Arie Halpern: de digitais a ubíquas, cidades inteligentes se multiplicam no mundo

20/11/2020 – As cidades inteligentes são tanto aquelas concebidas com esse conceito, quanto, e mais frequentemente, centros urbanos ou novos bairros que recebem investimento

No mundo todo cidades inteligentes crescem.

O termo “cidade inteligente”, do inglês “smart city”, começou a ganhar popularidade na década de 1990, como uma evolução do que até então era chamado de cidade digital, ainda que, na época, a internet estivesse ainda nos seus primórdios. O conceito envolve aplicações web, sensores, análises de bases de dados, uso de redes de banda larga e complexos sistemas de informação.

De forma resumida, o conceito se refere ao uso integrado de tecnologia e soluções para gerenciar os diversos aspectos da vida urbana, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. É a cidade que usa tecnologias de informação e comunicação para aumentar a eficiência operacional, compartilhar informações com seus moradores e melhorar a qualidade dos serviços.

De acordo com o Cities in Motion Index, do IESE Business School na Espanha, dez dimensões indicam o nível de inteligência de uma cidade: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, meio ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e a economia. E, este ano, a pandemia da covid-19 acrescentou uma nova demanda no que diz respeito à saúde.

As cidades inteligentes são tanto aquelas concebidas com esse conceito, quanto, e mais frequentemente, centros urbanos ou novos bairros que recebem investimentos incorporando tecnologia em sua gestão. Essas, em geral, funcionam como laboratório para soluções que são replicadas em outros locais. Songdo, na Coréia do Sul, Masdar, nos Emirados Árabes Unidos, e Chengdu, na China, estão entre as mais emblemáticas.

Existem duas formas: a primeira é investir em cidades planejadas e incluir em seu planejamento prévio tecnologias e ações sustentáveis. A segunda é reavaliar os processos das cidades já existentes e identificar as melhorias que podem ser realizadas de acordo com as necessidades dos moradores e do local.

Projeto para população de baixa renda

No Brasil, o projeto Smart City Laguna, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará e Granja Marileusa, em Uberlândia, Minas Gerais, reproduzem o conceito de cidades inteligentes com sensores nas ruas, redes de energia e de dados subterrâneas, lixeiras e bueiros com sensores de volume e rede de wi-fi gratuita.

Com sistema de carros e bicicletas compartilhados, coleta de lixo inteligente, sistema de reaproveitamento de água, irrigação automatizada e ruas pavimentadas com um sistema que permite o escoamento da água e atenua o calor, a Smart City Laguna, próxima a Fortaleza, é voltada à população de baixa renda. O grupo inglês Planet Smart City, responsável pelo empreendimento, possui outro projeto, em Aquiraz, também no Ceará, e um em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.

Com a evolução das tecnologias disruptivas e a proliferação de dispositivos, o conceito de um ambiente construído para que qualquer cidadão tenha acesso a todos os serviços a qualquer hora está ganhando também um novo nome: cidades ubíquas. O termo computação ubíqua foi cunhado por Mark Weiser, em 1991, para se referir à incorporação tão ampla de dispositivos conectados, de forma que sua existência passe despercebida. É a total integração da tecnologia computacional com o mundo físico.

Com mais da metade da população mundial vivendo nas cidades, algumas delas, como Tóquio, com quase 40 milhões de pessoas, e a previsão de que chegará a 68% nas próximas duas décadas feita pelas Nações Unidas, as cidades terão de se tornar cada vez mais inteligentes, numa evolução contínua para atender as demandas de seus habitantes.

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