Artesanal cresce com origem genuína no consumo saudável e sustentável

São Paulo 31/10/2019 –

Desde que um novo nicho de consumidores se formou no mercado, interessado em produtos mais saudáveis e sustentáveis, conforme pesquisas de institutos como Nielsen e Euromonitor, a indústria de alimentos e bebidas tem se mobilizado para atender à demanda com lançamentos de ingredientes mais naturais. Em meio a esse movimento, um típico consumidor, amante da saúde e da natureza, apreciador de cerveja artesanal, decidiu desenvolver sua bebida ideal, a que sonhava saborear na praia com seus amigos após as atividades esportivas. Foi assim que o ex-surfista profissional e paraquedista Marcos Sifú, criou a Praya, cerveja artesanal com ingredientes naturais e posicionamento sustentável, seguindo o estilo de vida de seu idealizador e de seus três sócios, companheiros de copo e de esportes na areia, que se juntaram ao empreendimento em 2016.

Negócios em expansão – Em tão pouco tempo desde seu lançamento, a marca hoje está presente em 2 mil pontos de venda no país, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Belo Horizonte e acaba de chegar em Brasília e projeta atingir 6 mil até o final do ano. As vendas seguem positivas, com crescimento de 120% no primeiro semestre e expectativa de duplicar os resultados no próximo verão.

A produção é realizada de modo independente no Paraná. “Levamos a nossa produção para o estado e tivemos um ganho logístico devido à proximidade da fábrica com as praças da região Sul e Sudeste, mas pretendemos estar em todo o Brasil”, afirma Tunico Almeida, sócio.

O mercado de cervejas artesanais apresenta um alto potencial de crescimento no mundo todo, principalmente entre consumidoras mulheres entre 21e 34 anos de idade, segundo pesquisa da americana The Brewers Association. A proporção de consumo de cerveja, segundo a entidade, estava estimada em cerca de 70% por homens e 30% por mulheres em 2017, revelando o espaço a ser conquistado junto ao público feminino. Considerando esses dados, os especialistas acreditam que as cervejas artesanais têm contribuído para a expansão do mercado pela oferta de sabores variados, diversidade de teores alcoólicos e marcas.

No Brasil, há um fenômeno de expansão da categoria facilmente identificável. O crescimento de novas cervejarias artesanais tem chamado atenção e tem sido atribuído ao reconhecimento do consumidor à qualidade superior aos novos rótulos. Nos últimos 15 anos, o país passou de 70 para 1000 cervejarias artesanais. Apenas em 2018 foram abertas mais de 180 novas fábricas da bebida, segundo dados da Abracerva (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal).

Sabor sustentável – Cerveja do tipo Witbier, estilo de origem belga produzida com trigo e temperada com raspas de limão siciliano, semente de coentro e com especiarias, a artesanal Praya tem origem 100% vegetal, ingredientes 100% naturais, totalmente livre de químicos. Talhada inicialmente para atender a expectativa de seus fundadores – todos eles apreciadores de cerveja artesanal, vida ao ar livre e preservação do meio ambiente -, a Praya tem encontrado receptividade crescente no mercado ao refletir valores da nova cultura de consumo saudável e responsabilidade com os recursos naturais.

“Para nós foi uma consequência natural pensar em algo que não fizesse mal à saúde, livre de ingredientes químicos, estabilizantes, aromatizantes sintéticos, e por aí afora”, afirma Paulo de Castro, um dos sócios. “É apenas o início de um tsunami global. Pessoas cada vez mais preocupadas com bem-estar, consumo consciente e sustentável; empresas se engajando cada vez mais. É só o começo. Não é à toa que o segmento de cervejas artesanais tem registrado crescimento exponencial no Brasil. É uma tendência de mercado.”

Entre as políticas responsáveis da Praya está a não participação em eventos que envolvam animais, dando prioridade aos esportivos e ao ar livre, patrocínio de atletas, além de buscar fornecedores com certificação de boas práticas socioambientais. “Também reduzimos o uso de plástico em nossas embalagens e rótulos e priorizamos copos biodegradáveis em nossos eventos e atividades internas”, diz Almeida. “Essa é a nossa Praya”.

A marca acaba de receber o selo Eureciclo, concedido por uma plataforma capaz de rastrear e armazenar dados e que certifica empresas que destinam recursos para o desenvolvimento e operação das cooperativas de reciclagem. Assim, empresas como a Praya, que aderem ao movimento, pagam às cooperativas para retirarem do ambiente uma quantidade equivalente de material aos das embalagens de seus produtos. “É um importante passo para quem acredita que o negócio precisa ir além de lucrar”, ressalta o diretor de Comunicação da Praya, Paulo de Castro.

Hábitos concretizados – O “consumidor saudável” já representa 28% da população brasileira, segundo estudo do Instituto Nielsen (2018) e apesar de pertencer em sua maior incidência ao nível socioeconômico A e B, a busca por produtos saudáveis e sustentáveis vem permeando todas as faixas da população brasileira segundo o estudo (2019).

O perfil do consumidor saudável é caracterizado pelo crescente aumento do consumo de orgânicos e de diminuição da ingestão de sal, açúcar, gordura e industrializados, e inclui a declaração de ir ao médico pelo menos uma vez ao ano.

O consumidor saudável é mais engajado com sustentabilidade e 73% deles afirmam estarem dispostos a pagar mais por marcas que se preocupam com o meio ambiente, porém, 43% deles declaram que ainda é difícil encontrar produtos sustentáveis nas lojas. No quesito saudabilidade, 64% afirmam seguir alguma dieta que limita ou proíbe o consumo de determinados produtos ou ingredientes: 44% gostariam de ter mais opções de produtos orgânicos, 26% adotaram uma dieta livre de glúten e 15%, sem lactose.

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