Poupança pode fazer investidor ter prejuízo por causa de inflação e Selic baixas

São Paulo SP 16/12/2019 –

A se confirmarem as previsões dos economistas, os investimentos em poupança devem dar prejuízo ao final de 2019. Isso porque os rendimentos desse tipo de aplicação e também dos títulos de capitalização, tendem a ficar abaixo do aumento médio de preços. Esse tipo de cenário é inédito no país. Diante disso, especialistas em finanças alertam que é preciso migrar os recursos dessa modalidade para não perder dinheiro, literalmente.

Dados do último Boletim Focus apontam que a expectativa dos economistas de mercado para a Selic é de 4,5% no fim 2019. Os dados são do último Boletim Focus. A taxa básica de juros está atualmente em 5% e ainda há uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) prevista para dezembro.  

Caso se confirme esse novo corte nos juros, a Poupança passaria a render 3,15% ao ano (70% da Selic, nas regras atuais). Acontece que a previsão para a inflação oficial ao final de 2019 é de 3,46%, também segundo o Focus.

O fundador da Suno Research, Tiago Reis, alerta que esse cenário favorece a renda variável como forma de proteger o patrimônio. Isso porque, normalmente, a poupança já tem um rendimento muito baixo, mas esse fator é agravado porque muitos investidores não costumam levar em consideração o peso da inflação.

Outro problema, segundo ele, é que os impostos também não costumam ser considerados em investimentos em renda fixa. “Tem uma conta que eu acho muito importante e que poucos investidores no Brasil estão fazendo. Quando você faz seu investimento em algo que é atrelado a Selic, se você sacar seu dinheiro, vai pagar o imposto de renda referente ao seu tipo de investimento”, comenta Reis.

Mesmo em alguns títulos do tesouro, há risco de perda, segundo o especialista. Isso porque a inflação “pessoal” de cada um pode ser maior que a média do IPCA, dependendo dos itens que cada um consome.  “Se você coloca R$100 no Tesouro Selic, com este cenário de juros, a hora que você for sacar, terá um valor que compra menos produtos do que representava quando foi investido”, explica Reis.

Este cenário de prejuízo em investimentos de renda fixa é um fator inédito na economia brasileira. Isso porque, em anos recentes, o país estava acostumado a altas taxas básicas de Juros. Esse fator contribuiu para que a renda fixa se tornasse o tipo de investimento mais popular do país, especialmente a poupança.

Além do rendimento, essas modalidades também atraíam pela segurança e liquidez. Mas, segundo Reis, esse cenário é passado; “Isto acabou. A renda fixa dessas três características, hoje, só consegue preencher dois desses requisitos, segurança e liquidez”, diz o fundador da Suno Research.

Para o especialista, é preciso mudar a forma de investir para escapar desse prejuízo. “O caminho é a renda variável. Ações de empresas consolidadas, ações de small caps, Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs), ações estrangeiras (diferentemente dos fundos cambiais) e, quem sabe, até empreender e abrir seu próprio negócio. É assim que você vai rentabilizar seu próprio capital”, indica Reis.

Uma das maneiras de observar o crescimento do mercado de renda variável é o aumento de empresas buscando o IPO.

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