Especialistas ensinam como fazer test drive para usados e seminovos

Florianópolis – SC 25/9/2020 –

A pandemia do novo coronavírus causou um impacto negativo no mercado automotivo brasileiro. Em abril e maio deste ano, as quedas foram de mais de 75% seguidas, o que representou um período de vacas magras para o setor. No entanto, agora que a economia voltou a reabrir, mesmo com a manutenção da pandemia, os resultados começam a aparecer.

De acordo com a prévia dos números de vendas de automóveis em setembro, divulgados pela Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), os resultados até o momento superam, inclusive, o desempenho do mesmo período do ano passado. Quem tem puxado esse resultado são os carros usados e seminovos, onde foram vendidas ao redor de 67.652 unidades no período. O aumento da média é de 8 mil unidades por dia.

“Esse crescimento não é um absurdo. Quem acompanhou o mercado sabia que ele viria. Afinal, nós vimos um movimento semelhante em outros países que passaram pela pandemia antes do Brasil. Além disso, o cenário macroeconômico estava positivo para esse tipo de movimento”, explica Maximiliano Noronha, sócio-proprietário da NoxCar , concessionária de seminovos e usados em Florianópolis (SC).

O cenário macroeconômico descrito por Max Noronha tem a ver com as recentes quedas bruscas da taxa Selic. Em agosto, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) diminuiu a taxa para 2%, um resultado ainda menor do que os recordes mínimos que vinham sendo progressivamente registrados.

Como a Selic regula os juros de financiamentos e empréstimos, seu resultado mínimo significa um valor mínimo também para os financiamentos automotivos, fazendo com que seja mais interessante comprar um automóvel no momento.

“A crise do novo coronavírus também tem um impacto. Muitas concessionárias estão com o estoque cheio, já que praticamente não houve vendas em abril e maio. Por isso, a balança pende a favor do consumidor nesse caso”, explica Noronha.

Outro elemento da crise do novo coronavírus que torna os carros mais atraentes para os consumidores é o fato de que eles precisam de um automóvel para se locomoverem com segurança. Afinal, é preciso trabalhar e o transporte público é uma opção de risco.

“Pegar um ônibus ou trem é correr o risco de ser contaminado por causa da aglomeração. Por isso os carros usados ou seminovos estão em destaque, já que são soluções mais baratas para quem precisa sair de casa e ir trabalhar”, pondera o especialista.

No entanto, comprar um carro usado ou seminovo costuma deixar a população com o pé atrás. Como saber se aquele veículo está em boas condições? De que forma garantir que o automóvel não virá com problemas mecânicos? O sócio-fundador da NoxCar explica.

“O ideal é ter o apoio de um mecânico de confiança para dar uma olhada no carro. Se você tiver essa condição, é a melhor alternativa para elucidar qualquer dúvida. Entretanto, é possível fazer uma boa avaliação pelo test drive”, revela.

A seguir, Max Noronha explica algumas dicas básicas para quem quer aprender a avaliar o estado mecânico de um automóvel pelo test drive.

O lugar certo

“A primeira dica para fazer um bom test drive é escolher um bom lugar para isso. Um bom teste exigirá que o automóvel passe por várias situações diferentes. Portanto, é importante achar um espaço que tenha uma reta extensa o suficiente para ver a aceleração, obstáculos no chão para testar a suspensão, uma rampa para verificar o motor e curvas para testar a dirigibilidade. O espaço mais indicado para isso é o estacionamento de um shopping”, diz o especialista.

No que prestar atenção

“O primeiro ponto a prestar atenção é quanto tempo leva para o carro ligar. Isso vai mostrar se a bateria está em boas condições ou não. Se o veículo iniciar sem problemas, significa que ela está bem conservada”, explica Noronha.

“Em seguida, o motorista deve dar uma volta simples para poder testar a direção e a troca de marchas. O ideal é ver se a alavanca funciona sem folgas ou trancos. Se sim, então ela está em um bom estado. Se não, então é sinal de problemas. Um teste mais intenso pode ser feito ao tentar subir uma rampa, pois é quando mais exige do automóvel. Se houver trepidação no pedal, o sistema de marchas pode estar com problemas. Se não houver trepidação, mas o carro continua com dificuldades, pode ser algum problema no motor”, complementa.

O que mais deve ser testado

“Além do motor, bateria e câmbio, é importante que o motorista teste a suspensão do automóvel. Para isso, ele precisa passar por cima de obstáculos leves durante o teste, como tartarugas em um estacionamento ou lombadas. O ideal é ultrapassar os obstáculos em baixa velocidade e notar se há barulhos ou trepidações inesperadas”, revela.

“Por fim, as últimas dicas são para testar o alinhamento das rodas em uma linha reta, sem colocar as mãos no volante, e testar os freios. Para fazer isso, acelere e veja se o carro puxa para um lado ou outro. Depois de atingir uma velocidade acima de 50 km/h, use o sistema de frenagem e veja como ele reage”, conclui o sócio-fundador da NoxCar.

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