Empreendedores na nuvem

7/2/2013 – Muitas vezes não é a empresa que quebra, e sim o empreendedor

Segundo estudo realizado pelo Sebrae, em 2010, 58% das micro e pequenas empresas (MPEs) fecharam as portas antes de completar cinco anos. Entre os principais motivos citados pelos empreendedores estão a falta de clientes (29%), capital (21%), concorrência (5%), burocracia e impostos (7%). Contrariando estes números, a Doctor Joe Technology Care comemora 5 anos de operação com crescimento de 50% apenas entre 2010 e 2011, e acumulado de 389% desde a sua criação. “Nós não acreditamos que o grande número de empresas que fecham em seus primeiros anos devam ser enquadradas nestas estatísticas. Estas empresas não quebraram porque estavam endividadas, mas sim porque o sócio empreendedor não aguentou o baque. Muitas vezes não é a empresa que quebra, e sim o empreendedor”, dispara Cesar Camargo, COO da empresa de soluções em TI e a primeira brasileira autorizada no Google Marketplace para implementações da solução Google Apps.
É mais que sabido que para empreender é necessário, além de oportunidade, vontade. “A primeira coisa que deve ser assimilada ao empreender é abrir mão de muita coisa, de estabilidade financeira, de comodidade, de ter funcionários abaixo de você, de ter chefe”, diz Arthur Motta, CIO da Doctor Joe. É imprescindível saber trabalhar sem um tutor até que haja condição da empresa contratar uma consultoria. Na prática, é preciso entender que antes do sucesso vem muito sacrifício e abdicação. “Você nasce de novo, não é mais o Cesar da multinacional X ou Y, deixa de ter o respaldo de uma grande corporação como um sobrenome para apresentação”, exemplifica Camargo. “Além disso, aquilo que era verdade no final do mês, em termos financeiros, passa a não ser mais. Há uma abdicação enorme a ser feita até que você recupere o padrão de vida que tinha enquanto executivo. E, nesta fase, o grande risco passa a ser confundir o caixa da empresa com o seu caixa pessoal, fazendo retiradas não planejadas e incoerentes com o resultado da empresa”.
Ainda de acordo com o Sebrae, outros fatores influenciam no processo de mortalidade das MPEs como a falta de planejamento, de técnicas de marketing, de avaliação de custos e fluxo de caixa, entre outros. Com muito foco nestas questões, o primeiro passo para a estruturação da Doctor Joe, e considerado fundamental por seus sócios, foi o desenvolvimento de um plano de negócios, com cenários simulados para investimento e expectativa de faturamento x receita. “É importante ter um controle muito rígido de custo já a partir do primeiro dia. Até hoje todas as nossas despesas foram lançadas e categorizadas permitindo uma ampla e detalhada visão do que foi investido em ativos, quanto foi gasto com serviços, etc.. Isso nos ajuda a olhar para o futuro com projeções bem realistas”, explica Motta.
Empresa privada, criada com investimentos apenas de pessoas físicas, a Doctor Joe também surpreende ao manter sua operação até hoje neste modelo. Todas as ações e aquisições, inclusive investimentos, foram feitas através de recursos gerados pela própria companhia, estratégia que lhe assegura hoje endividamento zero. “Isso não quer dizer que achamos que buscar recursos através de empréstimos e financiamentos seja uma estratégia errada. É apenas outra forma de fazer negócio, uma questão de assumir o risco. Quando você faz um empréstimo, já parte do dia zero devendo dinheiro a alguém, um desconforto na gestão financeira”, explica Motta.
Em um País em que 60% dos universitários (dados da Organização Endeavor) já pensam em construir seu próprio negócio, a Doctor Joe também nasceu deste sonho: concretizar um negócio próprio, gerar empregos, deixar um legado. Mas vale lembrar o peso atrelado a esta iniciativa, uma vez que o poder de decisão do empreendedor é para o bem e para o mal, e nem sempre é possível que essa decisão seja colegiada. Nesse caso, então, uma decisão certa beneficia muitas pessoas, assim como uma errada também atinge todos os envolvidos. “Na carreira de executivo, qualquer ação errada que você tome não levará a empresa à falência, não fará com que pessoas percam seus empregos”, pondera Camargo, “No nosso caso, um erro pode fazer com que os 40 funcionários que temos hoje voltem para casa sem emprego no final do dia”. Realidade que dá outro sinônimo para empreender: responsabilidade.

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