Orgânicos cultivam seu lugar no mercado

7/2/2013 – Para nós, não há concorrentes no setor, nosso concorrente é sempre o convencional. Acreditamos que uma empresa não pode brigar com outra dentro do segmento porque o mercado ainda é muito pequeno. Precisamos nos unir para a participação de toda a cadeia

Alimentos e bebidas orgânicos ganham cada vez mais espaço nas gôndolas dos supermercados brasileiros. Novos canais de distribuição e comercialização permitiram que estes produtos alcançassem um número maior de consumidores, tornando a demanda mais regular. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), hoje o mercado movimenta aproximadamente R$ 500 milhões no Brasil, e cresce em torno de 15% a 20% ao ano.
Apesar da demanda crescente, o setor ainda está represado pela oferta ou pela desorganização de suas cadeias produtivas, abastecidas quase que totalmente por agricultores familiares (85%). Além disso, os orgânicos enfrentam outros obstáculos no País, como a falta de conscientização dos consumidores e os custos de produção. “Muitas vezes, nem o próprio consumidor sabe de fato o que é o alimento orgânico”, diz Philipe Morais, diretor da Organic Alimentos, uma das primeiras empresas nacionais certificada pelas diretrizes brasileiras e americanas para produção de alimentos livres de aditivos químicos. “O Brasil tem um mercado ainda muito incipiente no consumo de orgânicos. Em países desenvolvidos como Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, esse consumo chega a 30%, em média”, exemplifica Morais. “Em açúcar, por exemplo, a estimativa é de que a versão orgânica do produto represente apenas 1% da produção total nacional”, acrescenta Levy de Oliveira, gerente comercial da empresa.
A partir de 2011 o governo regulamentou a produção e comercialização de alimentos orgânicos exigindo o registro do produtor no Cadastro Nacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e criou o selo ‘Produto Orgânico do Brasil’. “Sem dúvida foi uma grande conquista, já que um setor desregulamentado perde credibilidade e oportunidades, mas ainda há muito a ser feito”, pondera Morais.
A falta de organização é o maior gargalo do mercado de alimentos orgânicos. É imprescindível que se estabeleça uma força profissional nas negociações para o aumento da participação no varejo. A Organic Alimentos acredita e aposta nesta estratégia: estruturou seu departamento comercial para fazer frente aos produtos convencionais. “Para nós, não há concorrentes no setor, o nosso concorrente é sempre o convencional. Acreditamos que uma empresa não pode brigar com outra dentro do segmento porque o mercado ainda é muito pequeno. Precisamos nos unir para alavancar a participação de toda a cadeia”, explica Morais.
Para viabilizar sua operação, a empresa conta com aplicativos personalizados de gestão, logística e representantes comerciais em quase todo o território nacional. “Às vezes precisamos fazer uma operação logística para atender ao cliente que custa mais do que receberemos, mas ele não fica sem o nosso produto. Se a conta fecha? Nós estamos em um momento de crescimento, então precisamos primeiro atender para depois virar essa conta”, surpreende o diretor da Organic Alimentos.
E o desempenho da empresa vem confirmando o acerto da estratégia: no último ano sua participação no mercado quadruplicou. Resultado que esperam repetir no próximo período. “Também devemos aumentar o nosso leque de produtos. A ideia é buscar ter todos os produtos convencionais disponíveis em orgânicos”, diz Oliveira. “Há carência na variedade de produtos neste mercado, há muito espaço a ser conquistado”.
São fundamentais investimentos e organização para o esclarecimento do consumidor com relação aos benefícios dos orgânicos, que envolve o desenvolvimento de um sistema de produção sustentável, respeitando o produtor, o consumidor e o meio ambiente. “E nós trabalhamos por isso”, finaliza Morais.

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