Brasileiro que viaja há 4 anos de bicicleta pelas Américas está em isolamento social na fronteira do México com os EUA

São Paulo, SP 30/3/2020 – Há um forte impacto na economia da região (que tem grande participação do turismo), pois o acesso à fronteira dos EUA está com restrições para os turistas

Depois de pedalar por 4 anos pelas estradas das Américas, com apenas uma mochila e alguns equipamentos em sua bike, o ciclista brasileiro Luis Antonio Soares da Cunha, de 27 anos, está próximo de atingir seu objetivo: chegar à Califórnia, nos Estados Unidos. Porém, mesmo estando na fronteira com os EUA, os planos terão que ser adiados, pelo menos por algumas semanas, devido ao coronavírus (covid-19).

Por conta da pandemia, o cicloviajante e youtuber (que apresenta o canal A vida virou um risco no YouTube https://www.youtube.com/channel/UCXmABs12Tc1LK9tpzMDi_wA) está na cidade de Mexicali, no México, no chamado isolamento social (quando as pessoas evitam sair de casa para não ter contato com outros moradores e assim evitar a contaminação).

“Há um forte impacto na economia da região (que tem grande participação do turismo), pois o acesso à fronteira dos Estados Unidos está com restrições para os turistas, o que gera um clima de incerteza muito grande”, conta Cunha, que cruzou mais de 400 km de deserto antes de realizar esta parada forçada. O brasileiro não contraiu o vírus e está hospedado na casa de um amigo que é médico.

Nos último anos, Cunha tem realizado uma viagem ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente diversa. Ele faz questão de utilizar materiais recicláveis e manter intactos os locais por onde tem passado. Ao longo do percurso ele promoveu dezenas de palestras para os moradores das cidades visitadas, com o tema Uma viagem pelos confins da América.

“O turista precisa ter a consciência da preservação do meio ambiente, causando o mínimo impacto ambiental e garantindo que as futuras gerações tenham o direito de conhecer as mesmas paisagens deslumbrantes e a peculiaridade cultural de cada região”, destaca.
Sua aventura começou em 2016, quando ele, que é formado em desenho industrial, deparou-se com um mercado de trabalho difícil no Brasil e uma vida sem muitas perspectivas. Surgiu, então, a ideia de fazer essa viagem e realizar seu sonho de conhecer as Américas. Luis abraçou a chance e, desde então, tem conhecido novas culturas, em uma viagem por paisagens magníficas e, ao mesmo tempo, cheia de surpresas.

Depois de passar por diversas cidades e lindas paisagens do Brasil, ele avançou pelo Uruguai, cruzou a fronteira com a Argentina de leste a oeste pelos pampas e montanhas, pedalou pelo deserto do Atacama, no Chile, conheceu os impressionantes contrastes paisagísticos e sociais na Bolívia. Regressou, então, ao Brasil pelo centro-oeste, em 2017, e pedalando por Rondônia e Acre, chegou ao Peru, país que percorreu de ponta a ponta pelas montanhas e vales amazônicos.

Na sequência, percorreu o Equador pelas montanhas andinas e pela costa, viajou pelo oeste colombiano até seguir de barco para o Panamá, onde pedalou rumo às lindas praias da Costa Rica. Depois, na Nicarágua, entrou pelas montanhas. Após percorrer muitos quilômetros, passou por lagos, vulcões e serras até chegar ao belo Caribe hondurenho. De volta às montanhas, Luis viu a grandiosidade do império Maia, ao visitar a antiga cidade de Copán, Honduras, onde estão as obras de arte mais complexas dessa misteriosa civilização.

Passando por planaltos e vulcões da Mesoamérica, viajou pela Guatemala rumo ao México, entrando por Chiapas para ver suas belas paisagens e caudalosos rios. Pelos caminhos maias chegou até o Estado de Quintana Roo e descobriu um novo mundo de rios subterrâneos e a rica cultura da península de Yucatán. Seguindo pelo golfo do México pedalou centenas de quilômetros pelos estados de Campeche e Tabasco debaixo de sol forte até chegar em Veracruz, terra de abundantes águas e densa vegetação. Ao ritmo Jarocho, Luis seguiu caminho pelas serras de Oaxaca, conhecendo rastros de diversas civilizações mesoamericanas como os chinantecos e zapotecos. Agora segue cruzando os Estados mexicanos de Guerrero, Michoacan e Jalisco, para chegar à California, nos Estados Unidos.

“Viajar com apenas alguns pertences amarrados a uma bicicleta não é fácil, mas é uma experiência única”, explica Cunha, que busca estar sempre em contato com a população dos locais que visita, compartilhando experiências genuínas e absorvendo o máximo de conhecimento possível. “Ao chegar aos povoados e cidades, as pessoas oferecem muito apoio, por isso mantenho toda a documentação do meu trabalho online e gratuita para que todos possam conhecer as diferentes paisagens da América, sua gente, costumes e a situação econômica e social”, destaca.

Para ajudar a financiar sua viagem, ele também recebe, por meio de seu site, contribuições dos internautas. Como forma de retribuição, oferece belos postais, ilustrações originais e fotografias das belas paisagens por onde passou. Toda a documentação dessa viagem pode ser acompanhada em seu canal no YouTube https://www.youtube.com/channel/UCXmABs12Tc1LK9tpzMDi_wA), no site (https://umrisco.wordpress.com/) e nas redes sociais de Luis (http://www.fb.com/umrisco e http://www.instagram.com/avidavirouumrisco), com belas fotos e muitos depoimentos (em português e espanhol).

Website: https://www.youtube.com/channel/UCXmABs12Tc1LK9tpzMDi_wA

Web Site: