Refluxo e obesidade: a relação entre a alimentação e o distúrbio gastroenterológico

São Paulo, SP. 9/12/2020 – O sobrepeso aumenta a pressão no abdômen e no estômago potencializando a doença do refluxo gastroesofágico.

Quando não tratada, a doença (que pode se caracterizar por inflamação da parede do esôfago – esofagite) pode levar a complicações.

A doença do refluxo gastroesofágico é uma condição frequente na população brasileira, muitas vezes caracterizada por queimação (“azia”) e volta do alimento à boca (regurgitação). Acomete grande parte da população (cerca de 20%) e pode comprometer a qualidade de vida. A doença pode também apresentar sinais como tosse seca, pigarro e rouquidão. Quando não tratada, pode eventualmente evoluir para problemas mais graves.

Estudos indicam que pacientes obesos têm até três vezes mais chances de desenvolver a doença e suas complicações do que uma pessoa com peso ideal, além de estarem mais sujeitos às complicações. Quanto maior o índice de massa corporal maior é a probabilidade de ocorrência da enfermidade.

Isso ocorre porque nas pessoas que estão acima do peso há um aumento da pressão intra-abdominal, o que favorece o refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, e também outras alterações que acompanham a obesidade. Vale lembrar que a obesidade está habitualmente associada a maus hábitos alimentares, que também pioram o refluxo.

Quando não tratada, a doença (que pode se caracterizar por inflamação da parede do esôfago – esofagite) pode levar a complicações como:

– Estenose: redução do calibre/fechamento do esôfago;
– Ulceração: lesão superficial/ferida no esôfago;
– Esôfago de Barrett: alteração no tecido do esôfago causada pela inflamação crônica;
– Câncer de esôfago: complicação que pode decorrer do esôfago de Barrett.

O diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico deve ser clínico, realizado por médico especialista. Após a confirmação do distúrbio do esôfago, a doença é tratada com medicamentos e mudança dos hábitos de vida. A perda de peso é formalmente indicada. A adoção de uma dieta balanceada, que inclui o consumo de fibras, frutas, oleaginosas e grãos, e evitar frituras, alimentos ácidos e condimentados, bebidas alcoólicas e gasosas, café e chocolate, pode ajudar a reduzir os sintomas da doença.

OBESIDADE

Segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, 55,7% da população adulta do Brasil está com excesso de peso e 19,8% está obesa; em 2006, esse índice era de 11,8%. Diante desses números, o Ministério da Saúde alerta para a necessidade da adoção de hábitos saudáveis para evitar o excesso de peso e as doenças desencadeadas pela obesidade, como o refluxo gastroesofágico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2025, 2,3 milhões de adultos ao redor do mundo estarão acima do peso, sendo que, destes, 700 milhões serão obesos, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

Federação Brasileira de Gastroenterologia

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