Consumidores contam como entraram e saíram do cheque especial

São Paulo, SP 4/11/2019 – Quando eu vi, estava completamente afogada, com R$ 3 mil de dívida no cheque especial – Laura Vechiato

O cheque especial tem aquela cara de presente, um dinheiro extra disponível na conta na distância de alguns cliques. Mas, na verdade, é um presente de grego, uma cilada que pode ocasionar uma grande perda de dinheiro. Em média, os bancos cobram 12% ao mês de taxa de juros de quem faz uso deste crédito. O aplicativo Guiabolso reuniu em um vídeo algumas histórias de pessoas que já caíram nessa enrascada e contaram como fizeram para sair dela.

A analista de atendimento Carla Laes lembra que entrou no cheque especial por causa de uma mudança de emprego e, consequentemente, na renda. “Trabalhava CLT e, por causa da faculdade, optei por estagiar. Meu salário caiu para menos da metade”, diz. “Eu continuava gastando como se eu ganhasse R$ 2 mil enquanto, na verdade, meu salário novo era de R$ 500.”

A situação foi diferente para a analista de Recursos Humanos Laura Vechiato. Ela afirma que gastava pequenos valores em compras, mas não acompanhava a fatura. Começou a usar o cheque especial para cobrir o cartão de crédito. “Quando eu vi, estava completamente afogada, com R$ 3 mil de dívida no cheque especial”, diz.

Para Laura, o grande problema foi não ter visibilidade dos gastos e ganhos ao longo do mês, o que fazia ela tomar um susto quando a conta chegava.

Cheque nada especial

O designer de produto Danilo Marcondes acredita que a dívida no cheque especial foi uma mescla de histórico familiar com falta de educação financeira. “De forma geral, a gente nunca aprende a lidar muito bem com dinheiro. Ninguém ensina para gente”, afirma. “Se o valor do cheque especial não é tão alto, você acaba pensando que é mais uma conta que vai pagar no mês. Não vê aquilo como uma coisa tão grave.”

Mesmo as “vantagens” oferecidas podem ser uma enrascada. No caso de Carla, o banco oferecia o uso do cheque especial por 10 dias sem juros. “Eu sempre acreditava que em 10 dias eu ia cobrir, até que um dia eu não consegui. Foi aí que eu descobri que seria cobrada por aquilo”, recorda.

Além de procurar sempre se manter informado sobre o salário e gastos no mês, Laura indica que o endividado procure novas alternativas no mercado, principalmente para ver opções com juros menores. Uma pesquisa do Guiabolso apontou que após 13 dias de uso do cheque especial já valeria a pena pegar um empréstimo para quitar a dívida cara.

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