Dengue: startup quer instalar 1 milhão de armadilhas no entorno de hospitais antes da chegada da COVID-19

São Paulo, SP 17/4/2020 – Podemos suprimir significativamente populações de Aedes do entorno de uns 500 hospitais em situação crítica

Foco são 500 cidades que já enfrentam epidemia de dengue ou que estão em situação pré-epidêmica

Não é só o COVID-19 que tem assombrado os gestores públicos e a população em geral. O Aedes aegypti, conhecido dos brasileiros de longa data, parece não dar trégua, e a epidemia de Dengue segue crescendo país afora. Se no ano passado houve recorde de notificações, neste ano, quando a atenção se volta ao COVID-19, a luz vermelha acendeu. A transmissão da doença está maior e já se contam cerca de 50% mais casos em todo o país.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico disponibilizado pelo Ministério da Saúde, até a primeira semana de abril já são mais de meio milhão de casos prováveis, concentrados na região de Cerrado. Os índices são alarmantes como os números atestam no PR, MS, DF e MT. Em situação preocupante também estão os estados AC, GO e SP, todos também já tecnicamente em epidemia de dengue logo no primeiro trimestre do ano.

No mapa oficial em laranja estão assinaladas cidades em situação pré-epidêmica; em vermelho e marrom, aquelas em epidemia e severa epidemia, respectivamente.

Nessas regiões a dengue sozinha já desafia o sistema de saúde: interna 1 a cada 100 pacientes atendidos nos postos de saúde, leva para UTI 1 a cada 10 desses que foram internados, dos quais falecem a metade, em sua esmagadora maioria idosos. Portanto, a perspectiva de provável sobreposição desse preocupante quadro sanitário com a inevitável chegada do COVID-19 exige redobrado cuidado com o controle do vetor nas áreas onde se localizam os equipamentos de saúde, para que pacientes e acompanhantes ao buscarem socorro médico não acelerem ainda mais a transmissão das arboviroses.

E a situação que todos vivenciam no momento vem desafiando ainda mais as atividades de controle do vetor a campo. A população refugiada em suas casas vem fechando a janela ao fumacê e a porta à visita do agente de endemias.

Sensível a este cenário de adversidades e epidemias crescentes, a BR3 pretende doar meio milhão de tabletes de DengueTech para municípios que estejam enfrentando epidemia de dengue. O volume disponibilizado é para somar e otimizar as ações de controle do vetor, educação e mobilização da população, com foco no entorno de hospitais e postos de saúde, para melhorar a proteção dos edifícios de equipamentos de saúde e também nas suas vizinhanças.

“O intuito é utilizar o DengueTech para transformar criadouros em armadilhas nos hospitais, unidades básicas de saúde, e também nos quarteirões de seus entornos”, explica Rodrigo Perez, Diretor na BR3. “Com o engajamento de servidores municipais e da comunidade, a tecnologia permite que essa ação seja feita rapidamente, o que certamente reduzirá muito, e rapidamente, a população de mosquito nas áreas mais críticas, protegendo pacientes e equipes de saúde. O DengueTech entrega o que a OMS demanda há anos: que as estratégias públicas ofereçam capacidade e velocidade de resposta, necessidade e sentimento que agora mais do que nunca estão explícitos e compartilhados”.

Para receber as doações as prefeituras deverão entrar em contato com a BR3 pelo e-mail [email protected] e atenderem a alguns requisitos. “É para ser tudo muito simples e ágil. Basicamente precisamos que gestor do equipamento de saúde manifeste interesse e coordene as ações com o serviço de controle de vetores; e este, a zoonose como se costumam chamar, informe que o município se encontra em epidemia e se comprometa fazer o trabalho em até 10 dias após a chegada do DengueTech, na quadra do hospital e nas quadras contíguas, disponibilizando Agentes de Endemias e Agentes Comunitários de Saúde para a execução das atividades a campo. Recebidos esses documentos, quantificamos e despachamos por Sedex pelos Correios para qualquer cidade do país em pouquíssimos dias”, afirma Perez.

Além da tecnologia DengueTech em si, a BR3 também disponibilizará todo o conteúdo digital de suas redes para os municípios aproveitarem e ganharem velocidade na difusão de conhecimento para toda a comunidade local. Há conteúdos para alimentação de blogs, redes sociais, aplicativos de mensagens, etc., tudo acessível a partir do https://www.denguetech.com.br.

“É muito simples usar nas nossas casas e capacitar pessoas a se tornarem multiplicadores no uso do DengueTech. Se houver coordenação, adesão e cooperação, podemos suprimir significativamente populações de Aedes do entorno de uns 500 hospitais em situação crítica. O SOSSaúde é um projeto que nos motiva muito pois tem um enorme propósito. Podemos fazer isso tudo em 30 dias e dar o exemplo de que com criatividade e cooperação é possível fazer muito mais, e juntos salvarmos vidas! Nesse momento de tantos desafios, será muito bacana retribuir de modo mensurável e difuso a todo o apoio que recebemos dos ecossistemas nacional e estadual de inovação”, torce agradecendo Perez.

Sobre o DengueTech
O DengueTech age diretamente nas larvas do mosquito da dengue, matando centenas delas em poucas horas, e seu efeito dura por 60 dias. Além disso, ele não desequilibra o meio ambiente, pois seu agente controlador, o BTI (Bacillus thuringiensis israelensis), é um microrganismo de ocorrência natural que impede que o mosquito desenvolva resistência (o que torna cada vez mais difícil o seu controle por entidades químicas).
Diferente de todas alternativas utilizadas atualmente, o DengueTech não afeta outros insetos importantes para a natureza, nem expõe à população a produtos perigosos. Por isso o DengueTech se encontra registrada na Anvisa na modalidade de venda livre, o que autoriza o seu uso e distribuição gratuita por entes públicos e privados para toda a população.
O uso do BTI para o controle larvário do Aedes é recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A tecnologia foi desenvolvida em parceria com a FIOCRUZ, no CIETEC, com apoio da USP, IPEN, FINEP e FAPESP.
Link do site do MS onde o Boletim se encontra publicado em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/16/Boletim-epidemiologico-SVS-16.pdf

Website: http://www.denguetech.com.br

Web Site: