Projeto social da Escola LF oferece curso gratuito de operador de máquina injetora em plástico

18/12/2019 –

A Escola LF de cursos profissionalizante em plásticos vai ministrar em março de 2020 um curso gratuito a surdos para formação de operadores de máquina injetoras. O projeto social da instituição visa oferecer novas oportunidades profissionais para essas pessoas, propondo-se a ajudá-las a enfrentar as dificuldades de trabalho, que em geral têm chances menores no mercado, e também por causa da crise de empregos que no momento castiga o País.

A instituição oferecerá 10 vagas para os interessados, que passarão por uma entrevista e um teste no processo seletivo. Os candidatos devem ter 2º grau completo, e facilidade e algum conhecimento prévio em informática, já que as máquinas operatrizes em plásticos têm hardware ou uma unidade central de processamento, tal qual um computador. Eles também precisam ter conhecimentos em cálculo e escrever corretamente o português, considerando suas limitações cognitivas.

A Escola LF já teve turmas de cursos regulares onde participaram alguns alunos com deficiência auditiva.  Quando concluíram o treinamento conseguiram boas oportunidades em empresas do setor.  “Aproveitamos também este momento, porque há demandas das indústrias do setor de plástico, uma vez que precisam contratar profissionais com essas características pela obrigatoriedade da lei”, explica Alexandre Farhan, diretor-técnico da Escola LF.

Segundo ele, o curso será ministrado por ele próprio com o suporte de um intérprete de Libras, a linguagem gestual utilizada por deficientes auditivos para se comunicarem entre eles e outros indivíduos. “Pessoas com deficiência auditiva têm algumas características importantes para atuar na indústria do plástico. Eles muitas vezes se concentram mais por não se incomodarem com ruídos, têm maior sensibilidade olfativa para identificação pelo odor de materiais ou matérias-primas nas aulas práticas”, esclarece Farhan.

Situação

Nos termos de um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje, há cerca de 10 milhões de brasileiros com alguma deficiência auditiva, dos quais aproximadamente 1 milhão deles correspondem a crianças e jovens, com menos de 19 anos. Dados da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (Feneis) apontam ainda que o mercado de trabalho é bem limitado e que a maioria dos surdos alcança apenas o ensino médio. Um grande problema para essa força de trabalho é que diversas empresas por causa de custos ainda não têm acessibilidade adequada, nem intérpretes para assisti-la. “Nossa primeira-dama, Michele Bolsonaro, é uma entusiasta no apoio aos surdos e isso é inspirador para todos os brasileiros, independentemente de qualquer ideologia ou simpatia política”, comenta Alexandre Farhan, da Escola LF.

De acordo com estudo A inserção do surdo no mercado de trabalho, frente às políticas públicas de inclusão, da pesquisadora Adriana Cristina de Castro Custódio, “mesmo, após as Leis especificas que legitimam o direito de pessoas com deficiência ao trabalho, como a Lei n° 8.112 de 11 de Dezembro de 1990, que determina a reserva de 20% das vagas em concursos públicos, e a Lei n° 8.213/91 (Lei de Cotas) que obriga empresas com 100 ou mais funcionários a reserva de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência, por preconceito ou falta de informação, muitas empresas não contratam o surdo, alegando que a maioria deles possui baixa escolaridade, falta de capacitação profissional, dificuldade de comunicação com ouvintes, apesar da imposição da lei”.

Em seu estudo em educação especial e inclusão escolar, a professora Adriana, especialista em educação especial e mediação pedagógica pela Universidade Federal de Uberlândia, constata que “apesar da determinação legal para o ingresso do surdo e das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, as vagas oferecidas nem sempre são preenchidas por falta de pessoas capacitadas, implicando muitas vezes na contratação dessas pessoas em serviços que exijam baixa qualificação, executando um trabalho manual-mecânico em troca de remuneração salarial mínima. Desta forma, podemos concluir que este trabalho ao invés de humanizá-los ‘aliena e escraviza’”.

O curso

A Escola LF de cursos profissionalizantes no setor de plásticos tem mais de 20 anos de existência e fica situada próxima a estação de Metrô na Zona Leste de São Paulo. O curso de operador de máquinas injetoras será de 40 horas, ou seja, aproximadamente 2 meses, nas terças e quintas das 14h às 18h.

“Nossa escola tem alto índice de empregabilidade, em que geralmente 90% dos novos alunos regulares, que estavam desempregados e não eram da área de plásticos, conseguem trabalho antes de se formar, mesmo sem experiência”, diz Farhan.

O curso de operador em máquinas injetoras para deficientes auditivos demonstrará aos participantes a operação da máquina de injeção, que é o principal meio de transformação do plástico. Essa tecnologia pode produzir produtos de grandes dimensões como para-choques e painéis de automóveis, mesas, cadeiras e até caixas d’água injetadas, mas também peças pequenas como uma simples tampa, pequenas engrenagens para relógios, teclas e carcaças de celulares entre outros. As aulas, entre outras abordagens, explicam os tipos de resinas, que podem ser virgens ou recicladas. O aluno nas instruções saberá para qual fim cada resina serve pelas suas características, propriedades e aplicações, além de aprender a operar o equipamento com destreza e segurança.

Serviço

Escola LF

Tels.:

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