Erlichiose: a doença do carrapato pode causar dores articulares nos cães

Porto Alegre/RS 20/12/2019 – na doença do carrapato pode ser encontrada a poliartrite, ou seja, a lesão inflamatória de múltiplas articulações levando o animal a poupar a pata afetada.

Existem muitas causas pela qual um cachorro pode começar a mancar. Um exercício muito intenso durante um passeio no parque, uma corrida rápida seguida de uma freada brusca pegando um frisbee, derrapadas contínuas no porcelanato da casa correndo atrás de uma bolinha, pulos de mobílias e carros, brincadeiras entre animais da casa são alguns exemplos de atividades que podem levar a uma lesão articular e desencadear a claudicação. Mas também existem outros vilões para esse tipo de lesão.

Agora com a chegada do verão é muito comum começarem as infestações de carrapatos. Esse parasita é encontrado na grama, areia e até mesmo dentro de residências que possam ter alojado fêmeas com ovos. As fêmeas fazem os ninhos em rodapés, atrás de quadros, lugares altos e secos. Depois de eclodirem os ovos, as larvas e ninfas (fases jovens do carrapato) saem dos ninhos em busca de hospedeiros para se alimentar. E o cachorro é um excelente hospedeiro. Porém, além da infestação por carrapatos ser desagradável para o animal pode causar uma série de doenças, e uma delas é a Erlichiose.

A Erlichia canis é uma riquetsia que infecta as células sanguíneas do animal picado por um carrapato contaminado, e após 7 a 21 dias, os sinais clínicos da doença do carrapato começam a aparecer. Em uma fase inicial o animal possui um aumento dos gânglios linfáticos que dificilmente poderá ser percebido pelos tutores, dificultando o diagnóstico precoce da doença. Após alguns dias, as hemácias e células imunes começam a ser destruídas começando então os quadros de anemia, que levam o animal ao cansaço, presença de mucosas pálidas, febre, diminuição do apetite, convulsões e também destruição de plaquetas, podendo resultar em quadros de hemorragias espontâneas. Além desses sinais, também pode ser encontrada a poliartrite, ou seja, a lesão inflamatória de múltiplas articulações levando o animal a poupar a pata afetada. O que deixa o diagnóstico de difícil solução é o fato de ela não apresentar alteração radiográfica, uma vez que é uma lesão não erosiva.

Após a fase inicial, se o animal resistir a agressividade das lesões primárias, os sinais começam a se atenuar, mas o animal continua portador da doença e começa a apresentar um quadro auto imune, ou seja, o sistema imunitário começa a agredir o próprio organismo e o cachorro começa a apresentar emagrecimento progressivo, fica apático e suscetível a doenças secundárias. Ao identificar qualquer um desses sinais, o animal de estimação deve ser levado ao médico veterinário rapidamente, pois dessa forma o diagnóstico poderá ser realizado mais brevemente e as chances de reversão dos sintomas se aceleram.  

No entanto, alguns cães passam para a fase crônica e desenvolvem a poliartrite, permanecendo ativos, com apetite e disfarçando o estado doente. O médico veterinário Gustavo Vicente, professor de ortopedia e fisiatria do centro de treinamento da rede de franquias da Mundo à Parte, explica que o sucesso do tratamento dessa doença é o diagnóstico correto e preciso, sendo necessária a busca de um profissional especializado. Muitas vezes as claudicações são tratadas de forma paliativa, sem a identificação da causa primária, e nesses casos o animal está fadado ao insucesso.

A médica veterinária Jennifer Hummel, professora de fisiatria da rede Mundo à Parte comenta que os seus alunos passam por um rigoroso treinamento que permite identificar as possibilidades diagnósticas nessas lesões ortopédicas. Ela acrescenta que de nada adianta aplicar equipamentos na articulação que dói se não souber o porquê ela está doendo.

Portanto, com as férias chegando, as medicações antiparasitárias dos cães devem ser mantidas em dia e, caso seja identificada qualquer sintomatologia um médico veterinário de confiança deve ser procurado para que o diagnóstico seja rápido e o tratamento seja eficiente! Além disso, a fisioterapia veterinária é uma grande aliada nas doenças articulares devendo ser incluída no tratamento de animais de estimação.

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