Investimento ou trading em Bolsa de Valores são realmente alternativas funcionais para os brasileiros? Qual a mais adequada?

Belo Horizonte 22/11/2019 – Eu diria que fazer trading e ou investimento na Bolsa é algo muito simples de se aprender, mas extremamente difícil de se dominar.

Nos últimos tempos, a quantidade de pessoas investindo na Bolsa de Valores vem crescendo e, consequentemente, várias escolas surgiram com a proposta de ensinar formas e métodos de investimentos. Mas investir na Bolsa é de fato uma alternativa funcional?

Guilherme Almeida, responsável pela área educacional da RenkoProp, empresa que faz investimentos e trading com capital próprio, ajuda com uma orientação nesse sentido:

“A primeira coisa que a pessoa interessada nestes investimentos deve fazer é se organizar. Alinhar suas finanças pessoais e começar a ter uma cultura de investidor, separando sempre uma parcela do que recebe. Após isso, analisar quanto do seu capital será direcionado à Bolsa e qual o prazo que este ficará investido. Desta forma, já temos um passo importante para definir os riscos comportados e a expectativa de retorno perante a sua realidade.”

Partindo dessa referência dada por ele, é difícil encontrar informações mais objetivas na internet, já que se misturam conceitos entre trading e investimento, tornando os conteúdos dispersos, vagos e pouco práticos.

“É difícil encontrar porque até mesmo quem ensina sobre isso, às vezes não tem uma definição objetiva. Nós aqui temos uma bem clara, com relação a essa questão de trader/investidor: Trader é a pessoa que tem a maior parte de seus rendimentos oriundos de suas negociações, independente do prazo. Já o investidor, apesar poder realizar operações similares, não depende do capital que gera no mercado para viver, alocando recursos que proveem de outra fonte”, cita Guilherme, ao dar uma definição que ele mesmo chama de mais objetiva e direta a essas duas modalidades.

Uma confusão com relação a esse assunto é facilmente percebida nos inúmeros vídeos sobre Bolsa de Valores, análise técnica, day trade etc., encontrados no YouTube, bem como em seus comentários, tornando o jargão “compre barato e venda caro” uma enorme dificuldade prática.

A primeira percepção é de que não existe um consenso, principalmente no que se refere a o quê “funciona”. Ou seja, o que diante de toda essa vastidão de conteúdo, traz de fato, lucro e dinheiro.

“Investimento e ou trading é fácil, porque com um simples clique você consegue ter um lucro maior que na maioria dos tipos de investimento e atividades. Mas ao mesmo tempo é extremamente difícil, porque para que tudo dê certo no longo prazo é necessário todo um controle financeiro, operacional, comportamental e mesmo assim, não existe garantia de sucesso. Só que essa facilidade da execução ilude muita gente que acredita que por ter aprendido alguma estratégia no YouTube, vai chegar no mercado e vai vencer um negociador profissional de um banco ou corretora internacional…” diz Guilherme, e acrescenta: “…Não que essa negociação entre os dois aconteça de forma direta, mas é inocência acreditar que descobriu a mina de ouro apenas porque aprendeu como negociar na Bolsa. Seria o mesmo que acreditar estar rico porque aprendeu a usar uma picareta para extrair ouro. Ou seja, é fácil aprender a bater uma picareta em uma pedra, mas o difícil é saber em qual pedra bater, a força e o método mais funcional.”

Em entrevista ao jornalista Charlie Rose, Warren Buffet disse: “Quando alguém vê o vizinho ficando mais rico começa a evolução natural da bolha. Bastam três coisas para sua formação: os inovadores, os imitadores e os idiotas.”

Nesse trecho, Warren Buffet claramente se refere a “bolha”, que pode ser especulativa, financeira e ou econômica e é uma situação na qual o valor de um ativo se desvia fortemente do valor intrínseco correspondente desse mesmo ativo. Ou seja, algo fica em um preço muito acima do que de fato ele vale.

 

Esse volume de novas pessoas entrando na Bolsa de Valores brasileira pode ser um indício de uma nova bolha?

“Estarmos ou não próximos de uma crise ou bolha, de nada tem a ver com o aumento do número de investidores no Brasil, essa transição é natural em qualquer país que possui taxas de juros baixas, já que as pessoas precisam aceitar mais risco para que seus investimentos rentabilizem como antes. Estes eventos, como em 2008, são fatores mundiais, mas claro que novos investidores chegando após fortes momentos de alta, no pico dos movimentos, atraídos por todas as mídias, é um ótimo termômetro de que a festa pode estar prestes a acabar. E justamente este é o maior problema no cenário brasileiro atual, as pessoas mal fazem o dever de casa com uma gestão financeira pessoal adequada. De nada adianta querer investir, se a pessoa não tiver controle e logo precisar desse capital de investiu para quitar dívidas ou para um consumo imediatista. Ao mesmo tempo, de nada adianta a pessoa controlar suas finanças, mas perder seu capital na Bolsa pela falta de conhecimento, informação, gestão e preparo. É um ciclo que precisa ser aperfeiçoado.”

A última crise na Bolsa ocorreu em 2008 e alguns anos após isso, novos rumores começaram a surgir, como previsões de uma nova crise maior e mais abrangente. Mas isso não é exclusivo do mercado financeiro e os ditos profetas do apocalipse estão presentes em praticamente todo tipo de mercado e, sendo essas previsões verdadeiras ou não, o fato é que a Bolsa de Valores continua crescendo e cada vez mais pessoas estão vendo esse tipo de alternativa de investimento, como uma oportunidade para fazer seu capital render mais.

Guilherme encerra com uma afirmação: “Preparar-se da maneira correta, sem se preocupar apenas com a possibilidade de lucros é fundamental. Nunca é tarde demais para estudar as formas de se investir na Bolsa, principalmente em um cenário que, mesmo crescendo a cada dia, o número de investidores ainda é muito baixo no Brasil e, com a transformação da cultura de investimentos, ainda há um volume financeiro imenso que entrará no mercado, favorecendo-o. Acredito que investimento em Bolsa é algo para todos. Não é tão agressivo quanto o trading em si, mas exige uma capacitação adequada de igual forma”.

Investimento em Bolsa é de alto risco e de acordo com Guilherme, o trading, além do alto risco, também é muito agressivo. Mas independente de qual seja, ambos exigem a mesma qualificação e preparo, por estarem, na prática, no mesmo segmento de risco, a Bolsa.

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