Como os idosos devem se exercitar em segurança durante a quarentena

São Paulo 30/3/2020 –

Estimular a prática de atividades físicas sistematizadas em pessoas acima de 60 anos já é um desafio. Com a necessidade de isolamento social para conter a pandemia de coronavírus o desafio aumenta. Ficar em casa para evitar a propagação do vírus pode salvar vidas, mas não deixa de ser um fator de risco para o aumento do sedentarismo e outras complicações causadas pelo isolamento.

Para reduzir os impactos que tudo isso pode causar às pessoas com mais de 60 anos, grupo de risco para o COVID-19, é preciso se movimentar, mesmo que seja o mínimo possível. “As pessoas que realizavam atividades físicas antes de iniciar esse momento crítico devem permanecer se exercitando. Tornar-se repentinamente sedentário pode causar prejuízos à saúde física e emocional”, explica Cristiane Peixoto, profissional de Educação Física e líder do Platinum, categoria que cuida das atividades físicas de pessoas acima de 65 anos da Companhia Athletica Anália Franco.

Apesar da motivação de muitas pessoas que já estão treinando em casa por meio de aplicativos e aulas online, os idosos precisam ter um cuidado maior. Listamos algumas dicas de como passar por esse momento com mais saúde, segurança e bem-estar.

1 – É preciso procurar orientação

O ideal é que as pessoas que já praticavam atividades físicas mantenham contato com seus professores. Felizmente a prática conta, hoje, com ajuda da tecnologia, que facilita a comunicação. O idoso que já está acostumado e tem confiança no profissional não deve sofrer nenhuma intercorrência.

Quem não tem a orientação de um profissional deve ser criterioso na busca por opções que mais se aproximem das práticas com as quais está familiarizado, e ter a consciência de que agora não é o momento de se aventurar em novas modalidades.

2 -Espaço adequado evita acidentes

O ambiente precisa ser estudado para garantir a eficiência dos movimentos e a segurança para não causar lesões. Tapetes, móveis baixos, objetos no chão podem aumentar o risco de queda. “O ideal é que o espaço seja amplo, para evitar acidentes. Se não for possível, é preciso adaptar os exercícios para um espaço menor. O importante é se movimentar”, explica a educadora física.

3 – Intensidade moderada já é o suficiente

No momento atual, grande parte das pessoas pode dedicar mais tempo à rotina de exercícios, mas não precisa exagerar. “Atividades de intensidade moderada já são o suficiente para fortalecer o sistema imunológico. O importante é que sejam consistentes e realizadas com frequência”.

O treino pode ser simples, sempre respeitando os limites do corpo e o espaço dedicado a essas atividades. “É importante, primeiramente, começar com um aquecimento articular adequado, mobilizando ombros, quadril e coluna. Seguir com exercícios básicos de fortalecimento muscular. Movimentos rítmicos ou pequenos deslocamentos do corpo estimulam o sistema cardiorrespiratório. Por fim, encerrar com alongamento e relaxamento”, orienta.

Para manter a saúde cerebral, é importante acrescentar treinamento cognitivo à rotina com atividades que envolvam raciocínio, memória e noção espacial.

4 – É preciso preparação como uma rotina normal

O maior desafio é lidar com as adaptações e driblar a falta de motivação que a ausência do local e da rotina de atividades pode proporcionar. Uma das ferramentas para ressignificar a rotina de exercícios é se arrumar da mesma forma, como se fosse sair de casa.

“Alimente-se bem, coloque uma roupa apropriada para exercícios – nada de pijamas! – , encha uma garrafinha d’água, separe a toalhinha e vá para a sua academia particular.”

5- Suporte emocional também é importante

O tempo prolongado de solidão, afastamento das atividades habituais, preocupação com amigos e familiares podem contribuir para o aumento do desânimo e sintomas depressivos, reduzindo a probabilidade desse idoso se manter ativo e produtivo. “A ironia é que, como especialistas da saúde de idosos, sempre recomendamos a sociabilização e atividades fora de casa. O vínculo com as pessoas e o suporte social não deve cessar, e sem isso, será muito difícil que a pessoa se exercite”, explica.

O contato desses parceiros e desses profissionais para compartilharem metas e desafios é importante, mas é imprescindível o apoio da família. Os familiares precisam se preocupar em manter os seus idosos em casa, mas acima de tudo, precisam estimulá-los, encorajá-los e dar-lhes recursos tecnológicos e conhecimento para que possam se adaptar a essa nova realidade. Não basta isolar.

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