Por novos horizontes para os trabalhadores e trabalhadoras do país, está surgindo a Abrastt (Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora). A Assembleia de fundação está programada para o dia 12 de dezembro, das 9 às 17h, na Faculdade de Saúde Pública da USP (Avenida Doutor Arnaldo, 715 - Cerqueira César), São Paulo. Durante o encontro serão votados o estatutos, eleitos e empossados os membros da Diretoria e do Conselho Fiscal.

O médico do Trabalho Zuher Handar, membro do Conselho da entidade, cujo nome ainda é provisório, diz que ela é "a expressão de um movimento social legítimo, que tem raízes múltiplas, algumas muito antigas, mas não velhas, que busca dar visibilidade em nosso país, às bandeiras de defesa da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, cada vez mais ameaçadas".

Por sua natureza de associação civil multiprofissional, com abertura para todas as áreas de atuação, nos níveis médio e superior, a Abrastt nasce sem os deveres – e às vezes desvios de função – de cuidar da defesa de causas corporativas, próprias de cada profissão abrigada neste grande “guarda-chuva”. Surge, de acordo com Zuher Handar, para ocupar um espaço estratégico ainda vazio, ou não suficientemente ocupado: a sociedade civil organizada em torno da promoção e da proteção da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, no extenso território nacional, em todos os segmentos econômicos – formais e informais – priorizando, contudo, aqueles e aquelas que têm menos voz e menos vez.

Terá como características ser ecumênica e tolerante no respeito e convivência à pluralidade ideológica e partidária de cada um de seus associados, os quais continuarão aderentes aos valores de suas respectivas militâncias, ou mesmo de nenhuma militância. O compromisso, ao se filiar à Abrastt, é com sua missão de defender a vida, o bem-estar e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, enquanto direitos humanos e sociais fundamentais do indivíduo.

A Abrastt nasce, também, com a certeza de que sua missão e o seu quadro de associados, atuais e futuros, não colidem, nem competem e nem atingem qualquer outra entidade ou organização, científica, acadêmica ou profissional, as quais são vistas como parceiras e sinérgicas na causa maior. "O muito que puder ser feito por nós – Abrastt – e pelas entidades e organizações parceiras e aliadas ainda é extremamente pouco ante a complexidade e gravidade dos desafios", diz o médico.

O Capital se reinventa continuamente e adquire expressões sutis e sedutoras. Ainda somos minoritários e o “lado fraco” das disputas, o que exige que também nos reinventemos, com inteligência, astúcia, coragem e criatividade. Por fim, Zuher Handar informa que esse é o momento de "caminharmos juntos, ainda que sendo diferentes e respeitando as diferenças. Neste sentido a Abrastt nasce ao mesmo tempo una e diversa!"