Depressão: existe alguma relação com a dependência química?

6/8/2020 –

Identificar se há alguma relação entre a depressão e consumo de drogas é um passo importante para propor tratamentos mais assertivos, pois a dependência e depressão podem estar interligadas. 

É importante entender que a depressão pode levar a dependência química, mas o contrário também acontece. Ou seja, existem casos onde o dependente começa a desenvolver a depressão com o uso frequente ou por conta da abstinência da droga.

Mais de 35 milhões de pessoas no mundo sofrem com algum transtorno mental causado por uso abusivo de substâncias químicas, de acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas criado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Dessa forma, a situação pode ocorrer por problemas depressivos ou gerar depressão no usuário.

O que é a depressão e quais são seus sintomas?

“A depressão é um conjunto de reações emocionais causadas por alterações neuroquímicas do cérebro, levando ao sofrimento psíquico”, explica a Dra. Cleuza Canan, psicóloga clínica e diretora geral da Clínica Liberty, centro de tratamento especializado na recuperação e reabilitação de dependentes químicos. 

Atualmente, o número de pessoas com depressão no mundo ultrapassa 300 milhões, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo assim, a população enxerga a depressão como uma fraqueza, prejudicando ainda mais a saúde mental de quem sofre com a doença. 

Isso diminui as possibilidades do depressivo pedir ajuda qualificada, etapa essencial para se conscientizar e encontrar maneiras de lidar com esse problema. 

Ao evitar ajuda e o diálogo, a pessoa procura esse apoio nas drogas e bebidas alcoólicas e acaba desenvolvendo a dependência. Também pode acontecer situações como um usuário de substâncias químicas acabar se tornando uma pessoa com depressão devido a abstinência da droga. 

Por isso, é importante conhecer os principais sintomas da depressão. Os principais são:

  • Melancolia 
  • Mau humor 
  • Irritabilidade 
  • Baixo autoestima 
  • Cansaço extremo 
  • Pensamentos suicidas
  • Ansiedade psicológica
  • Enxaquecas repentinas 
  • Desânimo 
  • Falta de energia 
  • Tristeza sem motivo aparente 
  • Dor no pescoço 
  • Dor nas costas 
  • Diminuição ou perda do desejo sexual 
  • Sonolência em excesso 
  • Insônia 
  • Queda no rendimento profissional ou escolar 
  • Diminuição de interesse em atividades que davam algum prazer anteriormente 
  • Crises de choro 
  • Falta de esperança 
  • Sensação de vazio constante 

Como a depressão pode causar a dependência química?

Pessoas que apresentam depressão ou a tendência em desenvolver transtornos mentais são mais propensas a ter dependência de álcool e/ou drogas. Isso acontece porque esses indivíduos encontram nas substâncias químicas uma saída momentânea para seus problemas. 

“A depressão pode anteceder o uso principalmente do álcool, como fator desencadeante e tentativa de automedicação”, comenta a Dra Cleuza. “A bebida alcoólica é uma substância tóxica depressora do sistema nervoso central, que contribui para o desenvolvimento da depressão e do quadro do alcoolismo. Normalmente, o uso do álcool e outras drogas desencadeia o aparecimento de doenças psiquiátricas devido ao dano cerebral, tendo a depressão como a mais frequente”.

Uma das principais características da depressão que está vinculada ao consumo abusivo de drogas é consumir essas substâncias sem se importar nas consequências que esse ato pode trazer no futuro. 

Nesses casos, a substância química funciona como uma válvula de escape para o sofrimento e alguns sintomas da depressão, como falta de esperança, desânimo, dores e sensação de desespero. 

Sendo assim, a junção entre depressão e abuso de drogas representa grande risco a saúde do usuário. As chances de suicídio aumentam, assim como o surto psicótico e outras consequências derivadas de substâncias químicas. 

Como a dependência química pode causar depressão?

Quando o efeito causado pela droga começa a diminuir o usuário se sente triste e deprimido. Por isso, acaba tendo a necessidade de usar doses cada vez maiores da substância, transformando-a em um gatilho para a depressão. 

Compreender os motivos que levaram a pessoa a consumir a droga é um dos primeiros passos para ajudar a controlar sua dependência. A união entre depressão e uso de substâncias é um dos principais agravantes da saúde da população, sobretudo de jovens e adolescentes. 

Por mais que algumas pessoas utilizem as drogas como fugas de seus problemas causados pela depressão, o uso de entorpecentes pode piorar ainda mais esse quadro. As substâncias podem causar um alívio no primeiro momento, mas demandam quantidades cada vez maiores para causar o mesmo efeito no usuário. Assim, ele continua acreditando que as drogas estão ajudando, pois não consegue enxergar que já adquiriu tolerância aquela substância e está piorando cada vez mais seu nível de dependência. 

“O uso de drogas afeta as funções cerebrais e mentais, podendo desenvolver a depressão e outras doenças, que se não forem tratadas, também podem contribuir para recaídas”, complementa a Dra. Cleuza Canan. 

Como tratar a depressão e a dependência química?

Em primeiro lugar, é necessário ter um diagnóstico completo. Esse documento irá mostrar a causa e consequência do problema do paciente e guiar o tratamento de maneira mais assertiva. 

“A depressão reativa, causado por um fator externo como mortes, perdas, uso de álcool e drogas, são curadas e demandam tempo de tratamento”, comenta a Dra Cleuza. 

Para ter sucesso, o tratamento envolve alguns pilares, como: 

  • Diagnóstico diferencial pelo médico psiquiatra
  • Uso de medicamentos prescritos pelo psiquiatra após exames e avaliação médica
  • Psicoterapia individual 
  • Orientação familiar pelo psicólogo 
  • Orientação psicopedagógica ao paciente e família sobre a doença, devido aos preconceitos e mitos que veem o depressivo como uma pessoa preguiçosa e com falta de vontade 
  • Acompanhamento semanal terapêutico com equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, terapeuta ocupacional e médicos especializados 

Clínicas de tratamentos especializados, como a Clínica Liberty, mostram que há soluções viáveis para tratar a dependência química e os transtornos mentais de forma saudável para o paciente e seus familiares. Na clínica, o depressivo irá encontrar apoio psicológico, terapias, medidas de reinserção social, bem-estar e qualidade de vida. 

Para saber mais sobre a Clínica Liberty, acesse https://clinicaliberty.com.br 

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