Mulheres à frente do mercado de serigrafia, sign e têxtil

São Paulo, SP 9/3/2020 – Pesquisa realizada pela McKinsey, aponta que empresas com mulheres na liderança têm 21% a mais de chances de ter desempenho financeiro acima da média

Além de representar 52% da população brasileira, as mulheres estão ocupando espaços nas universidades e no universo empresarial. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) elas representam 7% a mais nas universidades e 49% do mercado de trabalho, de acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial do Trabalho.

Ao analisar a trajetória feminina nos últimos 20 anos, as mulheres saltaram de 34,8 milhões para 45,8 milhões no conjunto da população economicamente ativa no Brasil – alcançando mais de 44% do total, segundo o último censo do IBGE. Se olharmos para períodos mais longos, fica ainda mais evidente a participação no mercado de trabalho – em 1992, por exemplo, as mulheres eram pouco mais de 25 milhões das pessoas economicamente ativas, isso é fator determinante para entender que elas estão ocupando os espaços dentro das empresas, antes redutos masculinos.

E dentre esses espaços corporativos, destaca-se o mercado de serigrafia, sign e têxtil. Como exemplo, a principal feira do setor, a FuturePrint, possui uma equipe de dezesseis pessoas somando os departamentos de marketing, comercial e operacional, sendo quatorze mulheres. Para Liliane Bortoluci, diretora do evento, é uma felicidade ver as mulheres assumindo com potencial cargos de liderança em mercados que antes, em sua maioria, eram ocupados por homens. “A representatividade feminina dentro de um evento dirigido a área de comunicação visual é de suma importância, saber que nossa equipe levou a FuturePrint ao patamar de principal feira de setor, nos traz uma assinatura da competência com que lidamos com o mercado de trabalho, mesmo que muitas vezes, nossa rotina ainda tenha uma jornada dupla, em nossas casas. Isso mostra o quanto as mulheres estudaram, construíram e conquistaram seus espaços no ambiente corporativo”, completa.

E o número de mulheres nos setores de sign, serigrafia e têxtil, não é pautado apenas pelas lideranças da feira FuturePrint, elas crescem vertiginosamente em todas as direções, além dos cargos gerenciais, também estão à frente das empresas de brindes promocionais, compradoras do setor e nas empresas de tecnologia e maquinários.

Caso da VP Máquinas Dobradeiras Termoplásticas e Kapalê Comunicação Visual, duas empresas comandadas por Ana Paula Paschoalino de Freitas, que também acumula os cargos de primeira presidente mulher da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para Gravação, Impressão, Acabamento e Conversão da ABIMAQ, Conselheira da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), facilitadora e cofundadora do projeto social +10 Mulheres, onde compartilha seus conhecimentos de empreendedorismo e gestão de pessoas com ferramentas de Coaching. O Projeto já impactou positivamente mais de 150 mulheres.

Ana Paula conta que quando se formou em Artes Gráficas, as mulheres ocupavam 5% das vagas, atualmente esse número ultrapassa a marca de 50%. Outro fator que destaca, é que no Nordeste, as MEIs em nome das mulheres já ultrapassaram os 51%, e ainda completa que em sua empresa os cargos de liderança são ocupados por três mulheres e um homem. “O Perfil feminino tem um diferencial de agregar e distribuir, isto foi constatado em uma pesquisa realizada pelo banco Goldman Sacks quando lançaram o programa 10.000 Mulheres, do qual tive o privilégio e alegria em participar. Foi constatado que um homem quando recebe conhecimento e melhora sua condição financeira ele compra uma TV maior ou troca de carro, já as mulheres que melhoraram sua situação financeira e recebem conhecimento, contratam mulheres, melhoram a alimentação de seus filhos, parentes e até vizinhos, enfim mudam uma pequena sociedade”, diz Ana Paula.

Bacharel em direito, Celia Yshii, sócia proprietária da Flock Color há 32 anos, conta um pouco da sua história que se funde com a companhia, fabricante de máquinas direcionadas para as áreas de serigrafia, sinalização e embalagens. Atual liderança executiva da empresa, Celia Yshii deixou o direito em 1988 e decidiu trabalhar junto com o marido, Ioshimi Yshii, na abertura da indústria.
“Começamos com um único equipamento e fomos crescendo com a demanda do mercado, na época conhecia pouco da área, estudei, me especializei no setor e há doze anos, Ioshimi resolveu investir em um novo negócio, me convidou para somar no empreendimento, mas entendi que meu lugar era e continua sendo na Flock Color. Uma mudança que me colocou em um novo patamar de desafio, estar à frente da gestão da empresa, aceitei como uma meta e a companhia continua inovando no setor. Estar sempre em movimento é um dos nossos objetivos”, destaca Celia.

Já a empresa IITA tem 85% de mulheres em seu quadro de colaboradoras, distribuídas nas áreas comercial, administrativa e produção, que ocupam cargos desde diretora comercial à líder de serviços gerais. De acordo com Jocafe Emiliana da Silva, diretora comercial, a política da empresa quanto as questões salarias, não distingue o sexo do colaborador e sim, o mérito, a capacidade, o foco, a determinação e empenho com que cada um desempenha em seu setor/cargo. “Acreditamos na força da mulher e na capacidade de resolver os problemas de forma clara, objetiva e com sensibilidade, o que acaba tornando os procedimentos diários de forma geral mais organizados”, explica Jocafe.

A Roland DG Brasil, fabricante japonesa de impressoras de grandes formatos e 3D, também tem uma história de crescimento da participação das mulheres. Atualmente 52% da empresa é operada por elas nos mais diversos departamentos. “Em cargos de gestão a Roland DG avança em passos largos. A participação feminina desde 2018 cresceu 50% nos cargos de coordenação e supervisão, inclusive nas áreas de logística, operação de equipamentos e especialistas de produtos, sendo a equiparação salarial similar entre homens e mulheres”, completa Michelle Fernandes, supervisora de marketing da empresa.

Há grande relevância no crescimento do poder de compra feminino, destaque para os números do último Censo da Educação Superior, que mostraram as mulheres como 60% das pessoas que concluíram cursos superiores no país, um dado relevante que indica um caminho em relação ao futuro feminino dentro do mercado de trabalho.

FuturePrint
Expo Center Norte – SP
22 a 25 de Julho de 2020
13h às 20h -sábado das 10h às 17h

Website: http://www.feirafutureprint.com.br

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