Congresso Online reúne milhares de profissionais para discutir Medicina de Emergência em tempos de Covid-19

Balneário Camboriú, SC 27/5/2020 – “O papel do médico emergencista na pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) é imprescindível, cada segundo importa”

Da Redação – “O papel do médico emergencista na pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) é imprescindível, cada segundo importa”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), Dr. Hélio Penna Guimarães, que abriu o 1º Congresso Online de Medicina de Emergência, realizado no sábado (23). O evento, apoiado pelas instituições de ensino Exponential Medical Education (EME Doctors), UniAvan e Primeiro Plantão, reuniu os maiores especialistas em Medicina de Emergência do Brasil, que falaram para os 17 mil médicos inscritos e outros milhares de espectadores que acessaram a transmissão gratuita e aberta ao público. No YouTube foram mais de 39,7 mil visualizações das palestras, que abordaram, ainda, diferentes aspectos relacionados à prática da Medicina de Emergência – como gestão e liderança, atendimento do paciente politraumatizado, ética nos cuidados paliativos, saúde mental dos profissionais da área, entre outros.

O presidente da Abramede elencou desafios para qualificar o enfrentamento à doença, entre eles a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). “As pessoas estão com medo de procurar o departamento de emergência e, infelizmente, já registramos pessoas que morreram em casa. Precisamos nos atentar à triagem reversa, com isolamento do pacientes e identificação dos sinais de gravidade da Covid-19, e à importância dos EPI. Óculos de proteção, máscara N95, aventais descartáveis, luvas e propés. Existe a preocupação da classe decorrente da falta de materiais, mas temos que cobrar, denunciar. Não há como mandarmos um soldado para a guerra sem bala”, explicou Dr. Penna Guimarães.

Entre outros pilares para o enfrentamento, foi destacada a importância dos tratamentos de oxigenoterapia e intubação; a telemedicina, com consultoria remota de especialistas para colegas de outras áreas que também estão na linha de frente; e o treinamento para equipes. “A Medicina de Emergência está vivendo uma fase de crescimento e consolidação. A crise do novo Coronavírus nos mostra que é o momento de brigarmos pela melhoria na ala de emergência e por recursos para qualificar o atendimento. O vírus não escolhe classe social, profissão, gênero”, reforçou o presidente da Abramede.

Para o médico emergencista Dr. Gustavo Deboni, diretor da EME Doctors e idealizador da plataforma Primeiro Plantão (que ajuda médicos em início de carreira), num mundo em que são bombardeados por informações irrelevantes, clareza significa poder para esses médicos. Com isso, destacou a importância de se oferecer informação, qualificada e atualizada, aos médicos de maneira contínua. “O treinamento dos médicos emergencistas não pode parar, ainda mais neste contexto tão ímpar”, defendeu Dr. Deboni.

Programação variada e boa recepção do público

O Congresso Online durou 10 horas com falas de 28 palestrantes; entre eles a dra. Ho Yeh Li, infectologista e coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de moléstias infecciosas do Hospital das Clínicas de São Paulo, responsável pela missão de repatriação dos brasileiros que estavam em Wuhan, na China, em fevereiro deste ano. Também foram montados painéis de discussão em que os especialistas abordaram temas como manejo de vias aéreas, síndrome coronariana aguda e choque cardiogênico, politrauma, ética nos cuidados paliativos, ultrassom na rotina do emergencista, gestão e liderança, entre outros.

O Congresso Online de Medicina de Emergência recebeu críticas positivas dos médicos que acompanharam. “Nenhum defeito nesse congresso. Estão de parabéns demais”, comentou André Camelo. A afirmação foi reiterada por Laura Vilela e Danillo Merat, que definiram o evento como o “melhor congresso online” e “melhor congresso da vida”, respectivamente.

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