no fim de ano, o sentimento pode ser de melancolia, tristeza e, por vezes, solidão.
Basta dezembro chegar para sucumbir a sensação de culpa, de que não conseguiu fazer tudo o que devia (ou queria) durante o ano. Ao mesmo tempo, há um monte de tarefas domésticas a realizar. Excesso de trabalho e compromissos. Sem falar que as pessoas ficam, em média, três vezes mais estressadas do que o normal.
Família e amigos reunidos, mesa farta, muitos presentes, uma linda decoração de Natal e muitas selfies repletas de sorrisos. O Natal também é tempo de solidariedade e amor ao próximo, quando as emoções ficam à flor da pele. Configura-se, então, o compromisso de uma alegria plena. Aos que não têm esse cenário “perfeito” no fim de ano, o sentimento pode ser de melancolia, tristeza e, por vezes, solidão.
O coração, então, parece vazio e a vida, sem sentido. A saudade de uma pessoa que se foi, as lembranças da infância, reafirmar relações desgastadas e muitas outras coisas que nos levam ao fundo do poço e sem uma solução à vista. São pensamentos e sentimentos que rodam em uma espiral descendente e infinita.
Para piorar, há a chegada do dia 31 de dezembro, declarado como marco para o fim de um ciclo. Neste balanço dos últimos 12 meses, muitas coisas não aconteceram da maneira sonhada. A tendência é focar nas metas não cumpridas e o resultado, com certeza, é a frustração.
Falar, então, do ano vindouro, cria uma sensação de que tudo será diferente a partir do primeiro dia de janeiro. Aí, metas revolucionárias são impostas com a exigência do cumprimento. Só de pensar, o coração acelera e a respiração aperta em uma angústia e ansiedade sem fim.
Calma. É possível fazer com que esses sentimentos ditos “negativos” não sejam tão opressores quanto parecem. O primeiro passo para se livrar dessas sensações é identificar os sentimentos. Pode parecer algo simples, mas o autoconhecimento é uma das etapas mais importantes do processo da busca pelo equilíbrio emocional.
Seguem algumas dicas de como tornar a chegada do fim de ano, um processo mais leve e diminuir as crises de ansiedade e depressão.
Nessa hora, não perca a cabeça!
A primeira dica é viva o presente.
Não supervalorize a data. Dia 31 de dezembro é uma data como outra qualquer, mantenha a calma e a paciência.
Respire e medite. Quando se sentir ansioso a ponto de perder o fôlego, pare tudo o que está fazendo e respire fundo, isso fará você se acalmar naturalmente.
Alimentação sem excesso. Para controlar a ansiedade vale cuidar também da alimentação.
Organize seu dia com antecedência. Evite marcar milhões de compromissos e foque naquilo que for prioridade.
Dedique um tempo para cuidar de você. Uma boa e simples dica para diminuir a ansiedade é fazer, diariamente, algo que lhe proporcione prazer, alegria. Seja ouvir música, ler um livro, caminhar, meditar, assistir a um filme, praticar uma atividade física. Enfim, qualquer coisa que, de preferência, seja saudável e te faça bem!
Não tente atender às expectativas dos outros. Não valorize tanto a opinião dos outros. Ter uma boa noite de sono ajuda no funcionamento do organismo a relaxar.
Faça o bem. Ser generoso e se envolver com atividades voluntárias aumenta a satisfação pessoal e a autoestima. Isso deixa você mais feliz e, logo, alivia a ansiedade.
Faça uma lista das coisas boas que viveu, assim, você tira o foco do negativo e ilumina o positivo. Se possível, não passe as datas comemorativas sozinho, procure estar com amigos e pessoas que você ama.
Pare e respire – lenta e profundamente. Sinta o ar entrando no seu corpo.
E lembre-se que as festas de fim de ano, não são o fim do mundo. Relaxe!
Silvia Rezende é Psicóloga e Pedagoga há 25 anos, CRP 06/57937-5, formada pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), possui formação em Terapia cognitivo-comportamental, é coordenadora técnica da Clínica de Psicologia LARES. Especialista em Terapia Comportamental Cognitiva pelo Ambulatório de Ansiedade (AMBAN), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Possui certificação em Mindfulness e Redução de Estresse. É psicóloga colaboradora no Instituto de Psiquiatria – IPq HCFMUSP e também no Programa da Terceira Idade (PROTER), grupo do Instituto de Psiquiatria da FMUSP.
Silvia Rezende também desenvolve palestras e cursos em empresas na área de Recursos Humanos sobre Dependência Química.
Website: http://www.clinicalares.com.br